Bras�lia – O Banco Mundial (Bird) refor�ou o coro dos analistas e institui��es que estimam a piora do cen�rio econ�mico global e preveem um risco maior aos pa�ses emergentes em 2012. A organiza��o reduziu nessa quatrta-feira a estimativa de crescimento para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro de 4,3% para 3,4% este ano e deixou claro que nenhuma na��o estar� imune aos efeitos da crise. Para o Bird, nem mesmo a eleva��o dos pre�os de commodities, que sustentou o avan�o das economias em desenvolvimento depois de 2008 – especialmente na Am�rica Latina –, as blindar� da desacelera��o internacional. A deteriora��o ser� puxada pelos pa�ses ricos, em particular a Zona do Euro, regi�o para a qual o Bird estima o encolhimento de 0,3% no PIB.
O diagn�stico tra�ado pela institui��o mostra que a dificuldade de recupera��o nos pa�ses de alta renda e o crescimento menor da China prejudicar�o as exporta��es em escala global. Outra via de cont�gio ser� a escassez de cr�dito e de fluxos de capital internacional, que afetar�o o consumo e os investimentos. "Muitos pa�ses latino-americanos se beneficiaram dos altos pre�os das mat�rias primas, mas as perspectivas futuras s�o vulner�veis � queda do crescimento mundial", destacou o banco.
O vice-presidente de Economia do Desenvolvimento do banco, Justin Lin, recomendou aos emergentes a antecipa��o da busca por recursos para financiar d�ficits or�ament�rios e a prioriza��o de gastos sociais e de infraestrutura, como forma de fortalecer seus mercados. No sistema financeiro, o representante sugeriu a realiza��o de testes de resist�ncia, para comprovar a estabilidade dos bancos. "Os pa�ses em desenvolvimento devem avaliar suas brechas e se preparar melhor para a crise enquanto h� tempo", advertiu.
Enf�tico, o chefe do Departamento de Macroeconomia do Bird e um dos autores do estudo, Andrew Burns, alertou que o cen�rio pode ser pior do que foi em 2008. "A escalada da crise n�o deixar� ningu�m imune. As taxas de crescimento dos pa�ses desenvolvidos podem cair tanto ou mais que em 2008. N�o podemos deixar de enfatizar a import�ncia de haver planos de conting�ncia", assegurou.
Se a previs�o do Bird se confirmar, o Brasil fechar� o ano com desempenho inferior ao da Am�rica Latina (3,6%) e pior do que o da vizinha Argentina (3,7%). Ainda assim, crescer� mais do que a m�dia mundial (2,5%) e do que o conjunto das na��es ricas (1,4%). Nos c�lculos do banco, o PIB global cresceu 2,7% no ano passado e s� deve se recuperar em 2013, quando chegar� aos 3,1%.
Cen�rio interno
Para parte do mercado, embora o Brasil n�o esteja imune aos efeitos da crise, a din�mica do crescimento este ano estar� muito mais ligada aos est�mulos fiscais e de cr�dito que o governo � capaz de promover na economia dom�stica do que ao cen�rio externo. "H� uma expans�o natural que ainda vai ser sustentada pelo incremento da renda e pelo emprego, al�m dos bilh�es que o aumento de 14,1% do sal�rio m�nimo v�o jogar na economia", considerou Felipe Queiroz, analista da ag�ncia de classifica��o de risco Austin Rating. A ag�ncia tamb�m trabalha com a estimativa de crescimento de 3,4% em 2012.