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Estado de Minas

Brasil n�o ser� a quinta economia mundial sem profissionais qualificados

Para Luiz Cl�udio Costa, secret�rio de Ensino Superior do MEC, Brasil precisa formar profissionais qualificados


postado em 16/01/2012 10:56

� frente da Secretaria de Educa��o Superior (Sesu) do Minist�rio da Educa��o h� um ano, o pesquisador e ex-reitor da Universidade Federal de Vi�osa (MG) Luiz Cl�udio Costa admite que, apesar do aumento do n�mero de brasileiros inscritos em faculdades nos �ltimos 10 anos, muito precisa ser feito para tirar o pa�s da lanterna das na��es em desenvolvimento quando o assunto � educa��o. Costa assumiu o cargo com a responsabilidade de fazer avan�ar o projeto de colocar mais 5 milh�es de jovens em cursos superiores, at� o fim da d�cada, praticamente dobrando o contingente de alunos.

As diretrizes tra�adas pelo Plano Nacional de Educa��o 2011-2020 estabelecem que 33% dos cidad�os com idade entre 18 e 24 anos devem estar matriculados no fim desse per�odo. Para isso, o secret�rio conta com os programas colocados em pr�tica desde a gest�o do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e com a determina��o da presidente Dilma Rousseff de acelerar a economia por meio da qualifica��o profissional dos brasileiros. “No plano feito por n�s h� 10 anos, v�amos a necessidade de aumentar o n�mero de vagas, mas n�o sab�amos como. Hoje � diferente. Temos os mecanismos estipulados. Bem definidos”, comenta.

Apesar de apontar os avan�os obtidos, Costa reconhece que ainda � preciso estimular a forma��o de profissionais para suprir os segmentos econ�micos carentes de m�o de obra especializada. Sem isso, adverte, o pa�s n�o chegar� a ser a quinta economia do mundo, como pretende. Leia a entrevista concedida pelo secret�rio ao Correio:

(foto: Ronado de Oliveira/CB/D.A/Press)
(foto: Ronado de Oliveira/CB/D.A/Press)
Alguns especialistas criticam a condu��o do plano de expans�o do ensino superior, afirmando que o n�mero de vagas oferecidas e o de alunos ingressantes nas universidades � baixo. Como o senhor avalia esse desempenho?
N�o considero como uma cr�tica, mas como uma an�lise da atualidade. O que o Brasil fez nos �ltimos anos � muito dif�cil de ser conseguido. Dobramos a oferta nas institui��es p�blicas, fizemos o Programa Universidade para Todos (ProUni), que oferece vagas p�blicas, uma vez que s�o bancadas com dinheiro p�blico em institui��es privadas, e ainda temos o Programa de Financiamento Estudantil (Fies). N�s est�vamos com um percentual de jovens e de adultos, lamentavelmente, muito baixo no ensino superior. Por mais que tenhamos realizado, ainda temos uma quantidade que n�o � adequada, embora esse �ndice tenha melhorado muito. Em 2002, form�vamos 300 mil pessoas por ano. Esse ano, 1 milh�o est� concluindo a universidade. Quando falamos em apag�o de m�o de obra, temos que considerar que, se tiv�ssemos estacionado naquela m�dia, hoje seria bem pior.

O que falta ser feito? Os programas atendem � procura dos estudantes?

N�s precisamos expandir. As vagas no sistema de sele��o unificado (Sisu) e no ProUni est�o crescendo. Tamb�m tivemos um avan�o acentuado de contratos assinados com o Fies. Precisamos cumprir um Plano Nacional de Educa��o que exige que 33% dos jovens de 18 a 24 anos estejam no ensino superior at� 2020. Significa que precisamos colocar, pelo menos, mais 5 milh�es de pessoas nas faculdades e universidades.

Hoje temos quantos alunos?

S�o 6,4 milh�es de brasileiros, mais ou menos. Estamos falando de uma meta pr�xima de 11 milh�es a que precisamos chegar. Para cumprir o objetivo, temos que refor�ar esses mecanismos, sempre preservando a qualidade dos cursos e uma estrat�gia de expans�o. Uma das quest�es que tenho levantado dentro da secretaria � que a educa��o superior brasileira ainda est� muito concentrada. Precisamos reverter essa aglomera��o. Atualmente, cinco cursos t�m quase 40% das matr�culas: administra��o, direito, pedagogia, enfermagem e ci�ncias cont�beis. S�o cursos importantes, sem d�vida, mas concentram demais. Tamb�m queremos descentralizar geograficamente, tanto que, ao expandirmos as vagas p�blicas, n�s caminhamos um pouco mais para o Nordeste, abrindo duas universidades na Bahia, uma no Cear� e uma no Par�.

