
Usu�rios de planos de sa�de ter�o de adiar a ida ao dentista. Nesta ter�a-feira o atendimento aos pacientes dos conv�nios estar� suspenso em todo o pa�s. Assim como ocorreu com os m�dicos, que por duas vezes este ano (em abril e setembro) n�o atenderam os pacientes ligados a planos de sa�de – e tamb�m com os fisioterapeutas – o boicote agora � dos dentistas. O movimento � coordenado pelos conselhos e sindicatos regionais. Segundo as entidades, a baixa remunera��o tem precarizado a sa�de bucal brasileira reconhecida mundialmente pela boa qualidade do servi�o. A expectativa � que o movimento que come�ou em abril, puxado por dentistas de Minas Gerais, tenha ades�o de aproximadamente 70% dos profissionais, o suficiente para cancelar perto de 70 mil atendimentos no estado e meio milh�o no pa�s.
Nacionalmente, s�o 236 mil dentistas, sendo que 60% deles atendem � sa�de privada. Segundo as entidades a defasagem das tabelas dos planos m�dicos chega a atingir 90% em rela��o aos valores de mercado. Este � o exemplo da consulta, remunerada em m�dia a R$ 8. Os valores cobrados pelos planos odontol�gicos podem variar entre R$ 5 e R$ 20, mas h� casos em que o produto para tratamento da sa�de bucal chega a ser ofertado como brinde, para quem leva o plano m�dico hospitalar.
Mesmo ofertando produtos, a princ�pio com valores baixos, o mercado tem se mostrado firme, mais que dobrou de tamanho entre 2003 e 2010, movimentando no ano passado R$ 1,1 bilh�o. “Enquanto os honor�rios est�o mais que desafasados a margem das empresas � surpreendente, apresentando lucro que pode chegar pr�ximo aos R$ 600 milh�es/ano”, criticou Eduardo Gomide, presidente da Comiss�o de Conv�nios e Credenciamentos de Minas Gerais, que representa entidades como o Conselho Regional de Odontologia (CRO-MG) e o Sindicato dos Odontologistas de Minas Gerais (Somge).
Qualidade Manter a qualidade do servi�o � outra preocupa��o e uma bandeira do movimento de hoje. Segundo Ailton Rodrigues, presidente do Conselho Federal de Odontologia (CFO) os consult�rios est�o superlotados j� que para manter uma matem�tica que n�o fecha � preciso trabalhar bem mais que o recomendado. “Quem ganha t�o mal acaba n�o tendo como prestar um bom servi�o”, alerta o especialista. Os dentistas tamb�m apontam a interfer�ncia das operadoras em seus servi�os. Segundo as entidades, exigir do paciente raios-X antes e depois de tratamentos facilita o controle das operadoras mas exp�e os pacientes a riscos desnecess�rios.
O atendimento de urg�ncia n�o ser� interrompido, mas segundo a Ag�ncia Nacional de Sa�de Suplementar (ANS) a operadora deve garantir ao usu�rio acessar procedimentos tamb�m no consult�rio. A ag�ncia informa que n�o interfere na rela��o entre os prestadores mas que tem incentivado f�runs de discuss�es para facilitar esta rela��o. A Federa��o Nacional de Sa�de Suplementar (Fenasa�de), entidade que congrega 15 dos maiores grupos de operadoras de planos de sa�de do pa�s, disse que, assim como ocorre com os m�dicos suas afiliadas est�o entre as que pagam os maiores honor�rios aos dentistas. De acordo com a ANS o consumidor que tiver o atendimento interrompido em raz�o de greve dos prestadores deve entrar em contato com o Disque ANS (0800 701 9656). A Unimed-BH n�o comentou a demanda dos dentistas. Ressaltou que seus usu�rios devem comunicar � cooperativa eventuais dificuldades no atendimento.