(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Pequenos produtores t�m lavouras destru�das pela chuva

Planta��es que abastecem BH de hortali�as foram devastadas pela �gua e plantas que restaram apresentam crescimento e colora��o comprometidos. Oferta s� deve ser regularizada em maio


postado em 14/01/2012 06:00 / atualizado em 14/01/2012 07:02

O cintur�o verde da Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte ganhou nova tonalidade com as chuvas dos �ltimos dois meses. Arrasadas pelo excesso de �gua, as planta��es de legumes e hortali�as se enlamearam, ficando coloridas pelo marrom do barro. A devasta��o causou preju�zos e gerou d�vidas para produtores de alface, couve, r�cula, almeir�o e outras folhas, que, animados pela estiagem dos �ltimos dias, at� chamaram benzedeiras para pedir a S�o Pedro uma tr�gua nas chuvas, permitindo que seus produtos voltem �s mesas dos consumidores da regi�o. E a expectativa � de que o abastecimento se regularize apenas em maio. Passado o per�odo de chuvas, que tem fim previsto para meados de mar�o, � preciso esperar mais 50 dias para se colher a primeira safra, segundo o chefe da Se��o de Mercado da CeasaMinas, Ricardo Martins.

Respons�vel por abastecer parte do Vetor Oeste, M�rio Campos, na Grande BH, ficou debaixo d’�gua depois que os rios Sarzedo e Paraopeba encheram, nos primeiros dias do ano. Lavouras situadas a at� 200 metros dos cursos foram alagadas. Na parte baixa da cidade, a planta��o de hortali�as de Afonso Cl�udio da Silva ficou inundada por tr�s dias. Os mais de 15 mil metros quadrados de lavoura foram destru�dos. Ele calcula que perdeu mais de R$ 12 mil com adubo, esterco e mudas que tinham sido compradas para o plantio do m�s e resultariam em cerca de 6 mil caixas de folhas. Prestes a come�ar a colheita, seus funcion�rios foram surpreendidos pela cheia. “� preciso esperar a boa vontade do sol para plantar de novo. Mas primeiro � preciso conseguir dinheiro para voltar a investir”, afirma o trabalhador rural.

Perto dali, numa regi�o mais alta da cidade, o preju�zo do produtor F�bio Lanuci Campos foi menor em compara��o com o de Afonso. Ele perdeu mais da metade do que plantou. Normalmente s�o colhidas 2 mil caixas de folhas verdes, mas, em dezembro, tirou da terra apenas 950. Para n�o perder clientes, a solu��o foi encomendar os produtos de S�o Paulo e repass�-los a pre�o de custo. O p� de alface vindo do estado vizinho custa R$ 0,80 e ele cobra apenas R$ 0,10 a mais – para pagar seus funcion�rios. “Com sol, a gente consegue controlar, mas essa chuva n�o tem jeito”, afirma. Com a estiagem dessa semana, ele tentou preparar a terra para a pr�xima produ��o, mas, como o solo est� encharcado, n�o conseguiu arar.

Diante da baixa qualidade das folhas, muitos produtores preferiram deixar o mato crescer e �reas que deveriam estar cheias de p�s de alface, molhos de espinafre e couve e outras verduras viraram capinzais de at� dois metros de altura, ocultando as planta��es. At� as quiabeiras, tradicionalmente mais resistentes, dessa vez n�o suportaram e deixaram de produzir. Em rela��o � alface, o p� demora normalmente 40 dias para ser distribu�do para sacol�es e feiras e para a CeasaMinas, mas, com o solo encharcado, mesmo depois de 60 dias, � imposs�vel colher, pelo tamanho das folhas. Alguns produtores tiveram que juntar quatro ou cinco p�s e vender pelo pre�o de um.

Reza brava

Do outro lado da Grande BH, no Vetor Norte, pequenos produtores de Vespasiano veem os cerca de 50 mil metros quadrados da fam�lia amargar com a chuva. O lavrador Waldemar da Silva Filho planta 4 mil mudas semanalmente, mas conseguiu colher pouco mais de 400 – o equivalente a 10%. Nos sacol�es da regi�o, s� se encontra milho e uma ou outra verdura. “Com sombra n�o cresce mesmo. � preciso um solzinho, pelo menos”, diz ele.

H� mais de 25 anos na regi�o, o trabalhador rural e primo de Waldemar, Jos� Carlos Pereira, diz que a chuva desse ano foi a pior de que se recorda. “A folha n�o aguenta mesmo”, conta. O produtor chegou a desanimar e quase desistiu de replantar na semana passada. Foi quando uma tia dele decidiu levar uma benzedeira ao local. A benzedeira atribuiu as perdas a um “mau-olhado” e o produtor argumentou que o problema sacrificou propriedades no estado inteiro. � revelia da desconfian�a de Jos� Carlos, a chuva deu uma tr�gua nesta semana. “Tem que ter f� em Deus e agradecer”, diz ele.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)