O presidente da Federa��o das Ind�strias do Estado de S�o Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, afirmou hoje que o governo da presidente Dilma Rousseff ainda n�o tem uma marca, ao contr�rio dos governos dos ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Luiz In�cio Lula da Silva. Durante evento em que fez um balan�o de 2011 e proje��es para 2012, Skaf fez duras cr�ticas � pol�tica econ�mica do governo Dilma, que, segundo ele, exagerou nas medidas para conter a demanda e o crescimento neste ano.
Segundo Skaf, enquanto a marca do governo FHC foi a estabilidade monet�ria e a Lei de Responsabilidade Fiscal, e a do governo Lula foi a distribui��o de renda e a ascens�o da classe m�dia, o governo Dilma, ao menos em seu primeiro ano, ainda n�o mostrou a que veio.
"Mudan�a de ministros n�o pode ser considerada uma marca. Faxina ent�o, � um termo at� estranho, porque no fundo foi a presidente quem escolheu os ministros que sa�ram. Ao rever essas nomea��es, ela reconhece um erro, o que at� � um m�rito, pois � prefer�vel errar e corrigir a se omitir", afirmou. Para Skaf, Dilma tem o apoio da maioria do Congresso e poderia aprovar medidas para solucionar muitos problemas do Pa�s, entre eles, a guerra fiscal entre os Estados, a guerra dos portos e a burocracia. "N�o ser� desta Federa��o que o governo vai ouvir elogios."
Skaf tamb�m fez cr�ticas � pol�tica econ�mica do governo da presidente Dilma Rousseff. "Em ano como o de 2011, em que o governo anuncia um crescimento de 5% e termina com metade disso, podemos dizer que, ou o governo errou, ou exagerou na dose das medidas para esfriar a economia", afirmou. "Na nossa vis�o, poder�amos ter tido um resultado muito melhor neste ano. O Pa�s n�o avan�ou, s� marcou passo."
Para o presidente da Fiesp, o Comit� de Pol�tica Monet�ria (Copom) errou ao elevar os juros ao longo do primeiro semestre do ano. "A crise ainda n�o chegou ao Brasil, mas o Pa�s j� esfriou. Aconteceu aquilo que n�s fal�vamos que iria acontecer. Foi errado o aumento dos juros no primeiro semestre, foi errada a preocupa��o com a demanda", criticou.
De acordo com Skaf, o aumento da taxa b�sica de juros n�o tem o poder de reduzir os pre�os dos alimentos e de commodities. "N�o sou a favor de uma infla��o mais alta nem acho que isso � necess�rio para termos mais crescimento", afirmou. "Mas, se a infla��o estourar o teto da meta, ser� por pouco. Ent�o, podemos considerar que vai terminar no teto, o que j� estava previsto desde o in�cio do ano."
O diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econ�micos da Fiesp, Paulo Francini, disse a que entidade � favor�vel ao sistema de metas de infla��o. Ponderou, por�m, que, durante momentos de redu��o da atividade econ�mica, a infla��o tende a cair mesmo que os juros n�o sejam elevados. Segundo o assessor de assuntos estrat�gicos da Presid�ncia da Fiesp, Andr� Rebelo, os servi�os est�o pressionadas devido � incorpora��o de 30 milh�es de pessoas � classe m�dia. "Essa press�o dos pre�os dos servi�os est� relacionada ao ajuste estrutural pelo qual a economia est� passando por causa da distribui��o de renda", afirmou.
Skaf criticou tamb�m a pol�tica de defesa comercial do governo. "N�o existe equipe de defesa comercial � altura do Pa�s", afirmou, ressaltando que se referia ao tamanho da equipe, mas n�o � qualidade dos funcion�rios. Segundo ele, o Pa�s tem hoje um c�mbio irreal, que reduz a competitividade dos produtos brasileiros, alto custo log�stico, de energia el�trica e de g�s. "N�o sei se falta sensibilidade ou conscientiza��o por parte do governo sobre a import�ncia da ind�stria brasileira."
As medidas j� adotadas pelo governo direcionadas � ind�stria foram "muito calmas", avaliou Skaf. "O Reintegra, a �nica medida horizontal, porque todas as outras foram setoriais, at� agora n�o foi regulamentado", disse. "Encerramos o ano com juros altos cr�dito reduzido, importa��es desenfreadas, c�mbio valorizado e vol�til."