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Estado de Minas

Reajuste para aposentados fica abaixo da infla��o da terceira idade

Reajuste de 6,08% deve fazer com que 500 mil benefici�rios recebam apenas o sal�rio m�nimo, diminuindo os ganhos


postado em 13/01/2012 06:00 / atualizado em 13/01/2012 06:36

Maria da Assunção contribuía com 2 salários, mas recebe apenas um(foto: Cristina Horta/EM/D.A Press )
Maria da Assun��o contribu�a com 2 sal�rios, mas recebe apenas um (foto: Cristina Horta/EM/D.A Press )

 

O reajuste das aposentadorias da Previd�ncia Social fixado em 6,08% para quem recebe benef�cio acima do sal�rio m�nimo ficou abaixo da infla��o da terceira idade medida pela Funda��o Getulio Vargas (FGV). No ano, o �ndice de Pre�os ao Consumidor da Terceira Idade (IPC-I) acumulou alta de 6,19%. Segundo a Confedera��o dos Aposentados e Pensionistas do Brasil (Cofap), este ano meio milh�o de aposentados que at� 2011 recebiam benef�cios superiores a R$ 545 ter�o o rendimento encurtado e v�o migrar para a base do sal�rio m�nimo.

Diante da perda de renda, os inativos prometem colocar o bloco na rua. “Temos reuni�o com os minist�rios da Fazenda e Previd�ncia na segunda quinzena de fevereiro. Se nada mudar (no �ndice de reajuste), vamos fazer barulho no ano eleitoral. Aposentado n�o faz greve, mas vota”, avisa Silberto Silva, vice-presidente da Cofap.

A bronca dos aposentados diz respeito ao �ndice de corre��o que n�o agrega ganhos reais ao rendimento. A pol�tica em vigor desde a d�cada de 90 tem inchado o contingente de segurados que recebem o sal�rio m�nimo, encolhendo ao mesmo tempo o percentual nas demais faixas. Economistas chamam aten��o para o peso dos gastos da Previd�ncia nas contas p�blicas, mas a Cofap aponta que as perdas de quem se aposentou no Brasil nos �ltimos 18 anos pelo regime geral acumula o percentual de 76%.

A corre��o das aposentadorias e pens�es ter�o o custo de R$ 22,4 bilh�es, sendo que R$ 7,6 bilh�es correspondem a corre��o dos benef�cios que est�o acima do patamar do sal�rio m�nimo. “Nosso pleito � de um reajuste de pelo menos 11%”, diz Silva. Ele aponta o empobrecimento dos aposentados brasileiros diante da eleva��o do custo de vida e da redu��o dos benef�cios. No quarto trimestre de 2011, a infla��o da terceira idade (IPC-3I) medida pela FGV fechou em 1,67% ante o avan�o de 1,59% do �ndice nacional. J� no ano, o IPC-I avan�ou 6,19% e o custo de vida nacional acelerou 6,36%.

Bronca

 

Com o crescimento da arrecada��o do governo, empurrada pela expans�o do mercado de trabalho o d�ficit do regime geral em 2011 deve encolher em aproximadamente R$ 10 bilh�es, atingindo cerca de R$ 35 bilh�es. A conta favor�vel contribui ainda mais para o clima de insatisfa��o entre aposentados e pensionistas, que somam um contingente de aproximadamente 25 milh�es de segurados. Maria da Assun��o, de 74 anos, se aposentou como cozinheira e j� recebeu mais que o patamar m�nimo do regime geral, mas agora embolsa o valor de R$ 545, ou R$ 622 a partir deste m�s. “Pago aluguel, a aposentadoria n�o d� para nada. Contribu� com dois sal�rios m�nimos e � este valor que deveria receber”, reclama.

Contas dividem at� economistas

O reajuste das aposentadorias n�o coloca em lados diferentes somente governo e inativos, a quest�o n�o tem consenso nem mesmo entre quem entende de finan�as p�blicas. O economista da FGV/IBS Mauro Rochlin diz que o super�vit prim�rio atingido no ano passado n�o est� garantido em 2012 e sua sustentabilidade � uma preocupa��o. Isto porque, segundo o especialista o ritmo de crescimento das receitas deve ser menor.

Rochlin lembra que em 2011 os investimentos foram contidos, mas agora devem ser alavancados com as perspectivas a copa do mundo e olimp�adas. “O governo n�o teria condi��es de conceder reajuste acima da infla��o. O reajuste do sal�rio m�nimo foi consider�vel e vai crescer as despesas da Previd�ncia de forma expressiva que v�o pesar nas despesas do governo.”

A favor do mesmo �ndice de reajuste para toda a base de aposentados e pensionistas o diretor da Faculdade de Administra��o e de Economia da Funda��o Armando Alvares Penteado (Faap), Tharc�sio de Souza, defende maior rigor no or�amento de custeio do governo federal. “A economia deveria vir da� e n�o de corte aos aposentados. O Brasil tem custo do Reino Unido mas tem servi�os como do Afeganist�o”, criticou. (MC)

 

 

 

Personagem da not�cia
Ad�o Fagundes de Aquino, 70 anos, aposentado
“Situa��o chegou ao limite”


 

(foto: Cristina Horta/EM/D.A Press )
(foto: Cristina Horta/EM/D.A Press )
Ad�o Fagundes de Aquino, de 70 anos, vendedor de livros, atingiu a idade m�nima para a aposentadoria e agora recebe o benef�cio de um sal�rio m�nimo. Mas, como tem compromissos maiores que a renda n�o abandonou, o antigo of�cio lhe ajuda no pagamento de despesas como o aluguel e alimenta��o. Acompanhando de perto as quest�es que envolvem a previd�ncia p�blica, ele n�o se entusiasmou com o reajuste de um pouco mais de 14% no sal�rio m�nimo. Exilado pol�tico no Uruguai, nos chamados anos de chumbo, ele gosta de lembrar que conviveu com nomes como o antrop�logo mineiro Darcy Ribeiro e o ex-presidente Jo�o Gourlart. “Por isso gosto de chamar a presidente Dilma Rousseff de companheira”, justifica ele, que puxa a orelha do governo e n�o esconde sua insatisfa��o com a pol�tica em vigor. “O sal�rio m�nimo � m�nimo e quem ganha um pouquinho mais est� sofrendo. Os aposentados ter�o de se organizar nacionalmente, que ganhar as ruas. A situa��o chegou ao limite.”

 


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