Bovespa abre em baixa, de olho no exterior

Depois da euforia da v�spera, a Bolsa de Valores de S�o Paulo (Bovespa) abriu em baixa, devolvendo parte dos ganhos acumulados nesta semana, em que subiu em tr�s das quatro sess�es. Mas a "entrega" da alta de mais de 7% no per�odo n�o deve ser exagerada, abrindo espa�o para novos investidores entrarem na festa e sem alterar a recente trajet�ria ascendente. Tudo, por�m, vai depender do comportamento ao longo do dia dos mercados internacionais, que iniciaram a manh� mais realistas sobre a situa��o na Europa e na expectativa pelos indicadores econ�micos dos Estados Unidos. Por volta das 11h15 (hor�rio de Bras�lia), o �ndice Bovespa (Ibovespa) ca�a 0,71%, aos 58.848 pontos.

O analista t�cnico da XP Investimentos, Gilberto Coelho, lembra que, normalmente, a Bolsa realiza na sexta-feira, depois de uma semana de alta. Mas, segundo ele, deve ser "uma realiza��o saud�vel, entre 0,5% e 1%, para dar chance de comprar a quem ficou de fora". Coelho afirma que os 60 mil pontos configuram-se como uma resist�ncia no curto prazo e pode haver um recuo at� os suportes em 58,5 mil pontos ou 57,5 mil pontos. Ontem, o Ibovespa cravou a pontua��o m�xima do dia bem perto do novo patamar, aos 59.901 pontos, em alta de 4,83%.

Segundo o estrategista da Empiricus Research, Marcos Elias, � preciso uma solu��o paliativa para a Europa, j� que os EUA devem conseguir "se virar" sozinhos rumo � retomada econ�mica. "A Europa n�o tem jeito, e voltar� a assombrar em 2012", prev�. Ele explica que essa percep��o leva em conta que os problemas europeus continuam os mesmos: a din�mica da d�vida grega ainda � duvidosa, uni�o monet�ria com desuni�o fiscal n�o funciona e faltam detalhes sobre a inje��o de liquidez no sistema financeiro.

Tanto � que hoje o leil�o de t�tulos italianos frustrou a expectativa dos mercados e exp�s que o plano anticrise europeu ainda n�o trouxe uma seguran�a total para os investidores. A It�lia pagou rendimento alto para vender 7,935 bilh�es de t�tulos BTP e b�nus CCTeu - esse �ltimo com as taxas flutuantes denominadas na Euribor -, alimentando o ceticismo quanto � capacidade de obten��o de financiamento externo para os pa�ses europeus em dificuldade.