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Estado de Minas

Noroeste � a nova fronteira da cana-de-a��car

Usinas se preparam para aumentar a produ��o de a��car e �lcool, o que deve mudar a paisagem agr�cola da maior produtora de gr�os do estado. Expans�o vai acirrar disputa pelo uso da �gua


postado em 03/11/2011 06:00 / atualizado em 03/11/2011 06:35

Investimentos de R$ 3 bilhões do setor sucroalcooleiro vão contribuir para dobrar a produção de Minas até 2020(foto: Mário Castello/Esp. Em)
Investimentos de R$ 3 bilh�es do setor sucroalcooleiro v�o contribuir para dobrar a produ��o de Minas at� 2020 (foto: M�rio Castello/Esp. Em)

 
Famosa por ser a maior produtora de gr�os do estado, a Regi�o Noroeste de Minas se prepara para mudan�as em sua paisagem agr�cola. Usinas de �lcool e a��car, que puse-ram investimentos em banho-maria ap�s a crise financeira global em 2008, se preparam para tir�-los do papel e ocupar o cerrado mineiro com planta��es de cana. De dez protocolos de investimentos em usinas sucroalcooleiras registrados pelo governo de Minas, seis ficam no Noroeste, totalizando R$ 3 bi-lh�es. “At� 2020, a produ��o de cana no estado tem de dobrar. O Noroeste � a nova fronteira da cana no estado”, assegura Luiz Cust�dio Cotta Martins, presidente do Sindicato do A��car e do �lcool em Minas Gerais.


� espera do sinal do mercado e de mudan�as na legisla��o para instalar seus empreendimentos, produtores reservam �reas e arrendam terras. “A terra no Tri�ngulo est� muito cara, por isso o Noroeste vai absor-ver boa parte dos investimentos no setor”, explica Pierre Vilela, coordenador da assessoria t�cnica da Federa��o da Agricultura do Estado de Minas Gerais (Faemg). J� s�o cinco as usinas instaladas nos munic�pios de Jo�o Pinheiro e Paracatu, mais pr�ximos � Regi�o Central, mas h� projetos que alcan�am at� Una�. “A ind�stria da cana vai mudar o mapa da agricultura no Noroeste. Parte da produ��o de gr�os vai ser deslocada ”, diz Vilela.


Quando deslanchar, por�m, a produc�o canavieira no Noroeste de Minas vai intensificar problemas relativos ao desenvolvimento sustent�vel. O primeiro deles diz respeito � necessidade de irriga��o das planta��es – maior no caso da cana –, o que dever� acirrar conflitos pelo uso da �gua. A regi�o � o ber�o de dois dos principais afluentes do Rio S�o Francisco – o Urucuia e o Paracatu. Por isso mesmo, o impacto da expans�o agr�cola sobre eles � motivo de preocupa��o. O segundo dilema � relacionado � ocupa��o e ao uso da terra. "A cana pode deslocar pequenos produtores e aumentar a concentra��o das propriedades e da renda, al�m de aumentar a press�o sobre as �reas de preserva��o do cerrado", diz �lvaro de Moura Goulart, coordenador t�cnico da regional da Emater em Una�.

Agricultura de precis�o Agricultura e pecu�ria respondem, juntas, por 38% das riquezas da Regi�o Noroeste. Dali sai mais de um quarto de toda a produ��o de gr�os do estado. Gra�as � safra 2010/2011, que cresceu 14% em rela��o � anterior, Minas teve uma colheita recorde, de 10,6 milh�es de toneladas.


Una� brilha como maior produtor de feij�o do Brasil, com uma produ��o anual de 120 mil toneladas. Al�m do feij�o, saem de l� todos os anos mais de 2 milh�es de toneladas de alimentos, como milho, soja, melancia, piment�o, salsa, abacaxi, tomate, cebola, alho, beterraba, cenoura, caf�, algod�o e laranja. Irmo Casavechia � presidente da Cooperativa Agropecu�ria do Noroeste Mineiro (Coanor), em Una�. Os 180 s�cios entregam, ao ano, 110 mil toneladas de milho, soja, feij�o e caf�, plantados em 35 mil hectares. Outra cooperativa local, a Agropecu�ria de Una�, re�ne o leite que sai das propriedades de 3.300 produtores. “S�o 290 mil litros de leite ao dia”, aponta o diretor-administrativo Tarciso Braz da Silva.


Em Paracatu, Olavo Remigio Conde � produtor de feij�o, milho e soja. Sua planta��o ocupa 6 mil hectares, dos quais 980 s�o irrigados. A propriedade det[em parte dos 400 mil hectares irrigados no Noroeste mineiro. “Essa � a maior �rea irrigada da Am�rica Latina”, destaca o presidente da Ag�ncia de Desenvolvimento Sustent�vel do Noroeste de Minas (Adesnor), Afonso Aroeira.

Para facilitar o escoamento da produ��o agr�cola regional, foi decisiva a cria��o do Terminal Intermodal de Pirapora, no Norte do estado. Inaugurado em 2009 pela Vale/Ferrovia Centro-Atl�ntica (FCA), o terminal recebeu R$ 300 milh�es em investimentos e integra o programa Pr�-Noroeste, desenvolvido em parceria com o governo de Minas, Faemg e Banco do Brasil. Por esse corredor log�stico, Minas embarcou 521 mil toneladas de soja e 122 mil toneladas de milho para o mercado externo em 2010. A estimativa para 2011 � de 1 milh�o de toneladas, sendo 80% de soja e o restante de milho. A agricultura de precis�o � a base da produtividade na lavoura. “O computador e o GPS trabalham junto com o produtor”, diz Vilela.

Ouro exporta��o A Regi�o Noroeste se be-neficia n�o s� de seu potencial agr�cola, mas tamb�m de suas riquezas minerais. Os velhos e bons metais preciosos s�o alvo da explora��o de grandes companhias nacionais, a exemplo da Votorantim Metais, que extrai zinco de suas plantas em Paracatu e Vazante, e multinacionais, como a canadense Kinross Gold Corporation, que minera ouro em Paracatu.


Maior mineradora de ouro no Brasil, a Kinross produziu 557 mil on�as (17,9 mil toneladas) de ouro em 2010. Da mina Morro do Ouro em Paracatu sa�ram em torno de 482 mil on�as (15,5 toneladas) desse total. O faturamento da empresas alcan�ou R$ 1 bilh�o em 2010. Desde 2008, a Kinross investe na expans�o da capacidade da mina Morro do Ouro, com a meta de triplicar a produ��o. A amplia��o, que j� demandou US$ 570 milh�es, continua em curso e se estender� at� 2012. Para 2011-2012 s�o previstos investimentos da R$ 1,2 bilh�o. O ouro produzido ali vai todo para a exporta��o: Inglaterra, Su��a e Estados Unidos.

 

Veja o blog, os v�deos e a galeria de fotos da s�rie Riquezas de Minas em lugardafinancas.com/riquezasdeminas


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