S�o Paulo - Para come�ar a produ��o de ve�culos el�tricos no Brasil, as montadoras apontam a necessidade de incentivos do governo, como a redu��o de tributos. “Para fazer as coisas acontecerem no Brasil, necessitamos de uma parceria com o governo, dando incentivos para permitir que esses ve�culos entrem [no mercado], sejam acess�veis e atinjam escala suficiente para reduzir os custos”, ressaltou o diretor de desenvolvimento de produtos da Ford na Am�rica do Sul, Matt O'Leary, em entrevista � Ag�ncia Brasil.
A viabilidade da inclus�o dos carros el�tricos na matriz brasileira de transportes est� em estudo pelo governo. De acordo com o ministro da Ci�ncia, Tecnologia e Inova��o, Aloizio Mercadante, � poss�vel que o pa�s tenha um projeto piloto para o desenvolvimento desse tipo de ve�culo.
Al�m do apoio governamental, Muratori destacou que as empresas tamb�m ter�o de apostar na ideia para proporcionar a populariza��o dos ve�culos el�tricos no pa�s. “A montadora tem que subsidiar uma parte, enquanto se desenvolve maneiras de baratear o carro”, explicou. Mesmo que o IPI e o imposto de importa��o fossem zerados, um carro el�trico da Mitsubishi, com autonomia de 160 quil�metros, ainda custaria cerca de R$ 100 mil. “O que � caro”, admitiu o executivo.
Os carros h�bridos, abastecidos com eletricidade ou combust�veis comuns, podem, no entanto, ser uma maneira mais f�cil de os ve�culos el�tricos conseguirem penetra��o no mercado brasileiro, na opini�o de Matt O'Leary. “Costumamos pensar nos h�bridos vindo primeiro, como uma maneira de atrair o interesse e trazer o pre�o para o patamar acess�vel”, explicou o diretor da Ford.
Os incentivos para importa��o dos carros el�tricos n�o s�o a �nica op��o para a implementa��o desses ve�culos no pa�s, na opini�o do professor de engenharia de produ��o da Universidade de S�o Paulo (USP) Roberto Marx. “� uma tecnologia que, a princ�pio, o Brasil n�o domina completamente, mas isso poderia ser – com uma orienta��o mais forte nesse sentido e com incentivos – viabilizada em um espa�o n�o muito longo de tempo.”
A tecnologia n�o �, no entanto, o �nico obst�culo para a implementa��o desse tipo de ve�culo no pa�s. Leandro Lacerda lembra da necessidade de m�o de obra espec�fica. Ele � capit�o da equipe de estudantes que exp�s no SAE Brasil um prot�tipo de carro de corrida el�trico. Desenvolvido por uma equipe do Centro Universit�rio da Funda��o Educacional Inaciana, o projeto faz parte de uma inciativa para incentivar trabalhos na �rea, de modo a formar profissionais especializados. “N�o adianta ter carro el�trico no Brasil e ter que importar a m�o de obra depois”, ponderou.
O carro, que dever� disputar uma competi��o com outros do mesmo tipo em 2012, � abastecido com 1,4 mil baterias de celular. Essa foi a maneira encontrada pelos estudantes para contornar a falta de insumos espec�ficos para o funcionamento desse tipo de m�quina. “As principais dificuldades s�o na parte de motores e baterias, que h� muito tempo n�o ocorre muito desenvolvimento nessa �rea”, destaca Lacerda.