A Uni�o Europeia fecha o cerco contra a Hungria e n�o descarta a hip�tese de asfixiar financeiramente o governo, que aprovou uma Constitui��o considerada como uma viola��o dos princ�pios democr�ticos do bloco europeu. Bruxelas estuda impor san��es, algo in�dito contra um pa�s-membro da UE, enquanto ag�ncias de classifica��o de risco rebaixam a Hungria para o status de na��o ineleg�vel para cr�ditos internacionais.
Com sua moeda �nica amea�ada, entretanto, a UE avalia at� que ponto um ataque contra a Hungria n�o enterraria de vez as chances de sobrevida do euro.
A Constitui��o aprovada pelo governo do partido de extrema direta Fidesz acaba com a independ�ncia do banco central, reduz a do Judici�rio, imp�e limites � liberdade de imprensa e tenta perpetuar no poder o grupo que governa o pa�s.
Quase imediatamente ap�s a entrada em vigor da Constitui��o, a UE e o FMI suspenderam as negocia��es para um resgate da Hungria mergulhada em grave crise econ�mica. Ontem, a ag�ncia Fitch rebaixou a economia h�ngara para um n�vel inferior ao que se classifica como adequado para receber investimentos. A ag�ncia tomou a decis�o por causa da deteriorada situa��o fiscal da Hungria.
Com a necessidade de pagar d�vidas no valor de 20 bilh�es de euros em 2012, o pa�s quebraria sem um resgate. Desesperado, o governo de Viktor Orbam j� indicou que quer negociar um resgate com o FMI e a UE, sem imposi��o de condi��es. O FMI aceitou. Mas a UE ainda hesita. Um acordo para resgatar a Hungria representaria a manuten��o do governo no poder, com leis que ativistas e mesmo a c�pula da UE alertam que t�m “tend�ncias autorit�rias”. “Temos um problema com a Constitui��o”, indicou Olivier Bailly, porta-voz da Comiss�o Europeia. Segundo ele, cerca de 30 artigos da nova lei s�o incompat�veis com as normas da UE.
No bloco, cresce a press�o para que a Hungria sofra san��es. Para o ministro de Rela��es Exteriores da Finl�ndia, Erkki Tuomioja, uma das formas de pressionar poderia ser o congelamento de subs�dios que a Hungria recebe mensalmente de Bruxelas. “Se um pa�s com essa Constitui��o pedisse para fazer parte da UE, n�o seria aceito”, disse.