Minas vai crescer menos que o Brasil em 2012, repetindo o cen�rio de 2011, segundo os industriais mineiros. Momentos antes da coletiva de imprensa que anunciaria o balan�o da economia mineira e brasileira em 2011 e as perspectivas para 2012, a equipe da Federa��o das Ind�strias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) recolheu o material com os dados impressos h� 10 dias e o substituiu por outro, revisto �s pressas.
Os �ltimos dados do PIB trimestral do estado motivaram a revis�o e confirmam que a situa��o � pior do que se imaginava. Embora os diretores da federa��o tentem sustentar otimismo no discurso, nas novas perspectivas, o Produto Interno Bruto mineiro (PIB) em 2012 sofrer� mais impacto da crise econ�mica da Zona do Euro que a m�dia nacional.
Enquanto as proje��es para o PIB do Brasil, no pr�ximo ano, se mant�m em 3,4%, a soma das riquezas de Minas deve cair dos 4% anteriormente previstos para 2,8%. Neste ano, n�o deve passar de 2,6%, contra os 4,1% das proje��es que seriam divulgadas. A varia��o da produ��o industrial este ano n�o deve passar do 0,1%, chegando, no pr�ximo ano, a 1%.
“Se eu fosse economista, j� tinha desistido, mas como sou industrial eu preciso acreditar que as coisas v�o melhorar”, diz Olavo Machado, presidente da Fiemg. O economista da federa��o, Guilherme Velloso Le�o, n�o facilita: “At� este momento, 2012 carrega incerteza muito grande em rela��o � crise europeia”.
Segundo ele, a soma das d�vidas soberanas dos pa�ses europeus em situa��o mais preocupante mostra que o fundo de estabiliza��o � insuficiente. “Por isso, nossas proje��es se baseiam na manuten��o desse cen�rio. Como n�o h� perspectiva de solu��o, se n�o houver nenhuma hecatombe, acreditamos que o corte de cr�dito na Europa vai impactar na Am�rica Latina”, acrescenta.
Com 18% do PIB mineiro voltado para exporta��o, a vulnerabilidade �s turbul�ncias do mercado � o principal problema, segundo Velloso. “As commodities em Minas s�o 65% das nossas exporta��es; no Brasil s�o 40%”, destaca o economista. Diante disso, solu��o de fortalecimento da economia mineira, bastante concentrada no extrativismo e metalurgia, demandaria investimentos que trariam retorno a longo prazo.
A press�o do Pib�o chin�s registrado em Minas em 2010 tamb�m precisa ser relativizada, com a base fraca da situa��o de crise de 2009, segundo Machado: “Achamos que a situa��o estava excelente, mas a economia estava, na verdade, se recuperando. � tend�ncia natural que as coisas se estabilizem”. Mas ele mesmo emenda: “A ind�stria que n�o nasce para crescer, nasce para morrer”.