Depois da tempestade, a bonan�a. O turismo das cidades hist�ricas de Minas Gerais amargou preju�zos com os temporais nos �ltimos meses, mas se prepara para recuperar o f�lego no carnaval. A chuva que castigou o estado chegou a representar queda de at� 30% no movimento dos hot�is e pousadas de cidades como Ouro Preto (Regi�o Central), Diamantina (Vale do Jequitinhonha) S�o Jo�o del-Rei e Tiradentes (ambas no Campo das Vertentes). As reservas foram adiadas e s� a partir da segunda quinzena deste m�s os neg�cios para o carnaval ganharam for�a.
As chuvas trouxeram queda de 20% a 30% no movimento nas pousadas e hot�is de Ouro Preto, afirma Raimundo Saraiva, vice-presidente regional da Associa��o Brasileira da Ind�stria de Hot�is (Abih). “Tivemos cancelamentos e algumas pessoas deixaram de vir em fun��o do bloqueio de estradas”, afirma Saraiva. Mas se as reservas ca�ram em dezembro e janeiro, para o carnaval a promessa � de ter 100% de ocupa��o nos cerca de 2 mil leitos da cidade, segundo avalia��o de Saraiva. Em per�odo normal, a taxa de ocupa��o gira em torno de 60%.
“Tivemos um in�cio de ano turbulento, em fun��o das chuvas. Mas planejamos e estamos otimistas com o carnaval”, afirma Chiquinho de Assis, secret�rio de Cultura e Turismo de Ouro Preto. A cidade hist�rica vai investir R$ 1 milh�o no carnaval e espera que o evento movimente R$ 20 milh�es em neg�cios. Ouro Preto conta com cerca de 2 mil pessoas envolvidas no segmento de turismo. Na temporada carnavalesca o n�mero de trabalhadores na atividade vai saltar para 5 mil.
A folia deste ano vai ter menos recursos em S�o Jo�o del-Rei. O investimento no carnaval vai ser de R$ 500 mil, contra R$ 580 mil no ano passado. “Com as chuvas deste ano havia o risco de nem ter a folia. Mas conseguimos o apoio do governo e vamos manter o evento”, afirma Nina Capel, secret�ria de Cultura e Turismo da cidade. O temporal, diz, atrapalhou alguns neg�cios das pousadas. “Tivemos acessos fechados nas estradas por um ou dois dias”, observa Nina.
Em Diamantina, a taxa de ocupa��o dos cerca de 2 mil leitos est� em torno de 70%, avalia Alberis Mafra, diretor de Turismo da cidade. Mas ele espera que nas pr�ximas semanas salte para 95%. A expectativa dele � de receber cerca de 50 mil foli�es por dia no munic�pio. A cidade investiu entre R$ 1,5 milh�o e R$ 2 milh�es no carnaval deste ano e Mafra espera que a folia movimente cerca de R$ 22 milh�es.
�ltima hora
A chuva levou � queda na taxa de ocupa��o do Hotel Diamante Palace. No in�cio do m�s, ela ficou em torno de 48%, sendo que a m�dia � de 55% a 60%. “Muitas fam�lias que v�o para o litoral acabam passando por Diamantina. Mas este ano, em fun��o das chuvas, n�o tivemos esse p�blico”, observa M�rcia Andreia Costa, gerente do hotel. Ela afirma que os turistas deixaram as reservas para a �ltima hora neste ano.
Assim como a Mostra de Cinema de Tiradentes transcorreu normalmente nas �ltimas semanas, sem sequelas da enchente que afetou a cidade no in�cio do m�s, o carnaval tamb�m deve representar boa temporada de ruas cheias e pousadas lotadas. De acordo com o prefeito, Nilzio Barbosa Pinto, apenas as fam�lias ribeirinhas do Rio das Mortes sofreram as consequ�ncias das chuvas. “J� est� tudo limpo. Ajudamos com material de limpeza e cestas b�sicas. Est� tudo normal em Tiradentes”, ressalta.
Segundo ele, ser�o investidos R$ 150 mil na produ��o do carnaval da cidade. O prefeito n�o consegue calcular o quanto entrar� para os caixas locais. “Quem ganha � o com�rcio local. Mas como muitos s�o microempreendedores, n�o temos como estimar isso”, afirmou. O setor de hotelaria n�o tem do que reclamar. Na Pousada M�e D’�gua, localizada no Largo das Forras, 90% dos 49 apartamentos j� est�o com as reservas confirmadas de h�spedes que v�m do Rio de Janeiro, S�o Paulo e Belo Horizonte. No Hotel Ponta do Morro a situa��o � semelhante: lota��o garantida em 95% dos quartos.

A subgerente da Pousada do Largo, Maria Rute Costa, tamb�m no Centro Hist�rico de Tiradentes, observou que o movimento caiu na cidade principalmente em fun��o das not�cias da chuva. “Pareceu pior do que realmente foi”, ressalta. Segundo ela, em fun��o disso a taxa de ocupa��o da primeira quinzena do m�s foi cerca de 20% abaixo do esperado, mas a situa��o se reverteu com a mostra de cinema. “Ficamos lotados”, conta.