As proje��es para o crescimento do pa�s est�o piorando. A pesquisa Focus, feita pelo Banco Central (BC) com agentes do mercado que apontam as perspectivas da economia brasileira, revisou para baixo o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2011 de 3,09% para 2,97%. H� um m�s, o mercado previa alta para o PIB de 3,16% este ano. As proje��es para 2012 tamb�m se deterioraram. A m�dia das expectativas para a expans�o da economia no ano que vem recuou de 3,48% para 3,40%, ante os 3,50% registrados quatro semanas antes.
Se aos olhos dos agentes de mercado no Brasil a desacelera��o � um fato, tamb�m o � na avalia��o do mercado internacional. Segundo a Organiza��o para a Coopera��o e o Desenvolvimento Econ�mico (OCDE), a economia brasileira registrou a segunda maior desacelera��o entre os 34 pa�ses membros em outubro. O �ndice de indicadores antecedentes da organiza��o para o Brasil recuou de 102,3 pontos em outubro de 2010 para 94,2 pontos em igual m�s deste ano, uma queda de 7,9%. Na compara��o com setembro, o �ndice para o pa�s caiu 0,5%. Al�m do Brasil, s� a �ndia teve um recuo percentual maior do indicador, de 8,7%. Entre todos os membros da Zona do Euro, houve uma queda de 5,1% em bases anuais.
O recuo nas previs�es de crescimento divide analistas. Para Carlos Corad, presidente da Engenheiros, Financeiros e Consultores (EFC), o BC demorou a iniciar a redu��o da taxa b�sica de juros (Selic) da economia, o que levou ao desaquecimento. “Se voc� volta o filme para alguns meses atr�s, percebe que a maioria dos economistas do BC queria continuar aumentando a Selic. Vai haver aperto na economia”, lamenta. Corad tem sido um persistente combatente dos juros altos no pa�s. “� um absurdo pagar um juro t�o alto como a ponta tomadora de cr�dito continua pagando. Esse juro para o consumidor tem crescido mesmo quando a Selic recua.”
Alcides Leite, professor da Trevisan Escola de Neg�cios, pensa diferente. Ele acredita que com o fim do ano as previs�es est�o chegando ao ajuste, mas espera que o pa�s cres�a mais no ano que vem. “Demora um pouco, mas o governo vai incentivar o cr�dito e reduzir os juros e impostos em alguns setores. A economia brasileira vai responder.”
Nem mesmo o est�mulo via redu��o da Selic e as medidas fiscais adotadas pelo governo (redu��o do Imposto sobre Produtos Industrializado - IPI - para eletrodom�sticos da linha branca) foram suficientes para apaziguar o mercado.
Contas Por outro lado, a pesquisa mostra a melhora das estimativas para o d�ficit em transa��es correntes do Brasil. No levantamento divulgado nessa segunda-feira, a mediana das estimativas para o saldo negativo em conta-corrente em 2012 caiu de US$ 68,15 bilh�es para US$ 68 bilh�es. Para 2011, a previs�o de d�ficit tamb�m recuou e passou de US$ 54,53 bilh�es para US$ 54,30 bilh�es. H� um m�s, a expectativa de rombo das contas externas estava em US$ 68,63 bilh�es no pr�ximo ano e em US$ 55 bilh�es em 2011.
A pesquisa tamb�m aponta que a expectativa de super�vit comercial em 2012 subiu de US$ 17 bilh�es para US$ 17,45 bilh�es. Para 2011, a proje��o subiu pela terceira semana seguida e passou de US$ 28,70 bilh�es para US$ 28,77 bilh�es.