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Estado de Minas

Rom� est� mais cara que fil�-mignon na capital

Aumento da procura da rom� para simpatia dos reis magos leva o quilo da fruta a custar at� R$ 35 no Mercado Central de Belo Horizonte. Alguns comerciantes vendem a unidade a R$ 15


postado em 06/01/2012 06:00 / atualizado em 06/01/2012 07:17

Na barraca onde trabalha Ademilson Rocha, a unidade da romã custava R$ 15(foto: Maria Tereza Correia/EM/D.A Press)
Na barraca onde trabalha Ademilson Rocha, a unidade da rom� custava R$ 15 (foto: Maria Tereza Correia/EM/D.A Press)
Hoje, Dia de Reis, dona Ana Maria de Souza, de 75 anos, ajudar� a preservar uma tradi��o que aprendeu quando crian�a, com a m�e. Ela vai pegar nove sementes de rom�, colocar tr�s na carteira, comer a mesma quantidade e jogar outras tr�s por sobre os ombros para honrar os reis magos Melquior, Baltazar e Gaspar e pedir a eles sa�de, alegria e riqueza. Na manh� dessa quinta-feira, quando foi comprar a fruta no Mercado Central, ela se assustou com o pre�o cobrado por feirantes do cart�o-postal de Belo Horizonte. Em algumas bancas, o quilo do produto � vendido a R$ 35. O pre�o � mais alto do que o de muita carne de primeira. Para se ter ideia, a�ougues da regi�o negociam o quilo do fil�-mignon a R$ 32,90 e o da picanha bovina a R$ 29,90. Quando comparado com a mesma quantidade da alcatra (R$ 19,50) ou do frango (R$ 4,99), a disparidade fica ainda maior.

O ritual do Dia de Reis � respeitado todo ano na casa de Ana Maria. “Fa�o a simpatia, que aprendi com minha m�e, todos os anos. Digo o nome dos tr�s reis magos e pe�o para eles levarem para longe a tristeza, a doen�a e a pobreza. Em troca, pe�o a alegria, a sa�de e a riqueza”.

Muita gente que esteve nessa quinta-feira no mercado se assustou com o pre�o da rom�. Mesmo assim, a maioria levou pelo menos uma fruta para casa. Pensando em quem quer ficar rico, mas n�o tem tanto para investir, alguns comerciantes colocaram pre�o na unidade do fruto, que pesa em torno de 250 gramas e � vendido a at� R$ 15. A op��o de vender por unidade vem garantindo o lucro de v�rios feirantes. “Vendi mais ou menos 20 quilos esta semana. O volume, se comparado com a m�dia das rom�s vendidas nas outras semanas do ano, foi 80% maior”, calculou Herm�cio Carvalho de Aguiar, que vende a fruta plantada em Pouso Alegre, no Sul de Minas Gerais.

J� as rom�s oferecidas por Jonatas da Silva Moura, cujo quilo sai a R$ 29,90, chegaram de mais longe. “L� de S�o Paulo”. Nos �ltimos seis dias, estima, tamb�m vendeu “uns 20 quilos”. As frutas de “seu” S�rgio Leopoldo da Silva, colhidas em Ja�ba, no Norte de Minas, s�o banhadas com a �gua do Rio S�o Francisco – o projeto Ja�ba, implanado na d�cada de 1970, � uma esp�cie de minitransposi��o do Velho Chico – e oferecidas � clientela por R$ 10 cada unidade grande. “A pequena sai a R$  7”. Silva reconhece que os pre�os est�o salgados, mas coloca a culpa nos fornecedores, “que sobem muito os valores nesta �poca do ano”.

� a lei da oferta e da procura. “A fruta deve estar em falta no mercado. Eu, por exemplo, pedi cinco caixas e o fornecedor s� tinha duas”, conta o comerciante. Diante disso, h� feirantes que preferem buscar rom�s no entreposto de Contagem da Ceasa. L�, a caixa com cinco quilos foi negociada, na quarta-feira, a R$ 45 – R$ 9 o quilo. A matem�tica permite afirmar que se a mesma quantidade for negociada a R$ 35 por quilo, como fazem alguns comerciantes do Mercado Central, o lucro chega a 288%.

