
A c�pia que circulou continha curiosa nota anexada: "Ap�s sua leitura, considere seriamente a possibilidade de adquirir o original, pois assim voc� estar� incentivando o autor e a publica��o de novas obras". Quem, ali�s, torce o nariz para o executivo que perdeu a guerra contra um c�ncer de p�ncreas aos 56 anos em 5 de outubro, o faz justamente porque os produtos idealizados sob sua gest�o s�o considerados "fechados" demais. Especialmente para aqueles que defendem liberdade em gadgets, aplica��es e redes. N�o � poss�vel, por exemplo, transferir uma m�sica de um iPod para outro – para evitar a pirataria dos arquivos. Aspectos como esse, que contrastam com o que poderia ser a perspectiva de um ex-hippie, s�o das peculiaridades que marcam a obra de Isaacson.

Na Leitura Megastore do BH Shopping, o livro s� chegou �s 20h. As outras publica��es j� escritas a partir da vida e obra de Jobs n�o s�o suficientes, segundo o gerente da livraria, Alexandre Alves da Silva: "Parece que o pessoal quer mais informa��o porque n�o sei se as outras s�o t�o completas quanto esta nova". A rede encomendou 3 mil exemplares da obra, na primeira leva. "Nesta loja, devemos receber 100. Habitualmente, em lan�amentos comuns encomendamos 50 exemplares."
E-commerce Sites de com�rcio eletr�nico, como o Submarino, faziam promo��o, vendendo o livro f�sico a R$ 37,90. Na Cultura, o exemplar era oferecido por R$ 39,92. Enquanto isso, a vers�o eletr�nica, espec�fica para o iBooks, programa para iPhone e iPad, n�o estava dispon�vel no Brasil. Para baixar, somente com conta americana no iTunes. Nesse caso, custa US$ 16,20. J� a vers�o para Kindle, o leitor rival, da Amazon, sai por US$ 17.
Dif�cil saber quem ganha o duelo de presun��es entre o finado Steve Jobs, executivo conhecidamente intolerante, e seu bi�grafo Walter Isaacson. Se foi genial, Jobs tamb�m era genioso, demitia funcion�rios nos corredores e era venenoso com concorrentes. O autor da biografia, ex diretor da CNN e da revista Time, confessa nas primeiras linhas ter considerado petul�ncia que Jobs quisesse ser biografado por ele, que antes escrevera sobre as vidas de Einstein e Franklin.
Essa picardia t�cita � a t�bua de salva��o da obra - que, mesmo autorizada, sustenta escapar da "chapa branca" e n�o ter vetos do biografado. O livro foi escrito a partir de mais de 40 entrevistas com Jobs e tamb�m com familiares, amigos, advers�rios e concorrentes do executivo. Se virou mito depois de morto, h� 20 dias, a obra promete humanizar o empreendedor que fez de tudo para tirar mais dinheiro dos seus consumidores - e consegue ainda ser idolatrado por isso.