Os investimentos em hot�is ultrapassaram os limites da Serra do Curral e chegaram ao interior, em cidades distantes do burburinho que envolve a Copa do Mundo de 2014. Os empreendedores, nesses casos, n�o est�o interessados na ocupa��o que vai se limitar aos dias nos quais o pa�s vai respirar jogos de futebol. Eles farejam o crescimento econ�mico que j� chegou �s cidades mineiras de m�dio porte. Aprevis�o � de que uma cifra que supera os R$ 300 milh�es seja investida em pelo menos 24 empreendimentos hoteleiros que ficam fora dos limites de Belo Horizonte nos pr�ximos quatro anos. E a expectativa � de que mais de 1,3 mil empregos sejam gerados nas opera��es dessas novas unidades. “Existe uma demanda. Esses empres�rios est�o indo atr�s do aquecimento da economia do interior. N�o tem nada a ver com a Copa”, afirma a presidente da Associa��o Brasileira da Ind�stria de Hot�is de Minas Gerais (ABIH-MG), Rafaela Fagundes Vale.
Um dos grupos que descobriram Minas Gerais recentemente e j� apostam na for�a de seu interior � o Sleep Hotels. De origem portuguesa, ele chegou no rastro da Design Resorts, empresa parceira que est� � frente do Condom�nio Reserva Real em Jaboticatubas (Vetor Norte de BH, perto da Cidade Administrativa e do aeroporto de Confins). O primeiro hotel do grupo no pa�s foi lan�ado dentro do empreendimento imobili�rio, o Twist Inn Reserva Real, com investimentos de R$ 40 milh�es, e j� conta com 55% dos 204 apartamentos reservados. O segundo, o Twist Inn Conselheiro Lafaiete (na Regi�o Central de Minas), teve a pr�-reserva lan�ada nessa ter�a-feira. O hotel vai contar com 144 apartamentos e investimentos de R$ 20 milh�es. Para o primeiro trimestre de 2012, est�o previstos mais tr�s empreendimentos da mesma bandeira, em Minas: em Sete Lagoas (Regi�o Central), Pirapora e Montes Claros (ambas no Norte do estado). O interior de S�o Paulo tamb�m receber� uma unidade do grupo, em S�o Jos� do Rio Pardo.
Ao todo, ser�o R$ 117 milh�es em investimentos nos seis primeiros Twist Inn, que v�o gerar 235 empregos diretos. “O Brasil agora � a bola da vez da hotelaria mundial, com cidades que representam oportunidades para investimentos na �rea”, afirma o presidente-executivo do Sleep Hotels, Carlos Rosales. Portugu�s, ele garante que n�o h� uma nova descoberta do pa�s, mas um “reencontro com o Brasil”, que n�o deixa de ser interessante em um momento de crise na Europa. Para ele, a Copa do Mundo vai ser importante por agregar valor aos neg�cios brasileiros, mas ter� uma repercuss�o limitada, de uns 30 dias, em v�rias cidades. “� um acontecimento pequeno dentro da vida de um hotel que pode ser muito grande. Por isso estamos em busca dessas cidades que t�m desenvolvimento econ�mico e hoje j� necessitam de boa oferta hoteleira”, explica. Ele adianta que al�m dos seis projetos que j� podem ser divulgados outros est�o em estudo em mais 20 cidades do interior de Minas, S�o Paulo e Bahia. Os empreendimentos s�o abertos para investidores e as unidades hoteleiras j� dispon�veis s�o oferecidas entre R$ 140 mil (Lafaiete) e R$ 195 mil (Reserva Real).
Longe de brigas
Outro grupo que focou seus neg�cios no interior foi o Vista Hot�is & Resorts. A bandeira j� conta com 10 hot�is previstos para cidades mineiras de m�dio porte, al�m de seis em Goi�s. Segundo Jamil Roiz de Paiva, um dos propriet�rios do grupo, esses empreendimentos j� est�o em fase mais adiantada: “Mas queremos � contar com 25 unidades em quatro anos”. As cidades que est�o com empreendimentos j� engatilhados s�o Contagem, Betim e Vespasiano (na Grande BH); Sete Lagoas e Concei��o do Mato Dentro (Regi�o Central), Divin�polis (Centro-Oeste de Minas), Ub� e Visconde do Rio Branco (Zona da Mata). “Tamb�m teremos projetos em Nova Lima e Jo�o Monlevade (ambas na Regi�o Central).”
Roiz calcula investimentos acima de R$ 100 milh�es nos 10 empreendimentos. “Enquanto as grandes redes brigam nas capitais vamos para o interior, que precisa de desenvolvimento nessa �rea”, afirma. “E a palavra Copa n�o est� no nosso dicion�rio”, completa, ao dizer que foram mais de dois anos de pesquisa antes de definir as cidades com mais potencial para receber os hot�is.
Outros a caminho
A Rede Bristols � exemplo de empresa que dividiu seu foco. O grupo est� investindo em oito hot�is. Desses, quatro s�o em BH e quatro, no interior. Os que ficam fora da capital est�o em Betim, Itabira, Ipatinga e Jo�o Monlevade e v�o consumir recursos acima de R$ 60 milh�es.
J� a Arco Hot�is acabou de inaugurar uma unidade em Passos, no Sudoeste de Minas, e prepara projetos para Manhua�u (Zona da Mata), Sete Lagoas e Montes Claros. O investimento m�dio em cada hotel ser� de R$ 10 milh�es e a expectativa � de que cada uma delas gere cerca de 70 empregos. “� o caminho da ro�a. Vamos atr�s de cidades que s�o n�cleos de regi�es em desenvolvimento”, afirma o superintendente da empresa, Rodrigo Mangerotti.
Al�m dos empreendimentos executados por grupos, h� os individuais, lan�ados e depois negociados com grupos hoteleiros. Um exemplo � o hotel que vai ser constru�do na esquina do Ita� Power Shopping, em Contagem. O diretor do Escrit�rio Torres Miranda Arquitetura, J�lio Torres, respons�vel pelo projeto, conta que ser�o 218 quartos, al�m de espa�os comerciais. “A ideia � atender a demanda do polo industrial.”
Em Brumadinho, na Grande BH, est� prevista a constru��o de um hotel dentro do Instituto de Arte Contempor�nea Inhotim. O projeto ter� 42 bangal�s entre 60 e 90 metros quadrados e a autoria da arquiteta Freusa Zechmeister. Segundo o diretor de Comunica��o do Inhotim, Renato Tavares, ainda n�o foi definido um nome ou fechado o valor do investimento. O lan�amento est� previsto para os pr�ximos meses. (GR)