A expans�o estrat�gica, ent�o, � basicamente estimular a entrada de alunos em cursos menos tradicionais?
N�o � s� isso. Quando voc� pensa em expans�o estrat�gica, ela tem que atender a algumas condi��es. A primeira, � aumentar a oferta. Isso continua sendo priorit�rio. Outra condi��o � atender o desenvolvimento econ�mico, social e humano do pa�s. N�o � s� expandir, voc� tem que crescer considerando as assimetrias brasileiras. A terceira � fazer uma expans�o com justi�a social. Permitir que todas as camadas da popula��o tenham oportunidades. O que torna mais dif�cil a equa��o � fazer esse trabalho preservando a qualidade do ensino.

Como resolver esse n�?

O governo atuou em cinco frentes distintas. A primeira foi ampliar as universidades p�blicas. Criamos14 unidades, 126 novos c�mpus. Agora, a presidente Dilma Rousseff prop�s a constru��o de mais quatro, com 47 c�mpus. Avan�amos na interioriza��o das vagas p�blicas. Al�m disso, criamos a Universidade Aberta do Brasil (ensino a dist�ncia), permitindo a forma��o de uma popula��o que deseja ter acesso ao ensino superior, mas n�o tem condi��es de se deslocar da casa ou do trabalho. Para a rede privada, temos o ProUni. Recentemente, fizemos uma mudan�a fundamental no programa, pela qual a ren�ncia fiscal concedida �s faculdades participantes passou a ser feita de acordo com as vagas preenchidas. Antes pag�vamos pela oferta feita pela escola, mesmo que nenhum aluno entrasse nos cursos. Finalmente, temos o Fies, que sofreu altera��es recentemente. A taxa de juros, que era de 9% ao ano, passou para 3,4%, ou seja, est� menor do que a infla��o.

Qual a diferen�a entre o Plano Nacional de Educa��o anterior e este que acabou de ser aprovado?
O alicerce hoje est� s�lido. No Plano Nacional de Educa��o feito por n�s h� 10 anos, v�amos a necessidade de aumentar o n�mero de vagas, mas n�o sab�amos como. Hoje � diferente. Temos os mecanismos estipulados. Bem definidos. N�o faltam recursos para o Fies nem para o ProUni. A expans�o das federais mostra o compromisso claro de continuidade. O ensino a dist�ncia, atualmente, representa 15% dos 6,4 milh�es de matriculados em curso superior, cerca de 900 mil. Em alguns pa�ses, essa propor��o chega a 50%. Ou seja, nosso n�vel ainda est� baixo porque estamos ampliando esses cursos com muito cuidado. No ProUni, temos 480 mil bolsas ativas. Estamos com mais de 150 mil contratos pelo Fies, e, nas institui��es p�blicas federais, devemos ter em torno de 860 mil matr�culas. Temos condi��es de aumentar esses n�meros.

E como fazer para suprir os segmentos econ�micos que carecem de m�o de obra qualificada?

N�o seremos a quinta economia do mundo, como pretendemos ser, se n�o houver um deslocamento acad�mico. Precisamos ter n�meros muito mais confort�veis no ensino superior para que isso aconte�a. Em breve, vou liberar um estudo mostrando quais s�o as demandas mais urgentes das engenharias, espec�ficas por regi�o, para apontarmos as maiores defici�ncias e, consequentemente, induzir o crescimento nessas �reas.

A explos�o da constru��o civil e dos servi�os e a necessidade de prepara��o para eventos como a Copa e as Olimp�adas mudaram as prioridades para o plano de expans�o na educa��o?

Isso mexe com os planos, sim. Uma boa estrat�gia de expans�o do ensino superior leva em conta os investimentos que o Brasil vai receber nos pr�ximos anos e as �reas priorit�rias. Contudo, n�o estamos falando s� de desenvolvimento econ�mico, mas tamb�m social. H� cursos que o chamado “mercado” nunca vai pedir, mas voc� precisa ter, como dan�a, artes. Fazem parte da forma��o social e da cultura do pa�s.

Qual a chance de as diretrizes mudarem daqui a dez anos e abandonar-se o projeto de melhoria do ensino universit�rio?
N�o acredito que seja poss�vel. Estamos caminhando para que isso seja uma pol�tica de Estado. Recebo aqui muitos governadores, vereadores e prefeitos buscando recursos e orienta��o para expandir suas institui��es de ensino superior, independentemente do partido. Isso � bom. Se temos que ser republicanos em todas as a��es, e essa � a determina��o clara da presidente Dilma Rousseff, temos que ser muito mais na educa��o.


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