Na tentativa de acelerar a desapropria��o das terras do futuro Superporto do A�u, em S�o Jo�o da Barra (cidade litor�nea no norte fluminense), a LLX, empresa de log�stica do megaempres�rio Eike Batista, decidiu comprar todos os terrenos poss�veis numa �rea de 70 quil�metros quadrados destinada ao parque industrial do empreendimento. At� mesmo as terras cujos supostos propriet�rios n�o conseguem comprovar a posse por meio de documentos est�o na mira de Eike, incomodado com o impasse criado na regi�o a partir do momento em que anunciou, h� quase seis anos, a inten��o de construir o porto e um estaleiro.
O bilion�rio comprou, inicialmente, 100 quil�metros quadrados em um trecho ermo do A�u, no litoral de S�o Jo�o da Barra. Ao requerer do governo do Estado do Rio o licenciamento ambiental, teve de aceitar a contrapartida de manter preservada metade da �rea, coberta por vegeta��o de restinga. Assim, passou a ter apenas 50% do espa�o inicialmente planejado. O resto das terras que adquiriu virou �rea de preserva��o, intoc�vel.
Al�m do porto projetado para exporta��o de min�rio de ferro e apoio � atividade petrol�fera na vizinha Bacia de Campos, em desenvolvimento nos pr�ximas d�cadas por causa de descoberta do pr�-sal, Eike vislumbrava para a regi�o um complexo industrial de porte in�dito no Brasil.
S� que, com a restri��o ambiental, o megaempres�rio argumentou com o governador S�rgio Cabral (PMDB) que n�o teria como concretizar o que planejara. O governador decidiu ent�o desapropriar, numa primeira fase, uma �rea de 23 quil�metros quadrados, vizinha �s terras de Eike. Numa etapa posterior, mais 47 quil�metros quadrados.
Foi quando os problemas surgiram. Nas terras da fase 1, a Companhia de Desenvolvimento do Estado do Rio (Codin) mapeou 151 propriedades rurais. Dessas, s� 16 eram habitadas permanentemente; 60 desenvolviam algum tipo de lavoura; as outras 91 eram pastagens naturais, em terreno arenoso e de capim de baixa qualidade. Os 16 propriet�rios residentes foram indenizados e reassentados na Vila da Terra, constru�da pela LLX em �rea vizinha ao futuro complexo industrial. A empresa de Eike j� adquiriu 67 das 151 propriedades, nenhuma delas com a posse comprovada por documentos oficiais.