�s v�speras das comemora��es de fim de ano, o governo vai afrouxar as medidas de conten��o de cr�dito e consumo, adotadas em 2011, na tentativa de incentivar a economia e garantir crescimento, ainda que t�mido, no primeiro trimestre de 2012. Nessa quarta-feira, o ministro do Desenvolvimento, Ind�stria e Com�rcio Exterior, Fernando Pimentel, refor�ou que a equipe econ�mica de Dilma Rousseff anunciar�, “no m�ximo at� a semana que vem”, o desmonte de parte do aparato preparado para segurar a concess�o de financiamentos e a infla��o. Apesar de n�o ter dado detalhes, o ministro destacou que “o que est� em discuss�o, e a Fazenda est� preparando, tem mais a ver com cr�dito. Vamos levantar um pouco as restri��es que tinham sido feitas no in�cio do ano, as tais medidas macroprudenciais”, comentou ao sair da confer�ncia Am�ricas+10, promovida pelo Conselho Empresarial da Am�rica Latina (Ceal).
Os instrumentos que podem ser usados, conforme a avalia��o dos economistas, s�o a redu��o da exig�ncia de dep�sitos compuls�rios dos bancos e o corte na al�quota do Imposto sobre Opera��es Financeiras (IOF) para o financiamento de pessoas f�sicas de 3% para 1,5%. O primeiro, libera mais fundos �s institui��es financeiras para que elas emprestem, enquanto a queda do imposto torna os empr�stimos mais baratos.
A leitura feita pelo mercado � de que o afrouxamento � necess�rio porque a queda da Selic, sozinha, tem impacto m�nimo nas taxas ao consumidor. C�lculo da Associa��o Nacional dos Executivos de Finan�as (Anefac) mostra que a queda de 0,50 ponto percentual para 11% ao ano tem um efeito quase impercept�vel �s pessoas f�sicas. Os juros no com�rcio, por exemplo, caem de 5,44% para 5,40% ao m�s, enquanto a tarifa do cheque especial passa de 8,21% para 8,17% ao m�s .
IPI Pimentel tamb�m nessa quarta-feira que, at� 15 de dezembro, ser� publicado um novo decreto que mudar� as regras para o setor automotivo. "Ser� a segunda etapa do regime automotivo", disse. Pimentel apontou tamb�m que as regras atuais, que determinam aumento de 30 pontos percentuais no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para montadoras que n�o utilizem 65% do seu conte�do produzido no Mercosul, ser�o flexibilizadas.
De acordo com ele, haver� um cronograma para uso de componentes locais e desenvolvimento de tecnologia. "A forma de aferi��o de conte�do local vai mudar. Tudo vai depender do Processo Produtivo B�sico de cada cadeia produtiva", disse.
As empresas que implantarem novas f�bricas ou apresentarem projetos de avan�os tecnol�gicos ter�o tratamento diferenciado no IPI, com prazos melhores para adequarem suas produ��es.
Taxas caem nas concession�rias
A redu��o das taxas de juros para financiamentos de at� 60 meses sem entrada j� est�o chegando para o consumidor, mesmo que lentamente. Segundo Fernando Henrique Dias Lopes, gerente de vendas da concession�ria Grande Minas, da Chevrolet, as taxas cobradas passaram de 1,64% para 1,60% ao m�s pelo Ita�/Unibanco e de 1,67% para 1,52% no banco da Chevrolet.
Al�m da queda na taxa Selic, as mudan�as j� s�o reflexo da suspens�o – h� mais de duas semanas – das medidas de conten��o de cr�dito adotadas pelo governo, que afetaram diretamente os parcelamentos de longo prazo. Segundo as novas regras anunciadas pelo Banco Central, as opera��es de financiamento de ve�culos com prazo de at� 60 meses, passaram a receber fator de pondera��o de risco menor, o que significa que os bancos devem dispor de menos capital pr�prio para efetuar a transa��o. Dessa forma, o custo do dinheiro cai.
Apesar da trajet�ria de redu��o dos juros, empres�rios do setor reconhecem que os reflexos nas vendas – principal motiva��o para o afrouxamento das medidas macroprudenciais – ainda n�o foram sentidos. “As pessoas desconhecem as mudan�as”, pondera Fernando. Mas a resposta do consumidor � uma quest�o de tempo, na avalia��o do gerente de neg�cios da Grande Minas, Neemias Rezende. “Acho que as vendas voltar�o a se aquecer na medida em que o mercado absorver essas quedas”, avalia. Segundo c�lculos do gerente, a retra��o representaria uma economia de R$ 420 no valor final do ve�culo passados os 60 meses de pagamento. “Para o caso de um Celta de R$ 23.990 financiado pelo Ita�/Unibanco”, observa.
Mesmo que j� tenham se passado mais de 15 dias desde o an�ncio da mudan�a, ainda h� bancos que n�o cortaram os juros. Segundo Ant�nio Longuinho, gerente comercial da concession�ria Pisa Ford, das cinco institui��es financeiras com as quais trabalha, somente uma reduziu o custo dos financiamentos de longo prazo sem entrada. “Passou de 1,63% ao m�s para 1,52%”, afirma. Na Recreio, concession�ria Volkwagen, a percep��o � a mesma. “Nem todos mudaram a tabela de juros depois do an�ncio do Banco Central e ainda precisam de tempo para se adequar”, avalia a supervisora de vendas Luciana Castro.
Com entrada
Para ter acesso a taxas mais competitivas, � preciso garantir um percentual do valor do carro na entrada, que pode variar entre 20% – para financiamento de 36 vezes – e 40% (60 vezes), pol�tica que n�o foi alterada pelo governo. “Nesse �ltimo caso, se a pessoa der os 40%, paga uma taxa de 1,48% ao m�s”, calcula a consultora comercial da Renault Valence, Christiane Sim�es. Para quem n�o tem condi��o de dar a entrada, os valores continuam mais elevados, mas a diferen�a come�a a cair, passando de 1,64% para os atuais 1,54% na concession�ria Renault.