Neste Natal, prefeituras de cidades como Atenas, Madri ou Lisboa v�o cortar drasticamente o n�mero de l�mpadas usadas para decorar seus edif�cios p�blicos. Para milh�es de europeus que nos �ltimos meses j� perderam seus postos de trabalho, tiveram sal�rios reduzidos ou apenas temem ser afetados pela crise, a ordem tamb�m � n�o consumir.
Este Natal ser� apenas uma pequena amostra do ajuste que a regi�o ter� de passar nos pr�ximos anos. Se a era da austeridade foi estabelecida literalmente por decreto na sexta-feira, numa c�pula da UE, sua transforma��o em a��es amea�a ser recebida com mais protestos e, segundo analistas, com mais quedas governos nas pr�ximas elei��es.
Pelo pacote de reformas aprovado, governos ter�o de equilibrar suas contas e qualquer d�ficit acima de 3% do PIB ser� punido. O teto da d�vida p�blica ser� de 60%. Na pr�tica, para chegar ao que a UE se prop�e, � preciso reduzir gastos num valor equivalente a um Brasil e meio em PIB - cerca de US$ 3,6 trilh�es.
A chanceler Angela Merkel j� alertou que esse ajuste n�o ocorrer� do dia para a noite. "A solu��o para a crise levar� anos para ser implementada. N�o h� um big bang", disse, tentando preparar a popula��o europeia para um longo per�odo de sacrif�cios.
Os cortes, que j� come�aram a ocorrer por toda a Europa, d�o uma dimens�o do que pode ser esse sacrif�cio. Em praticamente todos os pa�ses, trabalhadores ter�o de trabalhar mais horas por dia e durante mais anos. Em Portugal, o PIB no terceiro trimestre voltou a cair 5%, depois que o governo adotou o pacote de austeridade no modelo exigido por Bruxelas.
Na Irlanda, o Instituto de Pesquisa Social e Econ�mica aponta que os cortes no or�amento de 2012 ter�o maior impacto justamente na camada mais pobre, que depende dos benef�cios sociais e vai perder 500 milh�es.
Na Gr�cia, o pacote de austeridade exigir� em 2012 o corte de 15% no sal�rio dos funcion�rios p�blicos e a demiss�o de 20% deles. Duas mil escolas fechar�o as portas. Segundo a consultoria Deloitte, as vendas de Natal na Gr�cia v�o cair 25% ante 2010, que j� havia sido desastroso.