Os irlandeses, elogiados pelos sacrif�cios realizados desde que receberam um resgate internacional, receberam nesta segunda-feira mais um corte nos gastos p�blicos, desta vez de 2,2 bilh�es de euros, anunciados antes da apresenta��o oficial na ter�a-feira do novo plano de austeridade.
O ministro dos Gastos P�blico, Brendan Howlin, detalhou ante o Parlamento os cortes inclu�dos neste que � o quarto or�amento de ajuste consecutivo desde a quebra do chamado Tigre Celta, em 2008.
O or�amento, conforme assegurou no domingo o primeiro-ministro Enda Kenny "ser� severo, mas h� maneiras de contorn�-lo". Entra as medidas, haver� tamb�m um aumento do Imposto sobre o Valor Agregado (IVA) que afetar� toda a popula��o.
Em plena crise da Eurozona, este novo esfor�o pode ter consequ�ncias para toda a Uni�o Europeia (UE), o que deve alimentar o ressentimento dos irlandeses sobre a Europa, num momento em que ressurge a hip�tese de um referendo sobre os projetos franco-alem�es sobre uma modifica��o do tratado de Lisboa.
"A Irlanda respalda a ideia de uma governan�a econ�mica mais forte na Europa e especialmente na Eurozona, porque o povo irland�s paga hoje pela aus�ncia dessas regras", disse Kenny em um discurso no domingo � noite.
Em novembro de 2010, a Irlanda, que se encontrava � beira do colapso devido � quebra do setor banc�rio, firmou um plano de ajuda de 85 bilh�es de euros com a UE e o Fundo Monet�rio Internacional (FMI), convertendo-se no segundo pa�s europeu resgatado depois da Gr�cia.
O governo anunciou posteriormente um plano de ajuste para economizar 15 bilh�es de euros em quatro anos e reduzir assim o d�ficit colossal (32% do PIB em 2010). Apesar da melhoria de seus resultados econ�micos, a Irlanda est� ainda longe de ter se recuperado, disse Kenny a seus compatriotas.
"Eu gostaria de afirmar-lhes que o pior j� passou, mas n�o seria verdade", disse o primeiro-ministro. Atualmente, o desemprego afeta mais de 14% da popula��o e continua crescendo.
O ministro das Finan�as, Michael Noonan, deve explicar na ter�a-feira a alta dos impostos durante a apresenta��o oficial do or�amento no Parlamento. Nesse contexto, espera-se que o IVA seja ampliado em dois pontos, para 23%, mas o imposto de sociedades deve manter-se em seu competitivo patamar de 12,5%, mesmo sob press�o de Paris e Berlim.
Kenny prometeu aos irlandeses que seu objetivo seria precisamente que o pa�s "recuperasse sua soberania econ�mica". A oposi��o, no entanto, critica sua "falta de vis�o". Gerry Adams, o l�der do euroec�tico Sinn F�in, lhe criticou por n�o aportar aos irlandeses os "motivos de esperan�a" que permitiriam justificar os sacrif�cios pedidos.