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Estado de Minas

Terras-raras saem do papel em Minas

Empresa canadense compra terrenos em Arax� e deve iniciar este ano a explora��o de metais dos min�rios. Prefeitura prev� aporte de R$ 3 bi e gera��o de 600 empregos


postado em 29/01/2012 07:31 / atualizado em 29/01/2012 08:13

Maior produtor de nióbio do mundo, Araxá terá extração de mineirais com forte valorização no mercado mundial (foto: Jorge Gontijo/EM/D.A Press)
Maior produtor de ni�bio do mundo, Arax� ter� extra��o de mineirais com forte valoriza��o no mercado mundial (foto: Jorge Gontijo/EM/D.A Press)

A t�o aguardada explora��o de elementos de terras-raras no Brasil deve sair do papel em Minas Gerais ainda este ano. Essa � a expectativa quanto a “um dos mais altos n�veis de �xidos de terras-raras” no mundo, descobertos em Arax�, no Alto Parana�ba. As aspas s�o da MBac, multinacional de origem canadense que produz fertilizantes no Brasil. A companhia n�o detalha a opera��o, ainda em fase inicial, mas confirma que comprou as �reas com jazidas de terras-raras, ni�bio e fosfato no territ�rio mineiro. Segundo a prefeitura local, o lan�amento da pedra fundamental da obra deve ocorrer em breve. “E a produ��o deve come�ar j� no fim do ano”, projeta o prefeito Jeov� Moreira da Costa.

Ainda segundo a prefeitura, as primeiras negocia��es com a empresa deram uma ideia geral do empreendimento, que deve envolver investimentos de at� R$ 3 bilh�es e gerar 600 empregos. A empresa n�o confirma os n�meros, enquanto cresce a especula��o de que o empres�rio Eike Batista tamb�m estaria de olho no fil�o representado pelos metais – desde 2008, a valoriza��o das terra- raras no mercado internacional j� passa dos 4.000%. O Grupo EBX limita-se a informar, via assessoria de imprensa, que n�o comenta rumores de mercado. Segundo a secret�ria de Desenvolvimento Econ�mico de Arax�, Alda Sandra, a pr�xima reuni�o com a empresa canadense, que deve detalhar o projeto, vai ser realizada at� 10 de fevereiro.

A MBac informou que o objetivo da empresa � se tornar um dos principais fornecedores de fertilizantes no Brasil e “essa aquisi��o nos deixar� mais perto desta meta”. Ainda segundo a companhia canadense, a �rea adquirida cobre 214 hectares de carbonatitos e cont�m, al�m de fosfatos, terras-raras e pirocloro (ni�bio). A exist�ncia de fosfatos foi descoberta no in�cio da d�cada de 1950 e j� foi alvo de explora��o por empresas como a CBMM e o Grupo Rhodia. Na avalia��o da multinacional, “a �rea tem excelente infraestrutura e fica na mesma regi�o onde operam as principais empresas brasileiras de fertilizantes”.

Hoje, a China det�m 95% do mercado mundial de terras-raras, que movimenta US$ 5 bilh�es por ano e 120 mil toneladas. “Se os �rabes t�m petr�leo, a China tem terras-raras”, teria dito Deng Xiao Ping, segundo lenda urbana oriental. Com isso, o gigante asi�tico controla o pre�o – em 2000, a tonelada valia US$ 5 mil; no ano passado, a cota��o chegou a US$ 150 mil. Historicamente, o valor cobrado pelas empresas chinesas era t�o baixo que tornava a explora��o fora daquele territ�rio invi�vel economicamente, mas uma crise de abastecimento se anuncia e pode mudar esse quadro: com o aumento nas restri��es � exporta��o desses elementos por parte dos chineses, observa-se corrida mundial por alternativas.

“Esses metais t�m intensidade magn�tica incr�vel, � poss�vel produzir pequenos im�s com capacidade de atra��o muito grande, o que amplia as suas aplica��es”, destaca Otto Bittencourt Netto, diretor de recursos minerais das Ind�strias Nucleares Brasileiras (INB). Para explorar as jazidas no Brasil, as empresas precisam de autoriza��o do Departamento Nacional de Produ��o Mineral (DNPM) e da Comiss�o Nacional de Energia Nuclear (CNEN), uma vez que a manipula��o dos metais envolve n�veis de radia��o. Nenhum dos dois institutos tem informa��es quanto a solicita��es da MBac referentes � explora��o em Minas Gerais. A Vale Fertilizantes, que tamb�m j� havia informado interesse e iniciado pesquisas na regi�o, afirmou, via assessoria de imprensa, que a quest�o ainda est� em fase inicial e que “n�o h� informa��es concretas para divulgar”.

O Projeto Arax�, confirmado pela MBac, pode incrementar a pauta de exporta��es da cidade de 93 mil habitantes. “Precisamos, de fato, diversificar e essa perspectiva das terras-raras, que se valorizam mais que ouro, � uma excelente not�cia”, comemora o prefeito. O saldo na balan�a comercial de Arax� foi de US$ 1,8 bilh�o em 2010, segundo o Minist�rio do Desenvolvimento, Ind�stria e Com�rcio Exterior (MDIC). O incremento nominal das exporta��es se apoiou em valoriza��es como a do ferroni�bio. Esse, que foi o principal produto da pauta, em volume, variou s� 5,83%, mas em valores cresceu 20,07%, varia��o apoiada na valoriza��o experimentada no mercado internacional – algo que especialistas n�o esperam para este ano.


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