O Banco Central (BC) espera que o d�ficit em transa��es correntes no primeiro m�s do ano fique em US$ 6,7 bilh�es. A conta de transa��es correntes registra as compras e vendas de mercadorias e pagamentos de servi�os. O resultado de janeiro ser� influenciado fundamentalmente pela balan�a comercial (exporta��es e importa��es), que est� na terceira semana consecutiva de saldo negativo este ano.
Se o d�ficit das transa��es correntes se confirmar em janeiro, a entrada de investimento estrangeiro direto, que vai para o setor produtivo da economia, n�o ser� suficiente para cobrir a diferen�a. Esse tipo de investimento acumula US$ 4 bilh�es do in�cio do ano at� hoje (24) e deve fechar o m�s em US$ 4,5 bilh�es, de acordo com estimativa do BC.
Quando o pa�s tem d�ficit em conta-corrente, ou seja, gasta al�m da renda do pa�s, � preciso financiar esse resultado com investimentos estrangeiros ou tomar dinheiro emprestado no exterior.
No ano passado, o investimento estrangeiro direto (US$ 66,66 bilh�es), considerado melhor forma de financiamento do que investimentos em a��es, por exemplo, foi suficiente para financiar o d�ficit de US$ 52,612 bilh�es. Para 2012, a previs�o do BC � que o d�ficit em transa��es correntes fique em US$ 65 bilh�es e o investimento estrangeiro direto alcance US$ 50 bilh�es. Outra forma de financiamento para cobrir esse d�ficit s�o os investimentos em a��es e t�tulos negociados no pa�s, que devem registrar entrada l�quida de US$ 12 bilh�es e US$ 5 bilh�es este ano, respectivamente, de acordo com previs�o do BC.
Em 2011, um dos itens que influenciaram o saldo negativo foi a conta de servi�os, com d�ficit de US$ 37,906 bilh�es. A conta registra, entre outros itens, as despesas dos brasileiros no exterior. Mas, segundo Maciel, com a alta do d�lar a partir de agosto, esses gastos ficaram mais moderados.
Outro item que contribuiu para o resultado das transa��es correntes foram as remessas de lucros e dividendos (US$ 38,166 bilh�es), com d�ficit de US$ 47,319 bilh�es no ano passado. Essas remessas no ano passado foram as maiores da s�rie hist�rica do BC, iniciada em 1947. Mas esse aumento das remessas n�o preocupa o BC. “H� lucratividade das empresas, a economia continua crescendo, portanto, � natural que essas remessas continuem crescendo”, disse Maciel.
O chefe do Departamento Econ�mico do BC disse ainda que s�o pontuais os movimentos de envio de recursos de filiais para matrizes no exterior por causa da crise econ�mica externa. “N�o foram a t�nica das remessas. N�o foi isso que prevaleceu em 2011. O que prevaleceu em 2011 foi a remessa normal decorrente do aumento de estoque de investimento estrangeiro direto no pa�s e do desempenho positivo da economia brasileira”.