A recente evolu��o da economia brasileira pode ser medida de muitas maneiras. Dos grandes n�meros da produ��o aos bilh�es do com�rcio exterior, muitos dados t�m mostrado avan�o, fato que chama aten��o do mundo. Mas uma cifra pequena, que muitas vezes n�o chega � casa do milhar, revela uma mudan�a econ�mica radical: as remessas feitas por trabalhadores mostram que o Brasil deixou de ser um mero receptor de d�lares enviados por brasileiros espalhados pelo mundo. Agora, o Pa�s tamb�m � fonte de dinheiro para milhares de fam�lias estrangeiras no exterior.
H� menos de 20 anos, em 1995, o Brasil era um t�pico receptor de remessas: a entrada de d�lares era quase 25 vezes maior que o envio de dinheiro feito por estrangeiros que trabalhavam no Pa�s. Dados do Banco Central mostram que a diferen�a diminuiu gradualmente ao longo do tempo. Em 2008, com o estouro da crise nos Estados Unidos, o movimento se acelerou. At� que no ano passado estrangeiros que trabalham no Brasil enviaram US$ 1 para cada US$ 2,43 que entraram no Pa�s, a menor diferen�a da hist�ria.
O recente crescimento da economia brasileira e a pior crise sofrida pelos pa�ses ricos nas �ltimas d�cadas explicam o fen�meno. Em bairros paulistanos como o Bom Retiro e o Br�s, � poss�vel ver o poder de atra��o de um pa�s em crescimento: nessas regi�es, existem muitos empregos considerados bons por trabalhadores de pa�ses vizinhos como a Bol�via, Peru e Paraguai. Muitas dessas vagas s�o prec�rias e ilegais.
J� os brasileiros que trabalham ao redor do mundo perdem a capacidade de enviar dinheiro. No ano passado, as remessas vindas dos Estados Unidos somaram US$ 603 milh�es, valor 53% menor que o visto em 2008, ano do estouro da crise passada, e o pior resultado desde 2001. Do Jap�o, a queda � ainda mais expressiva: 60% em tr�s anos. Em 2011, dekasseguis enviaram US$ 289 milh�es ao Brasil, menor valor da s�rie hist�rica iniciada em 1995.