
Diz a sabedoria popular que depois da tempestade vem a bonan�a. No com�rcio de Belo Horizonte, o per�odo de chuvas ainda nem passou, mas os lojistas se anteciparam para reaver os preju�zos. Somando a chuva ao momento de indefini��es vivido pela economia, comerciantes tiveram um Natal bem menos rent�vel que o de 2010 e, em busca de aumentar os lucros, usam os sald�es para incrementar o faturamento no primeiro m�s do ano. E os n�meros comprovam os resultados: as grandes redes j� tiveram aumento de at� 35% nas vendas no per�odo p�s Natal.
O crescimento est� diretamente relacionado � antecipa��o das liquida��es. Depois de um Natal pouco produtivo, os estoques precisam ser esvaziados e o com�rcio nem mesmo esperou a virada do ano para ofertar descontos de at� 70% em rela��o aos pre�os originais, principalmente as lojas de rua. A consequ�ncia foi aumento m�dio de 27,9% nas compras no varejo da capital na semana seguinte ao Natal (27 de dezembro a 4 de janeiro) em rela��o ao ano passado, segundo balan�o das consultas ao Servi�o de Prote��o ao Cr�dito. “Esse crescimento em rela��o ao ano passado deve-se tamb�m ao fato de que em 2010 os consumidores compraram muito mais no per�odo que antecedeu o Natal, diferente do que ocorreu este ano”, afirma a economista da C�mara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH), Ana Paula Bastos.
Ela diz que esse aumento de vendas est� relacionado aos produtos comprados como presentes para quem compra e n�o aos dados a familiares e amigos em 24 e 25 de dezembro. A economista explica que muitas pessoas se presenteiam com eletr�nicos e eletrodom�sticos e n�o veem motivo para colocar tais compras no p� da �rvore de Natal, preferindo esperar uns dias para ir �s lojas. “Eu comprei um netbook por R$ 700 que antes do Natal estava mais de R$ 1 mil”, afirma Ana Paula, confirmando que os descontos n�o s�o apenas para ingl�s ver, apesar de ser necess�rio pesquisar pre�os antes de bater o martelo.
A rede varejista que diz ter os maiores descontos � a Ricardo Eletro, com at� 80% de redu��o em rela��o aos pre�os originais. Mas, para isso, � preciso negociar na hora. As vendas promocionais come�aram nessa quinta-feira e v�o at� amanh� nas lojas de todo o pa�s. “O sald�o j� � uma pr�tica tradicional no varejo e a cada ano registramos um n�mero maior de clientes vindo at� as nossas lojas”, diz o presidente da M�quina de Vendas, Ricardo Nunes. Ele afirma que a expectativa �atingir R$ 200 milh�es em vendas no per�odo. Durante esse per�odo, as lojas de rua abrem uma hora mais cedo, �s 5h, e fecham �s 20h.
Mais caros Os produtos preferidos para o per�odo s�o aqueles com os maiores pre�os, como eletrodom�sticos e eletr�nicos, m�veis, produtos de utilidades dom�sticas e de inform�tica. Geladeiras, fog�es e outros itens da linha branca se valem da redu��o do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Nesse sentido, o Magazine Luiza abre as portas hoje, �s 6h, com 3 milh�es de produtos com pre�os promocionais em todo o pa�s. A 19ª edi��o da Liquida��o Fant�stica d� at� 70% de descontos. Para isso, a rede diz negociar descontos diretamente com os fabricantes.
Sem nem mesmo esperar a ressaca da comilan�a do Natal, o Extra iniciou sua liquida��o no dia seguinte. E deu resultado: em seis dias de sald�o a rede aumentou em 35% as vendas de eletroeletr�nicos em comparativo com o ano passado. Por isso, decidiu prorrogar os descontos at� domingo.
Aproveitando a redu��o, a servidora p�blica Carol Meyer decidiu equipar a casa nova com equipamentos novos. De uma s� vez, ela comprou TV LCD, micro-ondas, geladeira, fog�o e cama box. Segundo seus c�lculos, a economia foi de cerca de 50%. O televisor, por exemplo, teve desconto de R$ 700, passando de R$ 2,1 mil para R$ 1,4 mil (30% a menos). “Comprei minha casa toda. Estou pronta para mudar”, diz ela, calculando ter gasto R$ 4 mil numa conta que, sem descontos, seria de R$ 6 mil.