A ind�stria de m�quinas e equipamentos chegou ao limite da capacidade de manter o n�vel de empregos no setor, pressionada pela competi��o com os concorrentes estrangeiros no mercado brasileiro, e agora pela queda do volume das encomendas. Em outubro, a carteira de pedidos das f�bricas recuou quase 20% em rela��o ao mesmo per�odo do ano passado, atingindo 17,5 semanas para atendimento dos clientes. O prazo � inferior ao que as empresas verificavam quando estourou a crise financeira mundial de 2008, de 19 semanas, informou, nessa quarta-feira, a Associa��o Brasileira da Ind�stria de M�quinas e Equipamentos (Abimaq). Segundo o presidente da institui��o, Luiz Aubert Neto, postos de trabalho come�ar�o a ser cortados a partir de janeiro, como medida de ajuste � piora do cen�rio, se n�o houver a retomada de contratos.
“Batemos o topo do n�vel do emprego. A tend�ncia � de uma redu��o no quadro de pessoal das empresas, j� que estamos produzindo a um ritmo mais baixo que o da crise de 2008”, afirmou o industrial. As empresas trabalharam no m�s passado com 81,8% da sua capacidade de produzir, ante 83,1% em id�ntico per�odo de 2010 e 86,2% em outubro de 2008. O faturamento de R$ 7,099 bilh�es de outubro ficou 5,8% abaixo da receita apurada em setembro.
Embora tenha mostrado uma ligeira varia��o positiva de 0,1% no m�s passado, o quadro de 263,7 mil pessoas empregadas nas ind�strias de m�quinas e equipamentos, tamb�m chamados de bens de capital, perde f�lego sistematicamente desde abril. Apesar de modesto, o crescimento da ocupa��o ainda reflete, conforme a Abimaq, o cumprimento dos contratos em andamento. “Corremos o risco de promover demiss�es e se o c�mbio n�o mostrar valoriza��o, as exporta��es v�o cair ainda mais”, disse Luiz Aubert Neto, ao justificar as previs�es de que o desempenho do setor ser� pior neste �ltimo bimestre e no primeiro trimestre de 2012.
Al�m da redu��o das vendas externas da ind�stria, de 4,4% ante setembro, o grande problema para as empresas � preservar fatias do mercado interno. O balan�o da Abimaq mostra que a China n�o est� mais sozinha na estrat�gia de avan�ar sobre a clientela no Brasil. Fabricantes da Alemanha, Estados Unidos, Espanha, Fran�a e Inglaterra encontram no pa�s uma alternativa para compensar a diminui��o das vendas decorrente da crise financeira no Velho Continente e no mercado americano.
Saldo negativo
De janeiro a outubro, as importa��es cresceram 19,6%, quando somaram US$ 24,35 bilh�es, representando um acr�scimo de US$ 3,99 bilh�es no per�odo analisado dos �ltimos 13 meses. As m�quinas e equipamentos importados deram um baile comparadas �s exporta��es brasileiras de US$ 9,68 bilh�es nos primeiros 10 meses do ano. Como resultado, o d�ficit da balan�a comercial do setor foi de US$ 14,66 bilh�es, muito pr�ximo da diferen�a a favor das importa��es (de US$ 15,73 bilh�es) observada em todo o ano passado.
A Abimaq tem insistido junto ao governo federal para que sejam adotadas medidas de prote��o � ind�stria nacional. Foram feitos seis pedidos de salvaguardas contra m�quinas e equipamentos, mas nenhum deles foi atendido. A ind�stria quer medidas com validade para os pr�ximos dois anos, de acordo com Luiz Aubert Neto. “Conversamos com o governo quase toda semana, mas a rea��o � de bicho-pregui�a”, atacou o industrial. As empresas querem a eleva��o do Imposto de Importa��o, desonera��o da cadeia produtiva, redu��o dos encargos financeiros incidentes na compra de m�quinas e equipamentos de origem nacional e medidas de incentivo ao investimento produtivo no Brasil.