
Na pr�xima semana o grupo ISG (Internacional Sales Group) desembarca em Belo Horizonte para apresentar aos compradores mineiros unidades � venda no residencial Vizcayne. Localizado na regi�o central de Miami, o pr�dio re�ne duas torres de 49 andares com vista para o mar (Miami Beach) e oferece unidades que variam entre US$ 200 mil e US$ 2 milh�es. “Esperamos vender pelo menos 10 propriedades no lan�amento brasileiro”, aponta o diretor da ISG, Philip Spiegelman. Segundo ele, metade do empreendimento j� est�o vendido, o que significa 50% das 800 unidades do empreendimento. Das vendas at� agora, 200 unidades foram comercializadas para brasileiros. O edif�cio que tem atra�do brasileiros ostenta predicados como 24 horas de seguran�a, sala de cinema, fitness center, deck a c�u aberto com duas piscinas em formato de lagoa tropical e uma piscina ol�mpica, jacuzzi e bar.
Com o esfriamento do d�lar, mineiros t�m comprado im�veis de luxo em m�dia por R$ 6,5 mil o metro quadrado. Segundo especialistas no mercado imobili�rio, os valores ainda chegam a ser 50% menores que as cifras praticadas em 2008. Um atrativo a mais para quem busca investir no lazer e turismo em clima parecido com o dos tr�picos. Al�m de Belo Horizonte, as duas torres ser�o lan�adas em S�o Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba. Analistas estimam que, no pa�s, Minas Gerais ocupe o segundo lugar como maior mercado comprador em Miami, depois de S�o Paulo.
A estrat�gia das empresas norte-americanas para ficar mais perto do cliente brasileiro � fechar parcerias com empresas nacionais. H� um ano a mineira Lar Im�veis se associou � empresa imobili�ria americana Fortune, para comercializar em Minas unidades nos Estados Unidos. O diretor-presidente da empresa Luiz Ant�nio Rodrigues, aponta que o mercado est� atrativo para compras. “O momento � de equil�brio entre oferta e demanda, de estabiliza��o de pre�os.” Segundo Rodrigues, unidades de alto luxo variam de US$ 2,5 mil a US$ 12 mil o metro quadrado. “Acredito que 2012 ser� um ano de acomoda��o de pre�os.”
Troca
O boom de compras nos Estados Unidos est� relacionado com o crescimento econ�mico brasileiro e a crise da economia americana que esfriou os pre�os. “Como os Estados Unidos oferecem custo de vida relativamente baixo e qualidade de vida alta, brasileiros de maior renda acabam trocando Cabo Frio por Miami”, diz Teodomiro Diniz Camargos presidente da Comiss�o da Ind�stria da Constru��o Civil (CIC) da Federa��o das Ind�strias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). Ele considera que a concorr�ncia � um fluxo natural nos mercados globalizados, mas aponta que o Brasil deve melhorar suas condi��es de seguran�a p�blica e infraestrutura para n�o perder o f�lego na corrida de gigantes, j� que n�o � s� o valor do im�vel que atrai os compradores, mas a cesta de ofertas do pa�s. “Quem compra im�veis na Fl�rida geralmente aponta a tranquilidade, seguran�a para sair com a fam�lia, e o custo de vida acess�vel.”
Fernando Bergallo, gerente de c�mbio da TOV Corretora, diz que em 2008 im�veis no valor de US$ 850 mil chegaram a ser arrematados por brasileiros em leil�o p�blico americano por US$ 380 mil, uma combina��o de desvaloriza��o do bem com real forte. “O mercado bateu no ch�o e agora come�a a se estabilizar. Mas 2012 ainda ser� um ano muito bom para quem quer negociar um im�vel na Fl�rida.” Segundo Bergallo, o term�metro para o aquecimento das vendas � o c�mbio. Segundo ele, quando o d�lar atinge o patamar de R$ 1,80 as compras dos brasileiros fervem. “Esse � um patamar considerado pelo mercado muito atrativo para investimento no setor.”
Remessas
Especializado em operar com remessas para o exterior Bergallo ressalta que de 2008 para c� os valores autorizados pelo Banco Central do Brasil cresceu de US$ 10 mil para US$ 100 mil. “A procura � t�o grande que o mercado est� inundado de corretores especializados em fazer este servi�o, criando guerra de pre�os e concorr�ncia, facilitando a vida do investidor tamb�m neste sentido”, apontou. Quanto ao perfil do investidor Bergallo que se especializou na intermedia��o de neg�cios, diz que existe desde compradores que querem apenas investir e alugar o im�vel at� revend�-lo, at� compradores que investem no turismo e em um apartamento de ver�o nos Estados Unidos.
Palavra de especialista
Paulo Vieira
Analista de mercado e professor de finan�as
Aquisi��o exige autela do investidor
“O im�vel para uso pr�prio carrega um peso particular, imposs�vel de ser medido, mas como op��o de investimento, seja no Brasil ou em qualquer outro lugar do mundo, alguns pontos devem ser observados. Em �pocas de incerteza na economia h� uma tend�ncia pela procura de bens reais e palp�veis, sendo natural a valoriza��o dos im�veis. O grande n� deste ativo est� na liquidez. Se precisar vend�-lo rapidamente, o investidor pode ter de negociar o bem abaixo do valor esperado. � preciso ficar atento tamb�m aos custos da manuten��o. No caso dos investimentos americanos, � dif�cil prever os rumos da economia do pa�s, do c�mbio e do mercado imobili�rio. S�o apostas, as vari�veis podem combinar para o bem ou para o mal.”
Neg�cios na Europa
E na disputa pela moeda brasileira o para�so americano n�o est� sozinho, apesar de liderar a prefer�ncia dos investidores. A crise enfrentada por pa�ses da Europa, que derrubou o Produto Interno Bruto (PIB) europeu, tem deixado im�veis atrativos tamb�m na Zona do Euro. “Est� muito barato comprar im�veis em algumas cidades europeias. Lisboa, por exemplo, � um destino onde tem crescido o interesse de investidores brasileiros”, observa Teodomiro Diniz Camargos, presidente do Conselho da Ind�stria da Constru��o Civil da Federa��o das Ind�strias do Estado de Minas Gerais (Fiemg).
O presidente do Conselho Regional dos Corretores de Im�veis em Minas (Creci-MG), Paulo Tavares, tamb�m considera que o interc�mbio de neg�cios imobili�rios � um caminho que cresce em passos r�pidos. “Nosso conselho federal tem sido convidado a ir ao exterior fazer palestras sobre o mercado brasileiro assim como grupos estrangeiros t�m nos procurado, existe um interc�mbio. Recentemente recebi por aqui investidores europeus e cada vez mais temos not�cias de brasileiros comprando im�veis em Miami”, aponta Tavares. (MC)