Passado o choque de Bruxelas, os setores econ�micos e financeiros se perguntam se o veto do primeiro-ministro brit�nico David Cameron vai realmente servir aos seus interesses em longo prazo como proclamado.
A implementa��o deste veto foi exigida pelo lobby financeiro - pr�ximo ao Partido Conservador de David Cameron - convencido h� meses de que Paris e Berlim buscavam por todos os meios uma maneira para minar o poder da City de Londres.
"Foi uma decis�o dif�cil, mas ela ajuda a proteger os interesses econ�micos da Gr�-Bretanha", onde mais de 10% da riqueza nacional procede do setor financeiro, reafirmou neste fim de semana � BBC o ministro das Finan�as George Osborne.
O primeiro-ministro realmente recebeu o apoio de alguns grandes nomes da City. Para varrer as d�vidas sobre as consequ�ncias de um isolamento do Reino Unido na Europa, o diretor geral da corretora Tullet Prebon, Terry Smith, afirmou que seu pa�s "est� isolado como um homem que perde o embarque do Titanic".
Mas, muitos analistas s�o c�ticos quanto � efic�cia do veto da Gr�-Bretanha para alterar os projetos europeus de regula��o financeira que ela combate. "O Reino Unido n�o faz mais parte do c�rculo principal, os interesses que ele tenta preservar podem ser prejudicados", resumiu o Financial Times, que ainda afirmou ser uma "estrat�gia arriscada se voltar" contra seus parceiros.
A auto-exclus�o dos brit�nicos n�o deve, evidentemente, ajud�-los a encontrar os aliados necess�rios para bloquear as decis�es, que s�o decididas entre os europeus por uma maioria qualificada.
A influente Associa��o dos Banqueiros Brit�nicos (BBA) transpareceu suas d�vidas, apesar de ter sido a primeira a exigir do governo firmeza em rela��o � Bruxelas. "N�s precisamos avaliar o impacto que esta nova situa��o ter� sobre a capacidade do Reino Unido de adotar regulamenta��es sensatas, isso � um ponto crucial", explicou a diretora geral da BBA, Angela Knight.
As opini�es s�o igualmente compartilhadas ao que diz respeito ao projeto de taxa��o das transa��es financeiras, comparada por George Osborne a "um tiro destinado a atingir o cora��o da City".
Londres j� disp�e de um direito de veto sobre este projeto, pois diz respeito � tributa��o. Contudo, a nova situa��o na Europa poder� facilitar para aqueles, que como a Fran�a e a Alemanha, planejam adotar a taxa no n�vel dos pa�ses da Eurozona.
Alguns acreditam que a entrada de capitais puderia ajudar Londres a fugir deste imposto, enquanto outros afirmam o contr�rio, que a City sofreria os efeitos, mesmo sem se pronunciar.
Paralisado com a perspectiva de um colapso da zona do euro, que j� atingiu o com�rcio brit�nico, o setor empresarial est� preocupado: j� amea�ado pela crise da d�vida de seus vizinhos que agora se move para "territ�rios desconhecidos", disse alarmado o l�der empresarial, John Cridland.