Interven��o do BC n�o segura d�lar

O Banco Central (BC) fez ontem uma pesada interven��o para segurar a alta da moeda americana: colocou � venda US$ 5,348 bilh�es. Em 12 dias, esta foi a segunda vez que a autoridade monet�ria foi obrigada a isso, um movimento que n�o era visto desde o auge da crise de 2008. A preocupa��o � tanta que o BC j� anunciou para hoje novo leil�o de swap cambial (opera��o na qual a institui��o vende moeda no mercado futuro). Segundo comunicado do BC, ser�o mais US$ 4,5 bilh�es. O objetivo do aviso � controlar as expectativas e evitar uma disparada da divisa j� no in�cio do preg�o.

Mesmo com a megaopera��o de ontem, o BC, a exemplo da primeira vez que tentou frear o d�lar, falhou – de todo o valor ofertado, o mercado comprou apenas US$ 1,6 bilh�o e a moeda disparou 0,56% na venda, fechando o dia cotada a R$ 1,892. Segundo especialistas, por�m, se a interven��o n�o tivesse sido realizada, o d�lar poderia ter subido quase 2%. Por volta das 15h30, antes de a institui��o intervir no mercado, a moeda beirou os R$ 1,92, quando havia marcado eleva��o de 1,60%. "O movimento de alta foi generalizado. As coisas pioraram muito l� fora e o sentimento de avers�o ao risco era grande, assim todo mundo correu para o d�lar, visto como investimento mais seguro", explicou Alfredo Barbutti, economista da corretora BGC Liquidez.

Al�m do real, outras moedas perderam for�a perante o d�lar. O euro se desvalorizou 1,06%; o d�lar australiano, 1,40%; o rand, da �frica do Sul, 2,04%; e a moeda japonesa, o iene, cedeu 0,45%. A escalada do d�lar frente a praticamente todas as moedas do mundo, segundo especialistas, se deve ao an�ncio da Gr�cia, no domingo, de que o pa�s n�o ir� cumprir a meta de redu��o do seu d�ficit p�blico neste e em 2012. Na avalia��o de Eduardo Velho, economista-chefe da Prosper Corretora, a volatilidade vai dominar o mercado neste fim de ano. Segundo ele, a culpa � da crise europeia. "Sem um sinal positivo da Europa, cresce ainda mais a busca por prote��o", ponderou.

O mercado tamb�m alterou suas proje��es para o fim do ano. De acordo com o boletim Focus, do BC, a m�dia das proje��es dos 100 principais analistas do pa�s � de que a moeda encerre 2011 em R$ 1,73, bem acima do estimado na semana anterior, que era de R$ 1,68.

Turismo em BH

Diante da alta do d�lar comercial, j� � poss�vel encontrar cota��o para a moeda americana pr�xima � casa dos R$ 2 em Belo Horizonte. Na maioria das ag�ncias de viagens da capital, o d�lar turismo ronda a barreira de R$ 2. "Esse d�lar � mais alto porque � remetido para fora do Brasil para pagamento de hotelaria e outros servi�os. Por isso, sobre ele incidem taxas como o IOF e outras aplicadas sobre remessas ao exterior", explica Regina Casale, diretora-administrativa da Associa��o Brasileira de Ag�ncias de Viagem de Minas Gerais (Abav-MG). (Colaborou Paula Takahashi)