Ap�s um ano conturbado, com queda na produ��o e pre�os em alta, a ind�stria brasileira de etanol termina 2011 com uma grande vit�ria: a abertura do mercado americano para o biocombust�vel. O Congresso dos Estados Unidos entrou em recesso ontem e n�o prorrogou a tarifa de importa��o e o subs�dio para o etanol de milho, vigentes at� 31 de dezembro.
Isso significa que, a partir de 1º de janeiro, o combust�vel do Brasil ter� acesso livre nos EUA pela primeira vez em mais de tr�s d�cadas. Al�m disso, � um importante passo para transformar o etanol numa commodity internacional. "� uma vit�ria hist�rica" comemora o presidente da Uni�o da Ind�stria da Cana-de-a��car (Unica), Marcos Jank.
A decis�o de ontem � resultado de um longo trabalho de convencimento sobre os benef�cios do etanol produzido com a cana-de-a��car. At� agora, para entrar nos Estados Unidos, o combust�vel brasileiro tinha duas alternativas. Uma era seguir via Caribe, onde o etanol era processado e exportado, sem nenhuma barreira. Outra era pagar US$ 0,54 de tarifa para cada gal�o exportado aos americanos.
Mas a decis�o ainda vai demorar para surtir efeito positivo no mercado brasileiro. Nos �ltimos anos, a queda das tarifas e dos subs�dios americanos era a not�cia mais aguardada pelos produtores brasileiros, que mantinham representantes permanentes no Congresso americano. Mas a not�cia pegou o setor num momento de baixo astral, com a produ��o interna em queda por falta de investimentos, baixa produtividade e quebra da safra. S� no etanol hidratado o recuo foi de 29%.
Jank acredita, no entanto, que o fim das barreiras pode ser o combust�vel que o setor precisava para dar a volta por cima e iniciar um novo ciclo de investimentos. Segundo ele, at� 2020, o Pa�s precisar� injetar R$ 156 bilh�es para construir 120 novas unidades. Os n�meros pressup�em o aumento das exporta��es de 1,5 bilh�o para 13,5 bilh�es de litros de etanol para os Estados Unidos, que representa 10% do consumo americano; a manuten��o de 50% do mercado mundial de a��car; e o abastecimento de 50% do mercado de carros flexfuel no Brasil.