A disparada do d�lar no terceiro trimestre, com a consequente eleva��o no n�vel de endividamento, fez o presidente da Suzano Papel e Celulose, Antonio Maciel Neto, mudar o tom de seu discurso sobre a situa��o da economia mundial e da companhia. Se at� agosto, ap�s a divulga��o dos resultados do segundo trimestre, o foco era a necessidade de controle de custos, agora a aten��o est� voltada para a necessidade de levantar recursos. “Venderemos tudo o que pudermos para diminuir a d�vida at� o in�cio da f�brica no Maranh�o”, afirmou, em refer�ncia ao projeto de constru��o de uma f�brica de celulose em 2013.
A companhia tem como meta manter um n�vel de alavancagem, definido pela rela��o entre d�vida l�quida e Ebitda, de at� 3,5 vezes. No terceiro trimestre, contudo, o indicador chegou a 4,2 vezes, ante 3 vezes do segundo trimestre.
A alta foi causada principalmente pelo impacto da valoriza��o do d�lar nas d�vidas em moeda estrangeira da companhia, mas Maciel aproveitou a situa��o para avisar que a solidez financeira � prioridade neste momento.
A Suzano registrou no trimestre um preju�zo l�quido de R$ 425 564 milh�es, ante lucro de R$ 272,847 milh�es no mesmo intervalo do ano passado - segundo a empresa, caso o d�lar tivesse encerrado o trimestre em R$ 1,70, o resultado l�quido da companhia seria neutro. A receita l�quida somou R$ 1,229 bilh�o de julho a setembro, n�mero 6,1% superior ao do mesmo per�odo de 2010, quando ficou em R$ 1,158 bilh�o.
Futuro
A preocupa��o maior da Suzano n�o � moment�nea, mas sim com 2013 quando a situa��o das d�vidas deve atingir o momento mais delicado, uma vez que os investimentos na f�brica em constru��o no Maranh�o ter�o sido realizados e o retorno do projeto ter� in�cio apenas a partir de novembro. Por isso, a Suzano analisa quais a��es adotar para evitar momentos de maior turbul�ncia no futuro.
A iniciativa mais avan�ada, segundo Maciel, � a poss�vel venda da participa��o de 17% que a Suzano det�m na usina Capim Branco, a ser realizada at� o final deste ano. No in�cio de 2012, a companhia pretende concluir a venda de base florestal no Estado de S�o Paulo. E, ainda para 2012, est�o previstos avan�os em negocia��es para a venda de ativos na �rea de papel e de participa��o nos projetos de constru��o de novas f�bricas de celulose. A unidade do Maranh�o, por exemplo, poder� contar com recursos de parceiros, que posteriormente viriam a comercializar fatia da produ��o equivalente a essa participa��o.
O momento � t�o particular que a Suzano at� aproveitou a demanda por direitos relacionados a cr�ditos da Eletrobras para concluir a venda desses t�tulos em um valor de R$ 40 milh�es. A prioridade � garantir uma situa��o confort�vel para enfrentar o momento de turbul�ncia na economia mundial. “Nos preparamos muito para essa crise, assim como fizemos em 2008-2009 tamb�m. Hoje, pouqu�ssimas empresas no Brasil tem essa situa��o de liquidez”, destacou Maciel, referindo-se ao caixa de R$ 3 bilh�es da companhia ao final do terceiro trimestre.
O montante � suficiente para honrar os compromissos da companhia com vencimento nos pr�ximos 28 meses. “A maior parte da nossa d�vida em d�lar, referente � emiss�o que fizemos no ano passado de US$ 650 milh�es, ser� paga apenas em 2017, com o c�mbio de 2017. Mas precisamos marcar a mercado esse valor”, disse Maciel, ao explicar o impacto do c�mbio nas d�vidas da companhia.