
Viviane Helena Pantuzzo j� cobriu o p� da �rvore de Natal e garante que manteve o comportamento de consumo estimulada pelo bom momento do mercado de trabalho. “Continuo gastando da mesma forma porque n�o tenho visto t�o diretamente o problema da crise como ocorreu em 2009”, sustenta. Para Marinalva Santos e o marido Silv�nio da Silva Guimar�es, este ano � tamb�m de comemora��o. “Em 2010, n�o compramos nada. Agora, estou comprando um tanquinho de lavar roupa para me presentear”, afirma Marinalva, enquanto escolhe o modelo de 6kg, no valor de R$ 380, que dever� ser pago em cinco presta��es.
Coordenador do Centro de Pol�ticas Sociais da Funda��o Get�lio Vargas, Marcelo Neri, considera o consumo no Brasil este ano t�o importante para o crescimento do pa�s quanto o craque Pel� foi para o futebol. “O mercado interno � que segura as pontas da economia brasileira”, justifica. A compara��o faz todo sentido, a despeito do peso das exporta��es nos indicadores do pa�s. “A desigualdade tem ca�do e as pessoas mais pobres t�m uma propens�o maior ao gasto. Esse pode n�o ser um amortecedor suficiente para conter os efeitos da crise europeia no Brasil, mas � melhor enfrentar essa crise com um amortecedor do que sem ele”, resume Neri.
Segundo o Centro de Estudos Sociais da FGV, desde 2003, 3,9 milh�es de pessoas foram incorporadas � nova classe m�dia. Para Neri, o valor desse segmento da popula��o para a economia brasileira hoje � maior do que foi no per�odo do boom do mercado internacional (at� meados de 2008). Acho que o desempenho do Brasil nessa turbul�ncia externa est� sendo melhor do que foi no fim de 2008”. A nova classe m�dia responde por 48% do gasto gerado com consumo no Brasil”.

O governo tem sustentado que o recuo das vendas do varejo registrado em 2011 foi calculado. Era preciso conter o crescimento para controlar a infla��o, que terminar� o ano rompendo o teto da meta, na casa dos 6,5%, conforme previs�es de mercado. Para isso, adotou medidas anti-consumo a partir do fim do ano passado, como a retirada dos incentivos fiscais e a eleva��o dos juros b�sicos da economia durante todo o primeiro semestre de 2011. “Tudo isso se refletiu nas vendas do com�rcio durante o ano”, observa Marianne Hanson, economista da Confedera��o Nacional do Com�rcio.