O governo federal precisa criar condi��es para reduzir a taxa b�sica de juros (Selic) para n�veis mais pr�ximos do patamar internacional. A avalia��o foi feita nessa ter�a-feira pelo presidente da Federa��o das Ind�strias do Estado de S�o Paulo (Fiesp), Paulo Skaf. Hoje, no segundo e �ltimo dia da reuni�o do Comit� de Pol�tica Monet�ria (Copom), do Banco Central (BC), a aposta do mercado � de redu��o de 0,5 ponto percentual nos atuais 11,50% da taxa b�sica .
Na opini�o do dirigente da Fiesp, considerando a m�dia mundial de juros reais, que � de 0,4% ao ano, conforme estudo da entidade divulgado nessa ter�a-feira, e a proje��o de infla��o ao redor de 5,6% em 2012, segundo a pesquisa Focus, do BC, o ideal para o Brasil seria que a taxa Selic estivesse atualmente em 6% ao ano e n�o em 11,50% ao ano. "Se for 6,5% ou 7%, tudo bem, mas certamente 11% ou 12% est� errado. N�s estamos em um momento muito oportuno para reduzir os juros", afirmou Skaf, que lan�ou nessa ter�a-feira o "jur�metro", ferramenta que mensura o quanto o governo federal j� gastou com os juros da d�vida p�blica neste ano.
Para o presidente da Fiesp, cabe ao governo federal criar condi��es para reduzir os juros para um patamar mais pr�ximo da m�dia internacional. Questionado, ele n�o respondeu se � ou n�o favor�vel a mudan�as nas regras de remunera��o da caderneta de poupan�a. Em 2009, essas regras impediram uma diminui��o mais intensa dos juros (ca�ram at� 8,75% ao ano entre julho de 2009 e abril de 2010), durante a crise financeira mundial, sob o risco de fuga de capitais do mercado para a poupan�a. Na avalia��o de Skaf, cabe ao governo federal encontrar uma forma de equilibrar a remunera��o da poupan�a de forma a proteger investidores sem prejudicar a competitividade e o crescimento do pa�s.
"Os juros ainda est�o muito distantes desse patamar de 8%. Quando chegarmos l�, voltamos a conversar." Ainda de acordo com o estudo da Fiesp, o custo de capital de giro no pa�s � mais elevado do que no exterior. Por essa raz�o, o impacto desse custo no valor da produ��o � de 6,67%, 4,6 pontos percentuais acima do que o verificado em pa�ses como Chile, It�lia, Jap�o, Mal�sia e Noruega.
Tributos
Segundo a entidade, o custo do capital de giro representa 7,5% do pre�o dos produtos industrializados no pa�s. As despesas do governo federal com os juros da d�vida p�blica, nos 12 meses encerrados em setembro, foi de R$ 231,2 bilh�es, o equivalente a 5,8% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo a Fiesp. Se o Brasil tivesse uma taxa real de 1,78% ao ano, acrescenta, a despesa com juros seria de 0,8% do Produto Interno Bruto (PIB). A Fiesp tamb�m aponta que uma redu��o nos juros diminuiria a carga tribut�ria em 4,5 pontos percentuais, de 33,6% para 29,1% do PIB. Se toda a economia obtida com a redu��o da Selic fosse destinada ao investimento p�blico, acrescenta o estudo, a taxa de investimento aumentaria de 18,4% para 22,9% do PIB.