
Na contagem regressiva para a chegada do Papai Noel, lojistas da Savassi arrega�am as mangas e correm atr�s do preju�zo dos �ltimos meses, que significou derrubada de vendas, fechamento de lojas e demiss�o de funcion�rios. Duas semanas depois de as obras da Pra�a da Savassi terem sido paralisadas, os desvios de tr�nsito desobstru�dos e, com isso, o caos na regi�o interrompido temporariamente, comerciantes comemoram o retorno dos frequentadores �s ruas de um dos principais centros comerciais da capital. Estimativas da C�mara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH) d�o conta de que o fluxo aumentou 50% desde ter�a-feira, faltando 10 dias para o Natal. Com isso, numa previs�o otimista, a expectativa � de aumento de at� 10% das vendas em rela��o ao per�odo natalino do ano passado.
A pedido do empresariado, oper�rios ganharam folga e m�quinas foram desligadas desde o dia 1º para que a poeira, o barulho e as interven��es n�o atrapalhassem a rotina de vendas do melhor per�odo para o com�rcio da cidade. Somado a isso, um dia antes foi feito o dep�sito da primeira parcela do 13º sal�rio, dando in�cio � maratona de compras de presente de Natal. “� percept�vel a melhoria do movimento nos �ltimos 10 dias. Agora voltamos a ter possibilidade de vendas melhores que as do ano passado”, afirma o diretor do Conselho Savassi da CDL-BH, Alessandro Runcini.
Mas a expectativa � de melhoras ainda mais significativas a partir de s�bado, o �ltimo fim de semana antes do Natal. Outro fator que tamb�m deve influenciar � o recebimento da segunda parcela do 13º sal�rio na pr�xima ter�a-feira. Apesar de mais ‘magra’ – por tratar-se da parcela sobre a qual incidem os descontos –, depois de pagar contas com a primeira parcela, � tamb�m esse dinheiro extra que permite ao consumidor ir �s compras, retomando o movimento na regi�o depois de as vendas terem ca�do aproximadamente 60%, segundo a CDL-BH.
Localizada num dos quarteir�es fechados da Rua Pernambuco, a loja de brinquedos Ri Happy � uma das principais beneficiadas pelo retorno da clientela. Depois de um per�odo de ‘vacas magras’, com a perda aproximada de um quarto da clientela, tendo como justificativa a obra, a empresa precisou contratar 40 funcion�rios tempor�rios, mais que triplicando o quadro. “Tivemos uma alavancada no ritmo de vendas”, diz a gerente da loja, Sandra Brito, em rela��o ao com�rcio depois da libera��o das cal�adas para o tr�nsito de pedestres. Otimista, ela prev� crescimento de vendas de 10%, aumento que, inclusive, resultou no esgotamento, tempor�rio do estoque de brindes.
Recupera��o
No per�odo de obras, entre maio e novembro, as vendas na loja de cal�ados femininos Melissa Byu ca�ram cerca de 20%. Para retomada do faturamento, a op��o foi por estender o hor�rio de funcionamento at� as 20h e aumentar a equipe. Com isso, a loja voltou a ficar cheia de compradores e as vendas subiram 50% no comparativo com novembro. No entanto, ainda � preciso crescer um pouco mais para equiparar com o Natal do ano passado. “D� para notar que o volume de carros � maior. � o cliente chegando para comprar. E a gente ainda se beneficia, porque o cliente � obrigado a passar na porta da loja”, afirma a gerente Aline Graziele Ferreira Barbosa.
Apesar de ter sido menos afetado pelo per�odo de obras, por n�o estar localizado no miolo da Savassi, o Shopping 5ª Avenida confirma a tend�ncia de retorno dos frequentadores acima da previs�o. A expectativa era de que houvesse circula��o at� 40% maior de clientes em rela��o aos meses anteriores. No entanto, os registros apontam aumento de 50%, o que resulta em 10% a mais de vendas, segundo a administra��o do mall. Mais otimista que a m�dia dos comerciantes, a propriet�ria da loja Cl�udia Marisguia, Fausta Fonseca, acredita em 20% de aumento, mas adverte: “Ainda falta um ‘up’ final. Tem muita gente s� pesquisando”, diz.
Para receber a clientela de volta, as �rvores dos canteiros centrais das avenidas Get�lio Vargas e Crist�v�o Colombo foram decoradas com ilumina��o colorida e piscante, em substitui��o � colora��o avermelhada da poeira que restava do trabalho de escava��o das ruas e cal�adas. Al�m disso, atendendo a pedido dos comerciantes, a PM refor�ou o policiamento na regi�o, com militares atuando exclusivamente nas ruas do centro comercial.
Oper�rios e m�quinas Voltam �s ruas no dia 2
Depois de 30 dias de interrup��o das obras, oper�rios devem voltar � ativa a partir de 2 de janeiro, com o objetivo de concluir as interven��es entre a segunda quinzena de mar�o e a primeira de abril. Em seis meses foram feitas as interven��es consideradas mais dif�ceis, como a eleva��o da pista no cruzamento entre as avenidas Get�lio Vargas e Crist�v�o Colombo. O que resta a fazer, no entanto, � justamente o que deve dar charme � nova Savassi, como a implanta��o de fontes luminosas, canteiros, jardineiras e todo o mobili�rio urbano.
Conclu�das as obras, a inten��o da C�mara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH) � transformar a regi�o em um shopping a c�u aberto. A inten��o � estender o hor�rio de funcionamento das lojas at� as 21h, promover eventos musicais e art�sticos nos quarteir�es fechados e criar um corredor cultural unindo a Pra�a da Liberdade ao cora��o da Savassi – a Pra�a Diogo de Vasconcelos – por meio da Avenida Crist�v�o Colombo. “Essa melhoria de fluxo se deve ao Natal e � libera��o das cal�adas, mas esperamos um aumento ainda maior da circula��o a partir de uma nova fase da Savassi. Mas isso deve ocorrer apenas depois de mar�o, quando os frequentadores se acostumarem com a revitaliza��o”, afirma o presidente do Conselho Savassi da CDL-BH, Alessandro Runcini.
Por �ltimo, a proposta da prefeitura � criar estacionamentos subterr�neos, o que deve garantir ao consumidor a possibilidade de parar o ve�culo e andar a p� pelas ruas para fazer as compras. H� ainda a expectativa do novo ramal do metr�, que deve ligar a Pampulha � Savassi, facilitando � popula��o o acesso � regi�o por meio de transporte p�blico. (PRF)