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Estado de Minas

Infla��o de janeiro em BH � a maior em 10 anos

Reajuste de pre�os medido pelo IPCA dispara e fecha o primeiro m�s do ano em 2,60%. Sal�rio m�nimo, impostos e �nibus pressionam indicador. Em 12 meses, alta � de 7,68%


postado em 03/02/2012 07:14

O ano mal come�ou, mas a infla��o disparou e j� est� doendo no bolso dos belo-horizontinos em 2012. O �ndice de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pela Funda��o Ipead, avan�ou 2,60% em janeiro deste ano em compara��o com dezembro do ano passado. � a taxa mais alta para janeiro nos �ltimos 10 anos. Em 2002, em igual per�odo, o IPCA fechou com uma alta de pre�os de 0,84%. Em janeiro do ano passado, o �ndice foi de 2,17%. Os pre�os que mais subiram foram os dos produtos do grupo despesas pessoais (5,52%), seguidos pelos produtos in natura (5,18%), produtos n�o alimentares (3,04%), encargos e manuten��o (2,76%) e servi�os p�blicos (2,32%). Em 12 meses, a infla��o acumulada na capital chegou a 7,68%.

Em rela��o aos produtos e servi�os individualmente, as cinco altas que mais pesaram para o avan�o do drag�o na capital mineira em janeiro ficaram concentradas no pagamento de servi�os de empregado dom�stico (14,13%), IPTU (6,56%), �nibus urbano (7,03%), mensalidades escolares de n�vel universit�rio (8,37%) e do ensino fundamental (11,46%). Em termos de contribui��o para o IPCA de janeiro, esses itens contribu�ram com 0,62, 0,33, 0,28, 0,21 e 0,19 pontos percentuais, respectivamente

Mesmo assustando os consumidores, esse avan�o de pre�os � considerado sazonal, uma vez que janeiro concentra muitos fatores que induzem � carestia: aumento do sal�rio m�nimo, da passagem de �nibus, das mensalidades e material escolar e do IPTU. “O �ndice foi bem mais alto do que o esperado, mas essa foi uma varia��o espor�dica, que n�o pode ser tomada como tend�ncia inflacion�ria para 2012”, pontua o diretor adjunto da Funda��o Ipead, Wanderley Ramalho.

O problema � que Belo Horizonte vem sendo sistematicamente castigada pela infla��o. Basta dizer que o IPCA-15 de janeiro, �ndice que mede a pr�via da infla��o oficial de todo o Brasil, fechou em 0,65%. No fim do m�s, dever� ficar em 0,55%, segundo estimativas de mercado. A auxiliar de servi�os gerais Elizabeth Pereira e a professora C�lia Regina de Freitas j� sentiram a fisgada. “Os pre�os dos alimentos subiram e o material escolar nem se fala. Tenho uma filha de 12 anos que estuda em escola p�blica. Gastei R$ 230 comprando mochila, cadernos, l�pis e borracha”, reclama a primeira. “A gente v� que tudo sobe. Meus filhos trabalham numa papelaria e chegam em casa horrorizados com os valores que os pais est�o gastando com a lista de material”, observa a segunda.

Impactos Para Wanderlei Ramalho, a infla��o muito mais alta do que a expectativa para o m�s foi puxada fundamentalmente pelo aumento do sal�rio m�nimo, elevado em 14,13% no primeiro m�s do ano, agregado ao aumento de pre�os dos transportes, material escolar e IPTU. “Tudo voltar� ao normal a partir de fevereiro”, defende. Thiago Curado, analista de infla��o da Tend�ncias Consultoria, concorda que janeiro � um m�s at�pico no pa�s em mat�ria de alta de pre�os. Ele acredita, por�m, que os impactos do aumento do sal�rio m�nimo s� ser�o sentidos para valer em fevereiro e mar�o, meses nos quais os patr�es reajustam os sal�rios dos trabalhadores dom�sticos. “Demora um certo tempo para o repasse chegar ao mercado”, diz.

Al�m disso, a trajet�ria da infla��o em Belo Horizonte e no Brasil seguiu dire��es diferentes. “O IPCA-15 mostra que o resultado para o pa�s foi ligeiramente favor�vel. O pre�o da gasolina caiu e o do �lcool vai cair at� o fechamento de janeiro” aposta. Para o resto do ano por�m, ele n�o v� tr�gua significativa nos pre�os “Em fevereiro haver� uma desacelera��o, mas o cen�rio est� longe de ser tranquilo no que se refere � infla��o de 2012”, diz. Ele lembra que haver� press�o de pre�os por conta da demanda interna aquecida e que o pr�prio aumento do m�nimo � um combust�vel para a acelera��o do consumo. “O governo tem dado sucessivos sinais de que em busca de um crescimento de 4% vai impulsionar a demanda. A meta da infla��o deixou de ser uma prioridade pol�tica, mas de qualquer maneira, a infla��o de janeiro dever� ser uma das priores do ano.

Taxas de juros t�m redu��o na ponta

Se a infla��o est� em alta, os juros cobrados na ponta do consumo j� est�o caindo. Segundo levantamento da Funda��o Ipead, em janeiro de 2012 as taxas de juros ao consumidor encolheram at� 17,23% em Belo Horizonte entre dezembro de 2011 e o m�s passado. A maior queda ocorreu nas taxas praticadas pelo setor aliment�cio, reduzidas em mais de 17%. Os juros cobrados pelas financeiras independentes est�o 16,74% menores. O financiamento de autom�veis novos tamb�m ficou mais barato: as taxas pr�-fixadas pelas montadoras encolheram 3,70% e as pr�-fixadas multimarcas 7,69%. O juro do cheque especial ficou, em m�dia, 1,17% mais leve. A pr�pria taxa b�sica de juros da economia encolheu 1,17% em janeiro deste ano.

“Como era esperado, o Comit� de Pol�tica Monet�ria do Banco Central (Copom) promoveu mais um corte na taxa b�sica de juros da economia trazendo-a para 10,5% ao ano em sua reuni�o de janeiro”, observa o diretor adjunto do Ipead, Wanderley Ramalho. Na avalia��o dele, uma leitura atenta da ata mostra que o Copom acredita haver ainda espa�o para continuar com a flexibiliza��o da pol�tica monet�ria, uma vez que atribui elevada probabilidade � concretiza��o de um cen�rio que contempla a taxa Selic deslocando-se para o patamarde um d�gito”, diz.

Ele lembra, por�m, que o Copom deixa claro n�o acreditar em descompasso entre oferta e demanda capaz de pressionar a infla��o. Por outro lado, chama a aten��o para uma poss�vel amea�a ao processo inflacion�rio brasileiro que decorreria de reajustes salariais acima dos que seriam recomendados pela an�lise da produtividade dos diversos setores. “Do ponto de vista do consumidor, a recomenda��o continua sendo um uso bastante seletivo das diversas alternativas de cr�dito dispon�veis uma vez que n�o h� o que comemorar quanto � enormidade das taxas praticadas na ponta do consumo”, orienta. (ZF)


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