
Vinhos, castanhas, bacalhau, nozes, frutas cristalizadas, am�ndoas… Praticamente todos os produtos t�picos das festas natalinas sofreram reajuste de pre�os e v�o chegar mais caros � mesa do consumidor este ano. As justificativas v�o desde a falta do produto no mercado interno at� a alta do d�lar, passando pela pr�pria escalada da infla��o. Para manter a tradi��o, ser� necess�rio desembolsar mais e, em alguns casos, como o da castanha-do-par� e da castanha-de-caju – consideradas as vil�s da cesta –, a alta em rela��o ao ano passado pode ultrapassar a casa dos 80%.
� o que calcula o gerente de Neg�cios do Super Nosso, Hamilton Dias de Almeida. “A exporta��o desses produtos foi maior. Outra que teve varia��o importante foi a ameixa, que subiu mais de 80%, e as passas, com eleva��o entre 20% e 30%”, calcula. Al�m da concorr�ncia com o mercado externo, a disparada de pre�os das variedades de castanha est� associada � quebra na safra. “A produ��o caiu cerca de 60%. Deve haver uma recupera��o agora com o in�cio da nova colheita, mas o produto ainda chegar� mais caro no Natal”, alerta o diretor da Royal Emp�rio, Crist�v�o de Morais.
Nas bancas do Mercado Central tamb�m � consenso. N�o h� quem n�o tenha reajustado os pre�os. “Hoje o quilo da castanha-do-par� descascada sai por R$ 49,90. Em geral, todos os produtos encareceram, com exce��o do damasco”, pondera o gerente da Imp�rio das Castanhas, Wellington Pereira. O propriet�rio da banca Imp�rio dos Cocos, Ant�nio S�rgio Tavares, ainda acrescenta que entre as mercadorias que est�o mais em conta est�o as t�maras, que passaram de R$ 18 o quilo em 2010 para os atuais R$ 12,90. “Produtos do Oriente M�dio em geral est�o com boa oferta, por isso, os pre�os mais em conta. O damasco foi de R$ 24 para R$ 18”, observa.
Pela metade! A professora Dolores Ferraz, moradora de S�o Jo�o del-Rei, na Regi�o Central de Minas, confessa que teve de diminuir as compras para adequar a ceia de Natal ao or�amento. “No ano passado levei um quilo de cada produto. Agora, tive que diminuir para meio quilo. Tudo aumentou”, confessa, enquanto paga a conta de R$ 370 pelo carrinho repleto de produtos t�picos.
Os tradicionais bacalhau e peru tamb�m n�o passaram ilesos. “A alta ficar� entre 10% e 15%. Poderia ser maior, mas conseguimos uma boa negocia��o com os fornecedores na compra de grandes volumes”, conta Hamilton. O propriet�rio do Emp�rio Ananda, Geraldo Henrique Campos, garante que, por enquanto, o produto ainda est� mais barato que em 2010, realidade que pode mudar. “Nosso estoque est� mais baixo cerca de 20% e deve faltar bacalhau. O que sobra, fica mais caro.”
Segundo pesquisa do site MercadoMineiro, o bacalhau do porto teve eleva��o m�dia de 13,96%. “Os produtos que subiram, superaram em muito a infla��o”, avalia o coordenador do site, Feliciano Abreu. O principal alerta aos consumidores est� na diferen�a de pre�os entre os estabelecimentos que pode chegar a 183%, caso do quilo da ameixa importada por exemplo. “Antes de comprar � preciso pesquisar e questionar”, avalia Feliciano. Presen�a garantida, os vinhos tamb�m podem chegar mais caros, em m�dia de 15% a 20% por conta da varia��o cambial. Apesar da previs�o Raquel Fernandes Araujo, que � importadora, discorda e v� tend�ncia de queda nos pre�os.