
A produ��o industrial brasileira cresceu 0,3% no ano passado, coroando a perda de ritmo registrada desde abril de 2011. A partir da�, o ritmo das f�bricas desacelerou, puxando para baixo o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do pa�s. Os n�meros s�o do Instituto Brasileiro de Geografia e Pesquisa (IBGE). O resultado ficou muito abaixo dos 10,5% registrados em 2010. Em dezembro, a produ��o retomou o f�lego e cresceu 0,9% frente a novembro, mas foi insuficiente para melhorar o desempenho do ano. E quando o recorte do �ltimo m�s do ano � feito comparando os resultados de igual per�odo de 2011, a produ��o total da ind�stria apresenta queda de 1,2%, quarta taxa negativa nesse tipo de confronto, mas a menos intensa dessa sequ�ncia.
Entre as categorias de uso, o setor de bens de capital foi o destaque positivo com crescimento 3,3% no ano, sustentado principalmente pelo avan�o na produ��o de m�quinas e equipamentos para transportes. A produ��o de bens de consumo dur�veis recuou 2% por conta da menor fabrica��o de autom�veis. Com isso, de acordo com o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), a ind�stria nacional fica em meio a uma encruzilhada. De um lado, contar� com as medidas que o governo federal vem tomando para o aquecimento da economia, o que a levar� a melhores resultados. De outro, de acordo com o economista-chefe do instituto, Rog�rio C�sar de Souza, somente isso poder� n�o ser suficiente para salvar o segmento em 2012. “Os entraves competitivos para as empresas brasileiras, como c�mbio valorizado, car�ncia de infraestrutura e log�stica, elevada carga tribut�ria e alto custo do capital poder�o n�o mudar no curto prazo”.
Para este ano, a situa��o n�o dever� mudar muito. A retomada da produ��o industrial registrada em dezembro ainda n�o � suficiente para garantir uma revers�o de tend�ncias, aponta Andr� Macedo, gerente da pesquisa do IBGE. “Precisamos aguardar novas informa��es. A produ��o industrial foi melhor em dezembro do que nos meses anteriores, mas isso n�o indica mudan�a na trajet�ria.” Em Minas, o presidente do Conselho de Pol�tica Econ�mica da Federa��o das Ind�strias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Lincoln Gon�alves Fernandes, explica que a expectativa � de baixo crescimento no setor. “No estado, a expans�o da ind�stria ficar� abaixo da m�dia nacional”, avisa.
Contraponto

No ano passado, o desempenho da ind�stria dependeu da evolu��o dos setores produtores de commodities, como o da ind�strias extrativa, que teve avan�o de 2,1% na produ��o em 2011. Outro exemplo � a �rea de derivados de petr�leo e de celulose e papel. Em 2012, por�m, a crise internacional jogar� fuma�a sobre esses e outros setores eminentemente exportadores. O f�lego vir� do mercado interno. Portanto, todas as apostas se concentram na produ��o de bens de consumo voltada para o comprador brasileiro.
An�lise da not�cia
Timidez no horizonte
Muitas incertezas pairam sobre a economia mundial em 2012, alimentadas pela crise europeia. � certo que o governo brasileiro lan�ar� m�o de todos os instrumentos necess�rios para evitar a contamina��o da economia brasileira pelo crash no Velho Continente e para sustentar a atividade este ano. Os juros b�sicos da economia cair�o rumo a um d�gito, o cr�dito ser� estimulado, o Imposto sobre Opera��es Financeiras (IOF) pode ser reduzido e n�o est� fora do horizonte a libera��o de compuls�rios. Tudo isso animar� a ind�stria de bens de consumo, mas n�o a produ��o de commodities, o principal item da pauta de exporta��es brasileiras. Isso significa que a produ��o industrial total, dever� continuar t�mida em 2012. (ZF)