A Am�rica Latina se prepara para enfrentar em 2012 uma desacelera��o de sua economia, com um crescimento revisado pelo Fundo Monet�rio Internacional (FMI) de 4%, devido aos efeitos da crise na Europa e nos Estados Unidos.
"Esse � ainda um crescimento respeit�vel, principalmente se levarmos em conta a volatilidade global nos mercados financeiros", disse Charles Kramer, diretor da divis�o de estudos para a regi�o do FMI, em uma entrevista � AFP.
O FMI revisou v�rias vezes para baixo suas previs�es econ�micas para Am�rica Latina e, em seu �ltimo relat�rio, divulgado em setembro, projetou um crescimento de 4,5% em 2011 e 4% em 2012, contra 6,1% em 2010.
O Brasil, maior economia da regi�o e a sexta do mundo, espera um crescimento em torno de 3,2% este ano e entre 4 e 5% em 2012.
"As coisas est�o se movendo t�o r�pido que � dif�cil dizer como estar�o ao final de janeiro", disse Kramer, que afirmou ainda que a estimativa para 2012 deve ser novamente revisada para baixo em janeiro.
Analistas de mercado, no entanto, dizem que a Am�rica Latina se mant�m relativamente bem com rela��o aos pa�ses ricos.
"A regi�o � bastante flex�vel e em alguns pontos est� mais forte que antes da quebra do (banco americano) Lehman Brothers", em 2008, que marcou o in�cio de uma crise financeira internacional, disse Luis Cubeddu, subdiretor da divis�o de estudos para Am�rica Latina do FMI, ao destacar os altos n�veis de reservas internacionais, demanda interna, cr�dito, vendas, e as baixas d�vidas p�blicas de curto prazo na regi�o.
"Apesar da melhor situa��o da regi�o, ela est� inserida num mundo mais complicado e por isso a maioria dos riscos est�o vindo de fora", disse � AFP Augusto De la Torre, economista-chefe para Am�rica Latina e Caribe do Banco Mundial.
Christine Lagarde, diretora-gerente do FMI, disse recentemente que o desafio para a regi�o � "manter o crescimento em um ambiente de alta volatilidade".
Especialistas alertam ainda para o fato de que a recess�o dos pa�ses ricos, amea�a desacelerar as economias emergentes da �sia, grandes compradores de mat�rias-primas latino-americanas, derrubando os pre�os desses produtos.
"Uma queda no consumo chin�s de mat�rias-primas teria um impacto muito grande na Am�rica Latina", disse De la Torre.
De acordo com o banco Goldman Sachs, no entanto, os pre�os das mat�rias- primas devem resistir em 2012. "Restri��es na oferta em importantes mercados de mat�rias-primas provavelmente compensar�o uma eventual queda na demanda", disse o Goldman Sachs em um estudo divulgado ao final de novembro.
"Os pa�ses emergentes se recuperaram rapidamente e vigorosamente da crise de 2008 e em 2011 esbarraram em quest�es normais a esse crescimento", disse o economista do BM.
"Alguns bancos centrais come�aram a subir suas taxas de juros a partir de 2010 para reduzir o ritmo de crescimento da demanda para que seja mais compat�vel com a capacidade de produ��o", disse o economista. "Com isso, era �bvio que haveria um ritmo de crescimento mais moderado a partir da �ltima parte de 2011, que aconteceria mesmo que a economia externa estivesse normal", completou.
O Goldman Sachs espera uma alta do PIB de 3,2% para 2012 (contra 4% do FMI) e de 4,6% em 2013.