
O lucro garantido no entorno das universidades tem o outro lado da moeda. Apesar de garantir alto faturamento �s empresas vizinhas, as faculdades tamb�m influenciam em regras b�sicas de mercado. Um dos melhores exemplos � a especula��o imobili�ria. O aluguel do bar-restaurante de seu Moacir Pereira, cujo primeiro contrato com o dono do im�vel era de R$ 300 mensais, em 1999, j� est� em R$ 3 mil. “O pre�o praticamente dobra a cada dois anos, quando o valor � reajustado”, lamenta o comerciante, enquanto serve mais uma rodada de cerveja aos amigos Guilherme Castro, Marcos Melo, Murilo Neves, V�tor Souza, Lucas Campos e Lucas Veira, estudantes do segundo per�odo do curso de direito do c�mpus S�o Gabriel da PUC Minas. “H� noites em que a rua ao lado fica lotada de gente”, diz o �ltimo futuro bacharel, ajudando a entender o porqu� de o locador de Moacir aumentar tanto o valor do aluguel. Perto do Uni-BH, no tradicional Bairro Lagoinha, Regi�o Nordeste da capital, a especula��o imobili�ria tamb�m cresceu nos �ltimos anos. Corretores que atuam na �rea estimam que o pre�o dos alugu�is subiu cerca de 30% desde 2009. O aumento vale tanto para os im�veis comerciais quanto para os residenciais. Esses, ali�s, s�o alugados rapidamente para os universit�rios que v�m de outras cidades. O Uni-BH tem cerca de 3 mil matr�culas.
A especula��o imobili�ria n�o � o �nico problema dos caixas do com�rcio vizinho �s institui��es de terceiro grau. O faturamento de boa parte dos empreendimentos despenca durante os tr�s meses em que os universit�rios curtem as f�rias escolares: janeiro, julho e dezembro. “Nove em cada 10 clientes s�o da PUC Minas. Nas f�rias, h� dias em que n�o entra nenhum ve�culo aqui. Temos capacidade para 106 carros”, ilustra Edson Rodrigo de Jesus, respons�vel pelo turno da manh� de um estacionamento particular na Avenida Dom Jos� Gaspar, no Cora��o Eucar�stico, pr�ximo � portaria dos cursos de engenharia da PUC Minas.
A propriet�ria do estacionamento aproveita a baixa demanda nos tr�s meses para dar f�rias aos funcion�rios. “Uma pessoa sair� de f�rias em dezembro. Quando voltar, em janeiro, outra curtir� as suas”, acrescentou Edson. A baixa demanda em janeiro, julho e dezembro tamb�m atinge o estacionamento Paraki, que funciona quase em frente � portaria do curso de odontologia da mesma institui��o e conta com 180 clientes. “Quase todos s�o da faculdade”, conta o gerente, Paulo Sales Santos.
PLANEJAMENTO
Freanqueado de duas unidades da Subway, ambas vizinhas a pr�dios da UNA, nos bairros Santa L�cia e Barro Preto, Mateus Mourthe Marques Lage revela que a estrat�gia � se esfor�ar para aumentar o lucro nos meses de aula, para suprir a “significativa queda” registrada durante as f�rias escolares. “� importante programar o fluxo de caixa, aumentar o faturamento nos outros meses. Por isso, foi importante implantarmos, numa das lojas, um hor�rio de atendimento at� as 5h e o servi�o de delivery”, disse o empres�rio, acrescentando que outra sa�da � conceder f�rias a funcion�rios.
Mas, como toda regra tem sua exce��o, os meses de f�rias nas universidades podem ajudar comerciantes. � o caso de Matheus Daniel, estudante de gastronomia da Est�cio de S� que, nesta semana, inaugura um restaurante em frente � institui��o. O per�odo de baixa temporada, explica, � importante para treinar funcion�rios e sanar algum eventual v�cio do empreendimento. At� por isso, continua, nem todas as 20 vagas de trabalho previstas para o restaurantes ser�o abertas de imediato. A previs�o, acredita, � de que boa parte seja gerada em fevereiro, na volta �s aulas.