
“Tendo em vista os �ltimos desdobramentos na Europa � bem prov�vel que um dos canais da contamina��o do caso europeu em solo brasileiro se d� via expectativas dos empres�rios. Instala-se na mentalidade comum que talvez seja melhor esperar. E quando este tipo de sentimento cria ra�zes � dif�cil demove-lo”, avaliou Andre Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos.
A d�vida sobre como a It�lia superar� a crise levou a ag�ncia de classifica��o de risco Moody's a rebaixar nessa ter�a-feira, de Aa2 para A2, a nota dos t�tulos da d�vida de longo prazo do pa�s. A perspectiva, informou a ag�ncia, � negativa, o que significa que a nota pode sofrer novo rebaixamento. O rating da d�vida de curto prazo foi mantido. Ainda assim, a It�lia permanece entre os pa�ses com grau de investimento com alta qualidade e baixo risco, e tr�s “degraus” acima da nota brasileira (Baa2).
Outra baixa europeia veio do banco franco-belga Dexia, que evidenciou nessa ter�a-feira que est� � beira da asfixia. Tr�s anos depois de escapar da fal�ncia gra�as � ajuda p�blica, est� prestes a sofrer uma cis�o do grupo. O Dexia deu a entender que iria isolar uma carteira com 95 bilh�es de euros em ativos de risco. A cria��o de um “bad bank” (banco ruim), uma estrutura para absorver os ativos depreciados, � “uma das possibilidades”, reconheceu o governo belga. Acionistas do banco, Fran�a e B�lgica tentaram tranquilizar os mercados, assegurando que garantir�o com seus bancos centrais os dep�sitos e os empr�stimos necess�rias para salvar do grupo.
No dia tenso, os ministros de Finan�as da Uni�o Europeia (UE) informaram que est�o tentando coordenar a recapitaliza��o das institui��es financeiras da regi�o. Reunidos em Luxemburgo, conclu�ram que n�o fizeram o suficiente para convencer os mercados de que os bancos europeus podem sobreviver � atual crise e decidiram que medidas adicionais s�o necess�rias.
Freio no PIB
O crescimento econ�mico da Zona do Euro dever� ser “muito moderado” no segundo semestre de 2011, com os riscos “para baixo”, afirmou o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet. Para o economista-chefe da Gradual Investimentos � “prov�vel” que Trichet corte hoje a taxa de juros do Velho Continente. “Isto tamb�m seria uma sinaliza��o importante ao mercado”, disse. (Com ag�ncias)
Tens�o continua no mercado
Com forte participa��o de investidores estrangeiros, o mercado brasileiro tamb�m sofre as consequ�ncias. A volatilidade deu o tom dos neg�cios no mercado de c�mbio e a moeda norte-americana, ap�s quatro dias seguidos de alta, encerrou hoje em ligeira baixa de 0,05%, a R$ 1,889. Logo no in�cio da manh�, a not�cia do adiamento da decis�o sobre a libera��o da pr�xima parcela do pacote de socorro da Gr�cia e novos temores sobre a sa�de financeira de bancos europeus acentuaram ainda mais os temores com a crise na regi�o.
A press�o no d�lar balc�o s� n�o foi maior em raz�o de interven��o do Banco Central (BC). Nessa ter�a-feira, o BC realizou novo leil�o de swap cambial — opera��o que equivale � venda de d�lar no mercado futuro. Dos 90.525 contratos ofertados, 33.150 foram tomados, ou 37% do lote ofertado, movimentando US$ 1,65 bilh�o. Com a opera��o, j� s�o tr�s leil�es de swap cambial. A primeira deles aconteceu em 22 de setembro, depois de mais dois anos fora da “caixa de ferramentas” do BC.
O dia foi nebuloso para a Bolsa de Valores de S�o Paulo (Bovespa), mas as nuvens se dissiparam no final da sess�o. O Ibovespa recuou 0,21%, aos 50.686,34 pontos. No m�s, acumula perda de 3,13% e, no ano, de 26,86%. O giro financeiro totalizou R$ 7,748 bilh�es. As perdas foram bem menos proeminentes e as a��es da Petrobras, por exemplo, subiram 0,40% a ON e 0,76% a PN, ambas na m�xima. Vale ON caiu 0,89% e a PNA, - 1,05%.
Nos Estados Unidos, o Dow Jones subiu 1,44%, aos 10.808,71 pontos, o S&P avan�ou 2,25%, aos 1.123,95 pontos, e o Nasdaq ganhou 2,95%, aos 2.404,82 pontos. As bolsas europeias fecharam mais cedo e ca�ram forte diante do sentimento ruim que predominava at� ent�o. A Bolsa de Londres fechou abaixo dos 5 mil pontos pela primeira vez desde julho de 2010. Caiu 2,75% para fechar em 217,46 pontos. Na Alemanha, o �ndice da bolsa de Frankfurt despencou 2,98%, fechando em 5.216,71 pontos. Na Fran�a, a bolsa de Paris recuou 2,61%, chegando a 2.850,55 pontos.
Hoje, os mercados devem abrir sob dois efeitos, segundo Silvio Campos Neto, analista da Tend�ncias Consultoria. O positivo est� relacionado � poss�vel coordena��o para recapitalizar bancos europeus e, o negativo, ao rebaixamento da It�lia. “� prov�vel que prevale�a o primeiro, diante do grau de tens�es. No Brasil, ser� interessante avaliar os dados semanais do fluxo cambial, al�m de acompanhar os sinais vindos do exterior”, afirmou. (PC, com ag�ncias)