A partir de agora, n�o tem mais jeito: as concession�rias de ve�culos importados que ter�o o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) majorado em 30% j� preveem para este m�s o fim dos estoques dos carros que estar�o livres do aumento – os �ltimos carros faturados no fim do ano passado come�am a rarear. At� mar�o, � corrida aos p�tios, para garantir o carro importado sem reajuste. Amanh� come�a a valer a majora��o fiscal definitiva. A lista com as 18 montadoras livres do pagamento do imposto mais alto foi publicada nessa ter�a-feira pelo Minist�rio do Desenvolvimento, Ind�stria e Com�rcio Exterior. A listagem anterior garantia o IPI sem altera��es at� hoje.
A medida protecionista, que isenta do aumento companhias que garantirem at� 65% de pe�as nacionais na montagem dos ve�culos, dentre outras exig�ncias, foi definida em decretos de setembro e novembro do ano passado. Al�m dos ve�culos fabricados no pa�s, importados de regi�es com que o Brasil mant�m acordos comerciais, como pa�ses do Mercosul, n�o sofrer�o majoramento fiscal. As 18 montadoras livres do aumento at� dezembro s�o Agrale, Caoa (Hyundai), Fiat, Ford, GM, Honda, Iveco, MAN, Mercedes-Benz, MMC, Nissan, Peugeot, Renault, Scania, Toyota, Volkswagen, Volvo e International Ind�stria Automotiva da Am�rica do Sul.
Essas empresas s�o obrigadas a cumprir seis de 11 etapas da fabrica��o no Brasil e investir 0,5% do faturamento l�quido em pesquisa e desenvolvimento. Assim, garantem o IPI entre 7% e 25%. Para as montadoras fora da lista, o imposto vai de 37% a 55%, dependendo do segmento. As mais afetadas pela medida s�o as empresas que integram a Associa��o Brasileira das Empresas Importadoras de Ve�culos Automotores (Abeiva): Aston Martin, Audi, Bentley, BMW, Changan, Chery, Chrysler, Dodge, Effa Changhe, Effa Hafei, Ferrari, Hafei Motor, Haima, Jac Motors, Jaguar, Jeep, Jinbei Automobile, Kia Motors, Lamborghini, Land Rover, Lifan, Maserati, Mini, Porsche, SsangYong e Suzuki.
Impacto
Nas lojas, o movimento � de limpa-estoque. De acordo com Miguel Albino, superintendente da Audi da Avenida Raja Gabaglia, em Belo Horizonte, a estrat�gia de estocar os carros desde dezembro deu certo: no m�s passado as vendas foram 66% superiores frente a igual per�odo de 2011: “Colocamos uma meta ousada de 30 carros, que foi batida. Sabemos que a partir de mar�o teremos de estudar estrat�gias para reduzir o impacto do IPI”. Ele espera repasse entre 12% e 15% nos pre�os.
Na Changan e Ssangyang, o gerente Rafael Cascardo estima que o repasse para o consumidor ser� de 25%. Quem vai comprar carro importado corre o risco de n�o encontrar o modelo desejado e ter de reavaliar a compra. � o caso do engenheiro Omildo J�nior: “O Audi Q3 que eu quero s� chega em mar�o. Hoje ele custaria R$ 170 mil. Em mar�o j� vir� a R$ 200 mil. Isso faz a gente mudar de planos”.

O melhor janeiro
Faltando ainda o resultado dessa ter�a-feira, que ser� computado nesta quarta, o m�s que terminou foi o melhor janeiro da hist�ria em vendas de ve�culos novos. At� o dia 30, os licenciamentos j� somavam 251,1 mil unidades (com caminh�es e �nibus), ante 244,8 mil registrados em janeiro de 2011, at� ent�o recorde para o per�odo. Na compara��o com dezembro, houve queda de 27,2%. Dezembro foi o m�s em que mais se vendeu carros em 2011, com 348,3 mil unidades, e janeiro tradicionalmente � mais fraco, dizem analistas do setor. Este janeiro foi marcado por feir�es, sorteios de carros e o n�o repasse integral do aumento de 30 pontos percentuais do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para modelos importados.