As pot�ncias emergentes do G20 est�o dispostas a apoiar aos pa�ses europeus com problemas or�ament�rios atrav�s do Fundo Monet�rio Internacional (FMI), apesar de pa�ses como Estados Unidos e Alemanha serem contr�rios a essa op��o. Os ministros das Finan�as e governadores de bancos centrais dos Brics (Brasil, R�ssia, �ndia, China e �frica do Sul) se re�nem nesta sexta-feira e s�bado em Paris com seus s�cios desenvolvidos para falar das solu��es para a crise da d�vida p�blica na Eurozona, que amea�a trazer graves repercuss�es mundiais.
Os Brics, que discutem a poss�vel ajuda ao Velho Continente, est�o propensos a faz�-lo atrav�s do FMI. O ministro das Finan�as da �frica do Sul, Pravin Gordhan, disse na sexta-feira que os recursos do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (Feef) e do FMI poderiam ser insuficientes para evitar um cont�gio da crise e recordou que os Brics "t�m indicado que poderiam ajudar �s institui��es internacionais se estas pedirem por ajuda".
Essa iniciativa refor�a o pedido dos Brics por uma maior cota de poder no FMI, fazendo valer seu crescimento econ�mico forte e suas enormes reservas de divisas, superiores aos 4 bilh�es de d�lares. O ministro brasileiro da Fazenda, Guido Mantega, disse � imprensa que o FMI deve participar na ajuda aos pa�ses europeus, apesar de reconhecer que n�o h� consenso no G20.
O secret�rio americano do Tesouro, Timothy Geithner, declarou que "o FMI tem dispon�veis recursos financeiros muito importantes e n�o comprometidos". "Os problemas enfrentados na Europa s�o complicados de resolver, mas est�o claramente dentro dos recursos dispon�veis", disse.
O ministro alem�o das Finan�as, Wolfgang Sch€uble, disse por sua vez que a Europa disp�e dos meios suficientes para cumprir sua miss�o ante a crise da d�vida da Eurozona e que os pr�prios europeus s�o os que devem "cumprir a maior parte da tarefa".
Entre os Brics, no entanto, a R�ssia se op�e a brindar qualquer tipo de ajuda a seus vizinhos mais ricos. "As principais pot�ncias europeias disp�em dos meios para resolver esses problemas", disse na ter�a-feira o primeiro-ministro russo, Vladimir Putin.
Os funcion�rios do Tesouro americano se dizem contr�rios ao aumento das capacidades do FMI desde que a diretora-gerente da institui��o multilateral, Christine Lagarde, publicou no final de setembro um "plano de a��o" que prev� discutir sobre os meios financeiros do Fundo.
Segundo Lagarde, esses meios parecem insuficientes "ante as necessidades de financiamento potencial dos pa�ses vulner�veis e das v�timas colaterais da crise". O FMI cifra em 385 bilh�es de d�lares os recursos que poderiam ser gastos com seus Estados membros nos pr�ximos doze meses. O G20 disp�e de duas maneiras de aumentar esse montante: incrementar as contribui��es dos pa�ses membros ao FMI, ou autorizar a institui��o com sede em Washington a captar fundos diretamente nos mercados.
Para os Estados Unidos, a primeira solu��o � politicamente invi�vel. A C�mara de Representantes, que em 2009 aprovou uma contribui��o ao Fundo de 100 bilh�es de d�lares, estava ent�o dominada pelos democratas. A atual maioria republicana torna imposs�vel que se repita esse gesto.
O aumento da contribui��o dos europeus tamb�m parece complicado, pois a opini�o p�blica e os parlamentos de v�rios pa�ses j� criticaram o aumento da contribui��o do fundo de resgate da Eurozona. A ideia de permitir ao FMI captar nos mercados foi apontada pela pr�pria institui��o este ano, mas at� o momento os Estados membros se negaram a discutir essa op��o.