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Estado de Minas

O Fim da Era Berlusconi

Primeiro-ministro italiano perde maioria no Parlamento e promete apresentar demiss�o assim que as medidas de austeridade impostas pela UE forem aprovadas, na pr�xima semana


postado em 09/11/2011 06:00 / atualizado em 09/11/2011 07:36

Bras�lia – Marcada por esc�ndalos sexuais e den�ncias de corrup��o, chegou ao fim a era Silvio Berlusconi na It�lia, chamada popularmente de “bunga bunga”, uma refer�ncia �s festinhas promovidas pelo primeiro-ministro com prostitutas. O algoz de Berlusconi foi a grave crise enfrentada pela Europa, que pode atingir o seu �pice se a fr�gil economia italiana ruir. O ponto final para o Cavaleiro (Il Cavalieri) foi sacramentado ontem pelo Parlamento do pa�s, que lhe imputou um resultado humilhante ao votar a Lei de Finan�as, que engloba uma s�rie de medidas de austeridade para a redu��o do rombo das contas p�blicas. Ele obteve 308 votos a favor, oito a menos que o m�nimo que garantia a maioria absoluta.

(foto: AFP PHOTO / FILES / ALBERTO PIZZOLI )
(foto: AFP PHOTO / FILES / ALBERTO PIZZOLI )
Aos 75 anos, Berlusconi, que promete punir os “oito traidores”, informou sua ren�ncia ao presidente da It�lia, Giorgio Napolitano. O adeus ao governo ser� anunciado oficialmente at� dia 18, prazo final para a aprova��o do pacote fiscal cobrado pela Uni�o Europeia (UE) e pelo Fundo Monet�rio Internacional (FMI), �rg�o que passou a monitorar as finan�as da It�lia, conforme acerto fechado com os l�deres europeus na reuni�o do G20 na semana passada. “O mais importante � trabalhar pelo bem do pa�s. Temos que nos preocupar com o fato de que os mercados n�o acreditam que a It�lia ser� capaz de aprovar as medidas que a Europa exige”, disse o primeiro-ministro a uma de suas redes de TV.


A desconfian�a em rela��o � capacidade de Berlusconi de tirar a It�lia do caminho da fal�ncia levou os mercados a exigirem juros recordes para o financiamento da d�vida do pa�s: 6,8% ao ano. Essa taxa � considerada um marco. Quando os encargos chegaram a 7%, Portugal e Irlanda foram obrigados a pedir socorro internacional para n�o quebrarem. A d�vida italiana totaliza US$ 2,6 trilh�es, 120% do seu Produto Interno Bruto (PIB). O pa�s tem a terceira maior economia da Zona do Euro (17% das riquezas do bloco) e est� estagnada h� uma d�cada. Se for � bancarrota, levar� toda a Europa junto.


Levantamento dos analistas mostram que, em 2012, a It�lia ter� de refinanciar 58 bilh�es de euros de sua d�vida. Mas certamente essa opera��o seria dificultada se Berlusconi permanecesse no poder. Nas palavras da diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, a It�lia “padece de falta de credibilidade”. Tanto que o pr�prio ministro das Finan�as do pa�s, Giulio Tremonti, n�o se intimidou e disse ao chefe: “Certo ou errado, o problema da It�lia � voc�”. As dificuldades chegaram a tal ponto que o l�der da Liga Norte, Umberto Bossi, principal aliado de Berlusconi, endossou a sa�da dele. “Pedimos ao primeiro-ministro que desse um passo para o lado e renunciasse”, afirmou.


A possibilidade de ren�ncia de Berlusconi pairava sobre a Europa h� dias. Os mercados s� esperavam o pedido de demiss�o do primeiro-ministro da Gr�cia, George Papandreou, para p�r a It�lia de vez na linha de tiro. Mesmo entre os l�deres europeus o fim da era “bunga bunga” era quest�o de dias.


Com a desist�ncia de Berlusconi, caber� ao presidente Napolitano decidir se dissolve o Parlamento e convoca elei��es ou se nomeia um governo de coaliz�o. Um dos nomes mais citados para liderar um eventual governo t�cnico � o de Mario Monti, de 68 anos, atual presidente da Universidade Bocconi de Mil�o e presidente honor�rio do Bruegel, centro de pesquisa pol�tica e econ�mica europeia.

 

Cai mais um dos Piigs
A sa�da de cena do primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi completa o ciclo de derrubada dos governos de pa�ses da Europa em grave crise fiscal, representados pela sigla em ingl�s Piigs, de Portugal, Irlanda, It�lia, Gr�cia e Espanha. Pressionados pelos mercados financeiros e por l�deres da Uni�o Europeia (UE), um a um os governantes t�m sido obrigados a se afastar ou a desistir do poder. O primeiro-ministro irland�s Brian Cowen, de centro-direita, foi a primeira v�tima, depois de perder as elei��es legislativas de fevereiro. No m�s seguinte, foi a vez do portugu�s Jos� S�crates, do Partido Socialista. No fim de semana, anunciou sua ren�ncia o primeiro-ministro socialista da Gr�cia, George Papandreou, que deve dar lugar ao partido conservador Nova Democracia em uma coaliz�o formada a toque de caixa. 

 

CRONOLOGIA 

Retorno (maio de 2008)
� primeiro-ministro pela terceira vez. Seus mandados anteriores foram de 1994 a 1995 e de 2001 a 2006  

Prote��o (julho de 2008)

Parlamento italiano aprova lei de imunidade que impede processo criminal contra o premi�. Na �poca, ele era acusado de fraude e suborno

 

Div�rcio (maio de 2009)

Veronica, mulher do premi�, pede o fim do casamento de 19 anos, ap�s novas not�cias do envolvimento do premi� com jovens  


Interven��o (novembro de 2010)
Segundo um jornal italiano, Berlusconi, que um ano antes disse n�o ser "santo", interveio para que uma jovem fosse liberada pela pol�cia 

Confian�a (dezembro de 2010)
No m�s seguinte, sobrevive a um voto de confian�a no Parlamento  

 

Justi�a (mar�o de 2011)
Lei de imunidade � derrubada e Berlusconi faz sua primeira apari��o na Corte em oito anos  


Cortes (julho de 2011)

Parlamento aprova pacote de austeridade de 48 bilh�es de euros para colocar as contas do governo em dia. Dois meses depois, um novo plano foi aprovado  

Rebaixado (setembro de 2011)
As tr�s grandes ag�ncias de avalia��o de risco reduzem a nota de risco da d�vida do pa�s  


Protestos (outubro de 2011)

Milhares de pessoas protestam nas ruas de Roma contra os pacotes do governo e pedem a ren�ncia de Berlusconi

 

 


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