A diretora-geral do Fundo Monet�rio Internacional (FMI), Cristine Lagarde, alertou que os pa�ses emergentes est�o sendo afetados pela crise financeira mundial. Citando Brasil, China e R�ssia, onde as previs�es de crescimento est�o sendo revisadas em baixa, Lagarde afirmou que "esses pa�ses, que haviam sido os motores da economia mundial antes da crise, v�o sofrer com a instabilidade".
O FMI divulgar� no fim de janeiro de 2012 suas previs�es econ�micas mundiais. A institui��o havia previsto um crescimento de at� 4% da economia global. Lagarde advertiu, contudo, que este valor ser� revisto para baixo.
Em entrevista a um jornal franc�s, publicada neste domingo, Lagarde afirmou que teme pela economia mundial e pediu a uni�o dos europeus por conta da crise. "Seria bom se os europeus falassem como uma s� voz e anunciassem um cronograma simples e detalhado", disse. "Os investidores est�o esperando. Grandes princ�pios n�o impressionam".
Ela comparou a situa��o atual � do per�odo entre guerras. "O per�odo que estamos vivendo lembra a d�cada de 1930 em alguns aspectos. Naquela �poca, os Estados se fecharam em si mesmos e o multilateralismo caiu. Hoje vemos alguns pa�ses aumentarem suas tarifas, inventar obst�culos tarif�rios e, �s vezes, impedir os fluxos de capital", afirmou em entrevista concedida durante sua viagem � Nig�ria na semana passada e publicada neste domingo pelo jornal franc�s Journal du Dimanche.
O aumento dos ego�smos nacionais �, segundo ela, o principal freio para solucionar a crise. "� dif�cil implementar as estrat�gias de coaliz�o internacional contra a crise. Os parlamentos reclamam de usar dinheiro p�blico ou garantir o apoio do seu Estado para outros pa�ses. O protecionismo est� sendo debatido, e o cada um por si est� ganhando terreno", destacou.
Lagarde se mostrou tamb�m muito atenta ao cont�gio da crise nos pa�ses pobres, que s�o clientes tradicionais do FMI, segundo o jornal. "Em pa�ses de baixa renda, as consequ�ncias podem ser graves, quando os expatriados reduzirem as transfer�ncias de dinheiro. Na Nig�ria, os recursos enviados pelos migrantes recuaram 40% em dois meses. Essa instabilidade � uma amea�a para todos os pa�ses do mundo. O crescimento mundial sofrer�", acrescentou.
(Com ag�ncias)