O aeroporto espanhol de Badajoz cessou esta semana seus voos comerciais, somando-se � lista de infraestruturas fantasmas deste pa�s, em crise desde o estouro da bolha imobili�ria no final de 2007. A situa��o � paradoxal: segundo a AENA (Aeroportos Espanh�is e Navega��o A�rea), os 47 aeroportos p�blicos espanh�is receberam 204 milh�es de passageiros em 2011, o segundo melhor resultado de sua hist�ria.
Durante o ano, no entanto, o pequeno aeroporto de Badajoz recebeu 56.119 passageiros, 8,3% a menos que em 2010, depois de ter duplicado sua superf�cie. "Apesar de n�o haver mais voos comerciais no aeroporto, ele continuar� aberto e operante para todo os demais tipos de voos", afirmou um porta-voz da AENA.
Este n�o � um caso isolado. A Espanha, cujo crescimento foi alimentado por muito tempo pelo 'boom' da constru��o civil, conta com o maior n�mero de aeroportos comerciais internacionais na Europa, muitos deles constru�dos no embalo do crescimento imobili�rio, entre 1997 e 2007.
"Contudo, os aeroportos que possuem menos de 100.000 passageiros ao ano, menos de um voo ao dia, realmente s�o (tamb�m) aeroportos fantasmas", disse Germa Bel, economista da Universidade de Barcelona. "Existem na Espanha 15 aeroportos comerciais com menos de 100.000 passageiros ao ano", completou.
Quanto aos aeroportos privados, a situa��o n�o � muito melhor: o �nico em servi�o, o da Ciudad Real (sul de Madri), aberto em 2008, corre o risco de fechar. Seu �ltimo voo, da companhia Vueling, foi realizado em outubro.
Quanto ao Castell�n, na costa mediterr�nea, inaugurado em mar�o de 2011, est� deserto, provocando a ira da oposi��o socialista, nesta regi�o presidida pela direita e a mais endividada do pa�s. Como a maioria dos aeroportos hoje abandonados, o Castell�n foi concebido em meio ao apogeu da bolha.
"Naquele momento, o aeroporto tinha sua raz�o de ser, porque seria vinculado a um projeto superior de incentivo do turismo", relata Eva Mart�nez, deputada socialista regional.
O aeroporto mais pr�ximo, o de Val�ncia, est� a 50 quil�metros, explica Mart�nez.