A base de sustenta��o do otimismo demonstrado por boa parcela dos consumidores, mola propulsora das compras, vem do mercado de trabalho. A Confedera��o Nacional do Com�rcio (CNC) constatou em pesquisa de opini�o que 51,9% das fam�lias se sentem mais seguras quanto ao emprego em dezembro, frente ao m�s passado. Conforme as proje��es da institui��o, a parcela de dinheiro destinado pela popula��o ao com�rcio representa mais de 50% dos R$ 215 bilh�es que devem circular na economia este m�s.
N�o fosse o alto �ndice de endividamento do consumidor, uma parte ainda maior de recursos poderia estar fazendo girar as caixas registradoras do varejo. Segundo os �ltimos dados da CNC, o percentual de fam�lias brasileiras endividadas em novembro foi de 59%, enquanto aquelas que consideram ter a renda muito comprometida ficou em 16%, ante 15,9% em setembro.
“Os recursos que as pessoas est�o usando para reduzir a d�vida representava antes uma quantia destinada ao consumo”, pondera o coordenador do grupo de an�lise e previs�es do Instituto de Pesquisa Econ�mica Aplicada (Ipea), Roberto Messenberg. O especialista calcula que entre 35% e 40% da renda dispon�vel das fam�lias est� sendo destinada � quita��o de d�bitos.
Segundo estimativas da Associa��o Nacional dos Executivos de Finan�as, Administra��o e Contabilidade (Anefac), 60% dos consumidores v�o usar os R$ 118 bilh�es do 13º para quitar as d�vidas e liberar o cr�dito para retomar as compras. Os reflexos s�o sentidos pelo �ndice de Consumo das Fam�lias (ICF), medido pela CNC, que em dezembro fechou em 137,2 pontos, registrando ligeira queda de 0,2% ante o resultado de novembro.
Apesar da retra��o, os n�meros est�o bem acima da chamada zona de indiferen�a (100 pontos) do consumidor, mostrando um n�vel razo�vel de est�mulo �s compras. “Os gastos n�o subir�o da forma como subiram no ano passado. A taxa de consumo ser� mais modesta”, observa Messenberg. O com�rcio varejista deve crescer 7% este ano, nas previs�es do Ipea.
AN�LISE DA NOT�CIA
Compasso de espera
A economia brasileira viveu um per�odo de estagna��o no terceiro trimestre, mas no acumulado do ano o crescimento � fato, embora menos intenso que em 2010. A explica��o est� nas medidas de conten��o do consumo adotadas at� meados deste ano. Outros instrumentos, agora, para estimular as compras acabam de ser anunciados. Seus efeitos s� vir�o a partir do segundo trimestre de 2012.