Depois de um m�s acima do teto de 6,5%, a proje��o de fechamento da infla��o no ano finalmente voltou para o limite tolerado pelo governo, segundo o relat�rio Focus divulgado pelo Banco Central (BC). O levantamento realizado com economistas das principais institui��es financeiras do mercado revelou que o �ndice de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA) medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE) deve fechar o ano em 6,5%, contra os 6,52% esperados nos �ltimos quatro relat�rios. A queda foi a primeira depois de nove eleva��es seguidas, iniciadas em meados de agosto.
Para o m�s de outubro tamb�m houve revis�o para baixo, passando de 0,48% para 0,45%. O coordenador do �ndice de Pre�os ao Consumidor Semanal (IPC-S) da Funda��o Getulio Vargas, Paulo Picchetti, tamb�m reduziu a expectativa da infla��o mensal de 0,50% para 0,30%. Para a economista da consultoria Tend�ncias Alessandra Ribeiro, a altera��o foi poss�vel depois que os dados do IPCA-15 de outubro, pr�via da infla��o oficial, divulgado na �ltima semana registrou varia��o positiva de 0,42%. Alguns n�meros vieram melhores do que o esperado como o caso de alimentos e combust�veis, afirma.
O grupo alimenta��o e bebidas passou de uma alta de 0,72% em setembro para 0,52% em outubro. O de transportes, por sua vez, caiu de 0,7% para 0,57% no mesmo per�odo, com destaque para a gasolina que registrou forte desacelera��o na taxa, passando de 0,65% para 0,11%. Essa foi a grande mudan�a. Mas vejo essa previs�o muito mais como uma acomoda��o na taxa nesse patamar do que uma tend�ncia de queda, pondera Alessandra que ainda prev� IPCA acima do teto da meta, em 6,6%.
Para o professor do laborat�rio de Finan�as da Funda��o Instituto de Administra��o (FIA), Jos� Roberto Savoia, o resultado � reflexo de uma aposta do BC na queda de pre�os das commodities. Podemos acreditar em um n�vel de infla��o menor puxado pelas commodities, avalia. Quando a press�o da demanda interna nos pr�ximos meses, pairam algumas d�vidas. Ainda � uma inc�gnita. Mas j� se observa uma redu��o da renda dispon�vel da popula��o e existe sim um arrefecimento quanto ao cen�rio do in�cio do ano, pondera. Para 2012, as estimativas do mercado tamb�m s�o de retra��o do �ndice inflacion�rio, estimado em 5,60% contra 5,61% na �ltima semana.
PIB
N�o foi s� a infla��o prevista que recuou. No mesmo sentido, o Produto Interno Bruto (PIB) tamb�m passou por revis�o, saindo de 3,42% para 3,3% para este ano e de 3,60% para 3,51% em 2012. Segundo avalia��o do economista do Ita� Unibanco Aur�lio Bicalho, a redu��o das perspectivas de crescimento global, o aumento da incerteza e a piora das condi��es financeiras internacionais come�aram a impactar negativamente o crescimento do Brasil. A institui��o financeira prev� crescimento de 3,2% para o PIB este ano e de 3,7% em 2012, mas ainda h� espa�o para estimativas ainda mais pessimistas.
Diversos indicadores de atividade econ�mica mostram um enfraquecimento mais intenso no terceiro trimestre, afirma Bicalho. O crescimento da produ��o industrial segundo o boletim Focus passou de 2,04% para 2,00% este ano e de 4,15% para 3,90% em 2012.