Quem resiste � gastan�a do fim de ano e consegue guardar parte do que embolsou pode aproveitar a �poca de bonifica��es e 13º sal�rio para pensar no futuro, come�ando um plano de investimento. No pa�s, uma das op��es que crescem na prefer�ncia dos brasileiros � a previd�ncia privada aberta. O setor, composto pelos planos comercializados por bancos e seguradoras, atingiu 12 milh�es de contratos no Brasil, segundo dados da Federa��o Nacional de Previd�ncia Privada e Vida (Fenaprevi), e movimentou de janeiro a setembro, �ltimos dados dispon�veis, R$ 37,3 bilh�es, alta de 20,57% na compara��o com o mesmo per�odo do ano anterior.
Com o crescimento da renda da popula��o e principalmente da classe C, bancos e seguradoras est�o lan�ando no mercado produtos de baixo custo para fisgar tamb�m a classe m�dia e ampliar a carteira do segmento, ainda bastante concentrada nas classes A e B, de alta renda. “Hoje � poss�vel um plano de previd�ncia a partir de R$ 25”, diz Sandro da Costa, gerente de intelig�ncia de mercado da Brasilprev, empresa do conglomerado do Banco do Brasil (BB). Segundo ele, o aporte para quem poupar por cerca de 18 anos � suficiente para um empurr�o, por exemplo, na faculdade do filho.
A previd�ncia privada trabalha com dois produtos b�sicos, diferentes no modo de tributa��o, os planos PGBL, para quem faz a declara��o completa do Imposto de Renda (IR), e o VGBL, direcionado para a declara��o simplificada. O chamariz do setor neste fim de ano � a chance de abatimento do investimento no IR. Segundo Leonardo Louren�o, superintendente de produtos da seguradora Mongeral Aegon, uma das vantagens para quem contrata um plano de previd�ncia ainda este ano � receber os benef�cios fiscais j� na pr�xima declara��o de IR. “As contribui��es para o plano de previd�ncia PGBL podem ter abatimento de at� 12% da renda bruta anual na pr�xima declara��o”, apontou.
Longo prazo
De acordo com os c�lculos mostrados por Louren�o, uma fam�lia com renda de R$ 10 mil por m�s que investe R$ 1,2 mil mensais na previd�ncia, ao longo de 30 anos, ter� cerca de R$ 1,7 milh�o, considerando a taxa de rendimento de 8% ao ano. Se reinvestir o abatimento do Imposto de Renda, pode ampliar este valor para R$ 2,1 milh�es, ou seja, cerca de R$ 400 mil a mais.
A servidora p�blica federal Patr�cia Markiewicz se prepara para se aposentar no ano que vem. Para se precaver, contribui com previd�ncia privada e no final do ano as reservas v�o para esta aplica��o. “Nem todos os brasileiros t�m a chance de contribuir com um sistema alternativo, mas percebo que quem pode ter uma reserva est� preocupado em investir.”
Na busca por clientes, o setor financeiro diversificou bastante a carteira de produtos da previd�ncia privada. Al�m de ofertar alternativa para a aposentadoria, crian�as podem ter um plano feito pelos pais e tamb�m j� � poss�vel lan�ar m�o do produto para projetos de mais curto prazo, em m�dia com saques a partir de 10 anos. No entanto, para quem realmente tem como foco construir uma renda extra para quando sair do mercado de trabalho, o ideal � que a poupan�a seja feita ao menos por 30 anos. No caso da Brasilprev, 60% da carteira � composta por investidores de at� 40 anos de idade.
Disciplina
Segundo especialistas, para investir na previd�ncia privada � preciso que o contribuinte tenha n�o s� recursos, mas uma caracter�stica pessoal de peso: a disciplina. Para eles, se o investidor n�o tem organiza��o, � melhor fugir dos investimentos a longo prazo porque caso desista no meio da caminhada, fatalmente vai perder dinheiro. Outra dica � que para realizar bons neg�cios na modalidade � preciso estudar como a ferramenta funciona.
Entretanto, analistas financeiros recomendam a poupan�a a longo prazo quase como uma palavra de ordem, mas a cultura cresce aos poucos entre os brasileiros. A aposentada Marlene Alves, 71 anos, comenta que o valor pago pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) � pequeno e, mesmo assim, quando estava na ativa praticamente n�o existiam informa��es sobre a previd�ncia privada. “N�o fiz este investimento, nem sabia como ele funcionava, mas meus filhos e netos pagam previd�ncia privada.” O analista de sistemas Leonardo Miguel Santos completou 33 anos de idade e dois de contribui��o com a previd�ncia. Ele diz que freia o consumo sempre que sua reserva mensal � amea�ada. Seu plano � contribuir por 35 anos no setor privado. “Sempre aproveito a renda extra para investir porque a aposentadoria p�blica n�o � suficiente para manter o padr�o de vida que tenho hoje.” Apesar de contribuir com o sistema privado h� dois anos, ele lamenta o tempo perdido. “Comecei a trabalhar aos 16 anos, deveria ter contribu�do desde ent�o.”
Leopoldo Grajeda (Matem�tico e gestor de investimentos)
“A previd�ncia privada aberta deve ser olhada com cuidado. O investidor n�o tem controle sobre os recursos, colocados em ativos do banco de baixo rendimento. Quando ocorre o contr�rio, n�o h� grande benef�cio para o investidor. Um exemplo � o que ocorreu com a bolsa de valores, que em 2008 registrou queda de 60% e os planos de previd�ncia levaram o preju�zo integral. Quando em 2009 houve a recupera��o e a bolsa cresceu 80%, os fundos ficaram com valoriza��o entre 15% e 18%. O preju�zo foi dos fundos. O lucro, dos bancos. Quanto aos benef�cios fiscais do Imposto de Renda, o racioc�nio � o mesmo, isso sem dizer que o prazo m�nimo para que o investidor tenha o benef�cio � de 10 anos. A previd�ncia privada aberta tem retorno quase t�o ruim quanto o da poupan�a, a diferen�a � pequena. Outros fundos como o CDB s�o t�o seguros quanto a caderneta e podem ser boa op��o para quem tem a partir de R$ 20 mil para investir.”
Desconto do Le�o
Se o cliente declara o IR pelo formul�rio completo, poder� utilizar o plano de previd�ncia PGBL para abater at� 12% da sua renda bruta anual
Para quem declara o IR pelo formul�rio simples, o plano VGBL s� � tributado sobre os rendimentos
O contribuinte da previd�ncia privada pode escolher entre a tabela progressiva (al�quota de 0% a 27,5%, de acordo com o valor recebido) e a regressiva (de 35% a 10%, de acordo com o tempo de perman�ncia do dinheiro no plano). Uma vez feita, a escolha n�o pode ser mudada
FONTE: Mongeral Aegon
13� PARA GARANTIR A APOSENTADORIA