Enviado especial - Cannes (Fran�a) – Ao deixar sua primeira reuni�o de l�deres do G20, grupo das 20 maiores economias do mundo, na cidade francesa de Cannes, a presidente Dilma Rousseff enfatizou as condi��es para o Brasil colaborar com o plano de resgate financeiro da Zona do Euro, mediante o uso apenas de reservas internacionais e via linhas tradicionais do Fundo Monet�rio Internacional (FMI). “Trata-se apenas de garantir prote��o para o dinheiro obtido com o suor do povo brasileiro. Ele n�o pode ser usado de qualquer jeito”, disse ela, ao ser questionada se poderia aceitar investir diretamente no Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (Feef). “N�o tenho a inten��o de investir nesse fundo porque nem os pr�prios europeus t�m”, destacou ela, lembrando que as opera��es do FMI, embora ainda possam ser aperfei�oadas, t�m a m�xima garantia de risco (triplo A).
O Brasil � o 17º em contribui��es para o FMI, respons�vel por 2,46% do or�amento do fundo. Apesar de Dilma afirmar n�o ser poss�vel indicar um teto dos recursos que o pa�s poder� acrescentar numa futura opera��o especial, “at� porque precisamos saber se eles (europeus) v�o querer e quanto v�o querer”, a presidente reiterou o pedido de revis�o das cotas do FMI, “de modo a refletir a realidade de um mundo novo”. A prefer�ncia por socorrer o euro apenas pelo FMI e o pedido para reformar a governan�a do fundo, aumentando o poder de voto dos emergentes com proporcional redu��o dos que t�m investido menos, s�o, segundo ela, compartilhados pela China. "N�o posso falar pelo presidente chin�s Hu Jintao, mas foi o que nos disse", acrescentou ela, lembrando que cresceu o consenso no G20 de que o FMI � o melhor instrumento para evitar o cont�gio da turbul�ncia grega.
Na sua primeira e �nica conversa com a imprensa em Cannes, a presidente, acompanhada do ministro da Fazenda, Guido Mantega, fez um balan�o geral da reuni�o do G20. “O resultado do encontro foi um sucesso relativo”, resumiu Dilma, ao balizar que, embora os europeus tenham conseguido contornar em pouco tempo a nova dificuldade vinda da Gr�cia, a constru��o de uma sa�da mais duradoura ficou adiada por, pelo menos, mais um m�s.
“Como n�o houve referendo, as coisas acalmaram e a discuss�o principal foi retomada. Os l�deres da UE conseguiram avan�ar e dar um passo adiante na solu��o de sua crise, mas ainda faltam muitos detalhes a serem avaliados pelo resto do G20”, disse. Os europeus pediram mais tempo para concluir seus acertos, que ser�o tratados numa nova reuni�o dos ministros de Finan�as do grupo, no m�s que vem.
Essa necessidade de mais tempo para fechar uma pauta anteriormente endere�ada � reuni�o de Cannes foi lamentada pela pr�pria chanceler alem�, Angela Merkel. “Temos um processo interessante adiante, mas a discuss�o ainda n�o foi conclu�da”, acrescentou, ao lembrar que nenhum membro do G20 se comprometeu a investir no Feef. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, fez um apelo � Gr�cia para manter a ajuda coordenada pelo Banco Central Europeu (BCE), FMI e UE. “Os acontecimentos envolvendo a Gr�cia nos �ltimos dias mostraram a import�ncia de implementar esse plano por completo e o mais depressa poss�vel. Estou confiante que a Europa tem a capacidade para enfrentar esse duro desafio”.