As empresas detentoras de tecnologia querem discutir com o governo a quest�o de transfer�ncia de tecnologia no projeto do Trem de Alta Velocidade (TAV). "Acho dif�cil (a tecnologia) ser transferida, porque isso � patrim�nio de cada empresa", disse hoje Luiz Fernando Ferrari, diretor de Desenvolvimento de Neg�cios, Marketing e Vendas da francesa Alstom e vice-presidente da Associa��o Brasileira da Ind�stria Ferrovi�ria (Abifer).
Segundo ele, esse � um tema importante, que ainda ser� discutido com o governo brasileiro. "� preciso discutir o que se entende por transfer�ncia de tecnologia e at� que n�vel isso vai ser alcan�ado", afirmou o executivo, que participou hoje de um semin�rio sobre a viabilidade do TAV na Associa��o Comercial de S�o Paulo (ACSP).
Prazos
De acordo com H�lio Mauro Fran�a, superintendente-executivo da Ag�ncia Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), que tamb�m participa do evento, o cons�rcio vencedor da primeira etapa de licita��o do TAV, que definir� a tecnologia a ser usada, ter� de elaborar o programa de transfer�ncia de tecnologia em at� dois anos ap�s a assinatura da concess�o. A conclus�o da transfer�ncia de tecnologia, por sua vez, deve ocorrer a partir do segundo ano do in�cio de opera��o do TAV at� cinco anos ap�s o in�cio do funcionamento do trem-bala. "Na pr�tica, o cons�rcio ter� entre 10 e 12 anos para realizar a transfer�ncia de tecnologia", disse Fran�a.
O governo chegou a realizar em julho, ap�s dois adiamentos, um leil�o para a concess�o do TAV, mas a iniciativa fracassou, j� que nenhuma empresa apresentou proposta. O governo anunciou ent�o que adotar� um novo modelo de licita��o, em duas etapas: uma para selecionar a tecnologia a ser usada e quem cuidar� da opera��o do trem, outra para escolher o respons�vel pela constru��o da ferrovia que ligar� Rio de Janeiro, S�o Paulo e Campinas (SP).
A previs�o � que o edital do TAV seja levado a audi�ncia p�blica em outubro, em novembro saia o edital definitivo e, no primeiro semestre do pr�ximo ano seja realizado o leil�o.
A Alstom, por�m, acredita que ser� necess�rio mais de tr�s meses para analisar o edital da primeira etapa de concess�o. "Agora que parece que o governo escolheu bem o modelo (de licita��o), � preciso prazo. N�o adianta dar tr�s meses", afirmou Luiz Fernando Ferrari, da Abifer. Por outro lado, ele elogiou a decis�o de dividir o processo de concess�o do TAV em duas etapas. "O governo separou os riscos de constru��o e de opera��o o que � muito importante. Dessa forma, permitiu que cada investidor analise melhor os riscos que conhece", disse Ferrari, que desde 2007 participa das discuss�es sobre o trem-bala.