(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Chuva provoca atrasos e perdas na constru��o civil

Precipita��o prevista para dezembro se estende por janeiro e obriga empresas a adiar procedimentos. M�o de obra e material `perec�vel`, como cimento, est�o sendo remanejados


postado em 11/01/2012 06:00 / atualizado em 11/01/2012 07:14

Canteiro de obras sofre com as consequências da chuva no Vale do Sereno: trabalhos externos ficam suspensos e a umidade ameaça material estocado (detalhe)(foto: Marcos Vieira/EM/D.A/Press)
Canteiro de obras sofre com as consequ�ncias da chuva no Vale do Sereno: trabalhos externos ficam suspensos e a umidade amea�a material estocado (detalhe) (foto: Marcos Vieira/EM/D.A/Press)
“A chuva � boa para a lavoura, mas um desastre para a constru��o civil.” A frase, de Jackson C�mara, diretor comercial da construtora Agmar, reflete o sentimento generalizado dos empres�rios do setor, que sofrem com a chuva ininterrupta na capital desde dezembro. As �guas acumuladas nos canteiros de obras trazem impactos negativos em toda a cadeia da constru��o: o in�cio da obra atrasa, o trabalho externo e em fachadas fica paralisado, a m�o de obra precisa ser remanejada para outros servi�os, alguns produtos perdem o prazo de validade e, por fim, o prazo do t�rmino da constru��o � adiado. A chuva sem tr�gua das �ltimas semanas pode trazer preju�zos de at� 5% no custo das obras, dependendo do n�mero de funcion�rios e tamanho do empreendimento, segundo empres�rios do setor.

“O impacto da chuva � diferente nas obras, dependendo da etapa em que cada uma est�. De qualquer forma, traz sempre atrasos”, afirma Br�ulio Franco Garcia, diretor da �rea imobili�ria do Sindicato da Ind�stria da Constru��o Civil de Minas Gerais (Sinduscon-MG). Todos os servi�os externos, diz, como �rea de lazer, passeio, garagem descoberta e circula��o, s�o impedidos. “E outras fases, como a funda��o e a conten��o de muros, n�o podem ser feitas com chuva de jeito nenhum. A nossa previs�o era de que o tempo fosse melhorar na primeira quinzena de dezembro, mas isso n�o aconteceu”, observa Garcia.

A construtora Diniz Camargos produziu a metade do planejado em dezembro em algumas obras. “E, em janeiro, n�o estamos conseguindo fazer nem a metade”, diz o diretor da empresa, Teodomiro Diniz Camargos. A construtora est� preparando a fachada de duas torres residenciais no Bairro Luxemburgo, que n�o podem ser conclu�das devido � chuva. “H� uma conex�o direta entre os dias parados e o atraso na obra. E os servi�os externos s�o os mais prejudicados com a �gua”, observa Camargos.

Ele pretende iniciar uma obra no bairro Santo Agostinho, mas j� definiu o m�s: mar�o. “� suic�dio come�ar nesta chuva. Aumenta o custo de produ��o e a seguran�a dos trabalhadores � afetada”, diz. Camargos revela que outras �reas das obras tamb�m s�o afetadas pela precipita��o. “A impermeabiliza��o do piso, por exemplo, precisa de tr�s dias secos para ser feita. Tivemos uma parede de gesso do �ltimo andar de um edif�cio que precisou ser refeita, pois estragou com a chuva”, afirma o empres�rio.

A construtora Agmar est� com duas obras em andamento e vai lan�ar mais quatro este ano. Os canteiros de obras de dois edif�cios de 17 andares, no Bairro Santa L�cia e na Avenida do Contorno, est�o fechados, � espera da estiagem. “N�o d� para come�ar com essa chuvarada”, diz C�mara. A construtora teve que antecipar as f�rias de alguns funcion�rios e remanejar outros para outras obras. “A gente j� tinha planejado mesmo para n�o come�ar as obras em dezembro, mas neste ano a chuva est� mais demorada”, observa o executivo.

IN�CIO ADIADO A RC Engenharia � outra construtora que aguarda o t�rmino das chuvas para iniciar duas obras. “Estamos sem um dia sem sol desde o in�cio de janeiro”, observa Ricardo Cat�o Ribeiro, diretor da RC, focada em edifica��es residenciais e comerciais de alta renda. As obras, no Bairro Sagrada Fam�lia, t�m seis andares e prazo de execu��o previsto entre 18 e 36 meses. “Vamos tentar recuperar o in�cio das obras depois. Mas tivemos chuva recorde em Belo Horizonte, acima da m�dia normal. Tivemos que exercitar o jogo de cintura com o pessoal que j� estava contratado e lev�-los para outras obras”, diz Ribeiro.