PESQUISA A melhor sa�da para o consumidor, portanto, � gastar sola de sapato para pesquisar o melhor pre�o. O valor da fruta oscila bastante entre as barracas do pr�prio Mercado Central. L�, h� feirantes como Pedro Victor Santos Filho, que vende cada unidade grande a R$ 8. “Estou na expectativa de vender todo o estoque, cerca de 40 frutas, amanh� (hoje)”, disse. Por outro lado, a unidade sai a R$ 15 na barraca em que Adenilson Rocha trabalha: “Vendi 10 caixas desde o ano-novo”, comemora. Na banca de S�rgio Leopoldo da Silva, a fruta � comercializada por R$ 10 cada unidade. S�rgio reconhece que, a partir de amanh�, a tend�ncia � de forte queda no pre�o do produto: “Vai cair, no m�nimo, para a metade”.

Al�m da mandinga do Dia de Reis, a polpa da rom� � usada para fazer ch�, suco e entra como ingrediente em v�rias receitas. “� muito bom para a voz”, garante o comerciante Adenilson Rocha.

Em Minas, a produ��o do fruto para fins comerciais � pequena. Tanto que a Secretaria de Estado da Agricultura n�o tem estat�stica sobre as colheitas.

 

Saiba mais
Punica granatum
A rom�, cujo nome cient�fico � Punica granatum, pertence � fam�lia das punic�ceas. A fruta tem origem no Ir�, onde � cultivada desde pelo menos 2 mil anos antes de Cristo. As primeiras rom�zeiras foram plantadas no Brasil pelos portugueses, que tamb�m trouxeram a tradi��o da folia de reis. A �rvore adaptou-se bem por aqui em raz�o de se desenvolver bem em climas tropicais, subtropicais e at� semi-�ridos. A fruta tamb�m � usada como ingrediente principal de ch�s destinados a combater a dor de garganta.

Empres�rios n�o abrem m�o do ritual

Assim como muitos brasileiros, empres�rios bem-sucedidos tamb�m reservam parte do dia de hoje para recorrer aos reis magos, pedindo sa�de, alegria e prosperidade. � o caso da presidente do Conselho da Mulher Empreendedora da ACMinas, Juliana Pires de Moraes, que tamb�m � dona da �gua Fresca, com quatro lojas em Belo Horizonte. “Vou separar nove sementinhas. Tr�s para comer, tr�s para guardar na carteira e tr�s para jogar atr�s dos ombros. Farei um pedido especial”, disse a empres�ria, que tamb�m mant�m viva a simpatia do broche.

“A pe�a tem a imagem de Nossa Senhora, de um trevo de quatro folhas e de uma pomba. � para ser colocada, durante a primeira semana do ano, no suti�. Traz sorte e paz”, acredita Juliana, estimando que o faturamento da �gua Fresca, especializada em lingerie, crescer� 10% em 2012. “Temos uma marca pr�pria, que representa 80% do que vendemos em nossas quatro lojas. Estamos recebendo propostas de pessoas interessadas em franquias”, adianta.

O empres�rio Feliciano Abreu, diretor-executivo do site Mercado Mineiro, um dos maiores portais de pesquisas de pre�os do Brasil, � outro que jogar� tr�s sementes de rom� para tr�s hoje. “Tem tamb�m a simpatia da folha de louro na carteira, no ano-novo. Para tentar melhorar um bocadinho, pego um d�lar e coloco junto. Amanh�, ser� a vez das sementinhas de rom�”, disse o empres�rio, que fundou o Mercado Mineiro em novembro de 2000.

Atualmente, o portal recebe, em m�dia, 450 mil visitantes por m�s. Feliciano acredita que o crescimento do portal ser� em torno de 30% em 2012. “Sabe o que � legal? Perceber que o consumidor pesquisa pre�os, assim como o fornecedor. S�o acessos de pessoas que pesquisam o melhor pre�o, a melhor oferta”, disse. (PHL)


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