(foto: Marcos Vieira/EM/D.A/Press)
(foto: Marcos Vieira/EM/D.A/Press)
A seguran�a dos trabalhadores � outro ponto que precisa ser avaliado no per�odo de chuvas, destaca M�rcia Santos, supervisora de obras da EPO Engenharia, focada em edif�cios comerciais e residenciais de alta renda. “As aberturas de funda��es profundas e a terraplenagem, por exemplo, t�m que ser paralisadas nesta �poca”, diz M�rcia. A construtora tem seis obras para serem iniciadas depois do per�odo chuvoso. “Se n�o fosse o tempo, as obras j� teriam come�ado”, diz. Ela afirma que a construtora costuma fazer planejamento para o per�odo chuvoso, com foco maior na obra da parte interna das edifica��es. “Mas neste ano a chuva est� acima do esperado e prejudica at� a parte interna. O reboco e a pintura, por exemplo, est�o demorando mais para secar”, diz M�rcia.

PERDAS O consumo de materiais nas obras tamb�m � afetado com a chuva. “O cimento, por exemplo, � perec�vel. � recomendado que seja usado em prazo de 30 dias, pois absorve a umidade do ar. Quando fica sem uso, endurece”, explica Garcia, do Sinduscon. A madeira e o tijolo tamb�m podem estragar e a areia costuma ser levada pela enxurrada. “Estamos tendo que tomar provid�ncias para minimizar o preju�zo, como colocar lonas para proteger os materiais e impermeabilizar o solo das �reas descobertas”, ressalta Garcia.

Dinheiro para a reforma

Boa not�cia para os interessados em reformar a casa pr�pria. O Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Servi�o (FGTS) aprovou linha de cr�dito especial para compra de material de constru��o pela classe m�dia. O valor do empr�stimo est� limitado a R$ 20 mil e o prazo de pagamento ser� de at� 120 meses. A taxa de juros ser� bem mais atrativa do que as oferecidas atualmente no mercado. O juro foi fixado em at� 12% ao ano. O valor do im�vel que ser� reformado vai ter que obedecer os limites do FGTS, ou seja, R$ 500 mil. Al�m disso, se o valor do empr�stimo exceder R$ 10 mil, o interessado ter� que apresentar documenta��o de que est� sendo efetuado o pagamento de benef�cios previdenci�rios aos trabalhadores da obra. A libera��o dos recursos ainda depende de regulamenta��o, o que deve levar cerca de 30 dias.

Chuva pode atrapalhar reforma do Col�gio Arnaldo

Fachada do Colégio Arnaldo, cuja pintura pode não ficar pronta antes do centenário da instituição, em fevereiro(foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press)
Fachada do Col�gio Arnaldo, cuja pintura pode n�o ficar pronta antes do centen�rio da institui��o, em fevereiro (foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press)


A chuva em abund�ncia vai respingar nas comemora��es do centen�rio do tradicional Col�gio Arnaldo, no Bairro Funcion�rios, zona Sul da capital. No dia 17 de fevereiro, o Arnaldo comemora seu anivers�rio. O im�vel onde funciona, de 1912, � tombado pelo patrim�nio hist�rico e est� em reforma. A fachada j� est� com os andaimes instalados, � espera de tinta, mas a chuva impede a realiza��o do servi�o. “A gente queria a fachada pronta at� o dia 17 de fevereiro, quando vamos fazer solenidade interna com os alunos. Mas acho que n�o vai dar tempo”, diz Jo�o Guilherme Porto, assessor de dire��o das institui��es Arnaldo.

 A restaura��o do im�vel vai consumir R$ 6 milh�es e est� prevista para acontecer em per�odo de dois a tr�s anos. A primeira etapa, iniciada em meados do ano passado, tinha previs�o de t�rmino para o primeiro trimestre deste ano. “As tintas foram doadas pela Coral. J� estamos com o material guardado desde dezembro, mas a chuva impede o in�cio da pintura”, explica Porto. Os andaimes tamb�m foram alugados e o selador foi aplicado no pr�dio. “Sabemos que n�o d� para colocar a culpa em ningu�m, � s� de S�o Pedro”, desabafa Porto.

Os funcion�rios que fariam a pintura foram desviados para outras etapas da obra, como restaura��o das janelas. Se a chuva diminuir nos pr�ximos dias, Porto revela que o trabalho de pintura da fachada vai ser acelerado. “Mesmo que for preciso contratar mais funcion�rios, vamos tentar finalizar at� a data do centen�rio”, diz. O problema s� � minimizado pelo fato das comemora��es do centen�rio n�o ficarem restritas ao m�s de fevereiro. “Vamos ter eventos ao longo de todo o ano”, afirma Porto.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)